09 agosto 2020

FÉ RELIGIOSA É MAIS IMPORTANTE QUE EDUCAÇÃO PARA MUDAR DE VIDA, DIZ BRASILEIRO EM PESQUISA

O título acima é de uma matéria publicada pela Folha de São Paulo, trazendo o levantamento feito pela Oxfam e Datafolha, mostrando as diversas visões sobre como reduzir as desigualdades no País.

Um resultado que chama muito a atenção está relacionado com as prioridades que levariam a uma melhoria de vida. 

 ... os entrevistados tiveram de elencar em ordem de importância oito aspectos pré-definidos. Aquele que recebe o maior contingente de prioridades é a “fé religiosa”, com 28%, seguido por “estudar” (21%) e “ter acesso à saúde” (19%). Em último, aparece “cultura e lazer”, com 2%.  




A matéria recebeu, até hoje, 25 comentários de seus leitores. A maioria desses comentários representando a minoria das respostas, ou seja, posicionando-se contrário a esses dados e demonstrando desconhecimento completo sobre o assunto aqui tratado. Um deles chegando a afirmar que a "Religião é o atraso da humanidade". Entretanto, um pouco da realidade vigente, mostrada a seguir, reitera o resultado da pesquisa.

Fui buscar as anotações dos meus tempos de estudante e as somei aos dados atuais. O resultado é o mesmo. Confirmam os dados da pesquisa. Na educação - elemento chave para se combater a desigualdade - desde a época mais remota até o presente momento, o ensino brasileiro, em todos os níveis, nas instituições com vínculos religiosos são de qualidade acima da média. Há trabalhos publicados nesta direção Um deles como este aqui "A relação entre cristianismo e educação" reitera essa minha afirmação.

E lá fora, em outros países, o que acontece(u)? Informações disponíveis sobre as universidades apontam na mesma direção. Por exemplo, um dado comum entre elas, é a fé religiosa de seus fundadores. Muitas delas foram fundadas por cristãos. 

Embora de constatação empírica, esse fato vai contra a tese de que a fé religiosa é um empecilho ao desenvolvimento da educação e da ciência. Prova disto, basta se conferir a relação das 12 melhores universidades do mundo, segundo o Meta University Ranking, acessado nesta data (09/08/2020). Este ranking de referência é uma ponderação dos três mais importantes rankings internacionais de universidades — ARWU, THE e QS:

Harvard (EUA, 47 prêmios Nobel)- criada em 1636, para a formação de pastores puritanos. Seu primeiro financiador o Pastor John Harvard. 

MIT (EUA, 78 prêmios Nobel)- fundado em 1861 pelo cristão William B Rogers para o ensino tecnológico.

Cambridge (Reino Unido, 89 prêmios Nobel)- foi fundada em 1209 por estudantes católicos dissidentes de Oxford.

Stanford (EUA, 27 prêmios Nobel)- fundada em 1885 pelo casal protestante Leland e Jane Stanford. A Igreja Memorial de Stanford, onde são realizadas cerimônias religiosas, está localizada no centro do campus e a universidade possui um programa de estudos religiosos. 

Caltech (EUA, 33 prêmios Nobel)- foi fundado em 1891 em Pasadena pelo cristão universalista Amos Throop.  O pastor James Tuttle foi o primeiro a comandar a instituição, que foi criada também com a intenção de proporcionar o ensino teológico. 

Oxford (Reino Unido, 48 prêmios Nobel) O primeiro ‘college’ de Oxford foi fundado em 1249 por William de Durham, membro do clero católico. Oxford hoje está vinculada à Igreja Anglicana.

Princeton (EUA, 36 prêmios Nobel)- foi fundada em 1746 por sete presbiterianos liderados pelo pastor William Tennent, a partir do Log College, um seminário teológico presbiteriano criado em 1726 pelo próprio Tennent. 

