22 agosto 2015

"DOBRANDO A META"

Com a economia em ritmo negativo, o nível do emprego continua se complicando. Em julho, segundo o CAGED, foram fechadas 157.905 vagas de trabalho, o pior número da série histórica iniciada em 1992. A queda foi maior na indústria de transformação, seguida pelo setor de serviços. No acumulado do ano, ficaram sem emprego 494.386 trabalhadores.

Com esse resultado, a taxa de desemprego saltou para 7,5% em julho, a maior em cinco anos. Em abril/2015 previa-se que este valor só seria alcançado no final do ano. Mas, a continuar essa marcha de redução de empregos, e não há nenhum sinal em direção contrária, as previsões dos especialistas da área já apontam que 2015 poderá terminar com o patamar de 9%, pois o ritmo de seu crescimento se acelerou. O dobro do valor em dezembro de 2014. Para 2016 já se sinaliza que esse valor alcançará 10% ainda no primeiro trimestre. Com a atual metodologia, adotada pelo IBGE, desde janeiro/2002, a mais alta taxa de desemprego foi alcançada em abril/2004 (13,1%).

Com relação à inflação, em doze meses, o indicador (IPCA) já atingiu 9,75%, valor maior do que o dobro do centro da meta (4,5%) estipulado pelo Banco Central. O governo espera que com o desaquecimento da economia (queda de renda e emprego), redução da tarifa extra aplicada nas contas de luz (se chover) e diminuição dos preços dos alimentos, a inflação, em 2016 retorne para patamar inferior a 6%.

Outro indicador que também foi dobrado foi a SELIC, cuja previsão é de que termine o ano em 14.25% e diminua, cerca de dois pontos, em 2016.

Obviamente, essa situação econômica não é decorrente do "Programa de Ajuste Fiscal" promovido pelo atual governo. Mais verdadeiro é considerar que os problemas que afetam a economia em 2015 foram criados pelos governos em anos anteriores. Desde 2013 já se registrava que trabalhadores na construção civil e em alguns tipos de serviços, além de quem trabalha por conta própria, tiveram queda de renda e de emprego. Mesmo profissionais capacitados já enfrentavam dificuldades para encontrar uma chance no mercado.

As projeções para a economia nos próximos meses são as piores possíveis. Todos se perguntam como o governo no meio de diversas crises e com a sua credibilidade atingindo números exageradamente baixos, lidará com essa situação. O quadro não é bom. Alguns já afirmam que é dramático.

O País tem pela frente um grande desafio.



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