No Rio de Janeiro, essa percepção veio à tona com os resultados mostrando que a soma de abstenções, votos nulos e brancos chegou a 39%, porcentagem superior à obtida pelo candidato mais votado, um indicador bastante eloquente da aversão dos eleitores aos políticos disponíveis para escolha.
A suposta renovação continua sendo de fato ilusória, já que, a despeito de algumas caras novas, a maior parte dos eleitos carrega velhos e conhecidos sobrenomes. Os dos inúmeros clãs que se mantêm no poder há décadas, dominam todas as esferas e instâncias de governo, que transformaram a política brasileira num lucrativo negócio de família.
Para piorar, sabemos que terminadas as eleições, os políticos agem como se a conquista do mandato fosse um salvo conduto para legislar e atuar em causa própria. E, a partir desse momento, não há limites para a corrupção. É um "tchau otários" para os eleitores e a corrida dos larápios com malas de dinheiro.