Yale (EUA, 49 prêmios Nobel)- A Universidade de Yale foi fundada em Connecticut em 1701 por um grupo de 10 pastores congregacionalistas liderados pelo pastor James Pierpont, para a formação de pastores. Seu primeiro reitor foi o Reverendo Abraham Pierson. 

Chicago (EUA, 87 prêmios Nobel)-  foi fundada em 1856 como uma instituição de ensino batista que faliu e foi reerguida em 1890 pela Sociedade de Educação Batista Americana, com auxílio financeiro do magnata do petróleo John Rockefeller, um batista fervoroso.

Imperial College (Reino Unido, 15 prêmios Nobel)- originado de um seminário católico criado em 1447 pelo Cardeal John Kempe. 

Columbia (EUA, 82 prêmios Nobel)- fundada em 1754 na cidade de Nova Iorque pelo Rei George II. Após calorosas discussões sobre qual deveria ser a afiliação religiosa da nova universidade, começou suas atividades dentro das instalações da Igreja da Trindade, em Manhattan, oficialmente afiliada à Igreja Anglicana, mas com liberdade religiosa para outras denominações cristãs.

Berkeley (EUA, 51 prêmios Nobel)-tem sua origem nos esforços dos pastores congregacionalistas Henry Durant e Samuel Willey. Eles fundaram em 1853 a Academia de Contra Costa, um colégio cristão secundário, que passou a ser uma instituição de educação superior em 1855. Mais tarde essa instituição se juntou a outras para formar a Universidade da Califórnia.



O DESCOMPASSO ENTRE O QUE ACONTECE DE FATO NO BRASIL E A COBERTURA DA GRANDE MÍDIA

Acabo de ler no Twitter mensagens que, mais uma vez, apontam os descompassos entre o que acontece de fato no Brasil e a cobertura da grande mídia. Descompassos estes que se tornaram tão frequentes que se tem a sensação, muitas vezes, de que se trata de dois países. 

Especialmente ilustrativo dessa disparidade é o Jornal Nacional, da Rede Globo e os conteúdos que circulam nas redes sociais, os quais indicam que as pessoas já não se deixam enganar com a mesma facilidade dos tempos em que não tinham alternativa para se informar. Milhares de brasileiros já descobriram que não faz mais sentido acreditar no noticiário do horário nobre ou nas primeiras páginas dos jornais. A hashtag #GloboLixo tem sempre ocupado os trending topics das redes sociais.

Como se pode constatar diariamente, está cada vez mais difícil encontrar na grande mídia, supostamente imparcial, conteúdos que não sejam apresentados de forma distorcida e politicamente enviesada. Curiosamente, porém, a despeito de todo o clamor contra as chamadas fake news nas redes sociais, a complacência é generalizada quando se trata de inverdades ou manipulações propagadas pelos meios jornalísticos. A maioria das pesquisas já indica que a credibilidade e o prestígio da imprensa estão em queda livre há algum tempo. As estatísticas recentes, figuras abaixo, demonstram a perda de assinantes pela mídia impressa. O mesmo ocorre em relação aos que assistem a programação tradicional das redes de TV abertas.

  

Além disso, como se sabe, a grande imprensa nacional pauta a internacional, e a distorção se reproduz na maior parte dos veículos estrangeiros — basta acompanhar o que tem sido publicado sobre o Brasil em veículos como o norte-americano The New York Times, o inglês The Guardian, o espanhol El País e o francês Le Monde, entre outros. O que estes divulgam chega a ser aflitivo, tão evidente fica a parcialidade ideológica e o descompromisso com a verdade dos fatos. Claramente alinhada com a agenda dita “progressista”, a grande imprensa parece ter abraçado o princípio de que os fins justificam os meios
Na essência, essa nova visão embute, sobretudo, a perigosa ideia de que a verdade seria relativa, um conceito elástico, que pode ser moldado à vontade, conforme os interesses políticos de cada jornalista.
Cabe, portanto, a sociedade discutir até que ponto é legítimo direcionar a cobertura do noticiário segundo determinada linha partidária ou ideológica enquanto se mantém, oficialmente, uma suposta isenção.