01 janeiro 2018

2017 SE ENCERROU. O QUE POR EM SEU LUGAR ?

Passadas as principais festividades de final de ano, constatamos que para o ano que se inicia a roupa suja exposta em 2017 continua por ser lavada.

No cenário político, essa constatação foi expandida e a sensação mais presente na sociedade é que continuamos sem governo, com um modelo de fisiologismo que nos enche de vergonha. O que atualmente ocupa o Palácio do Planalto é constituído de pessoas pertencentes a um dos grupos: os culpados e os cúmplices.

As correções/punições cabíveis não foram implementadas tais como as denúncias surgidas contra o presidente da República. 

Esse, aliás, no apagar das luzes desejou beneficiar os políticos corruptos e, eventualmente, a si próprio, com a edição de um famigerado indulto natalino que, segundo a PGR, trata-se de um decreto "arbitrário", "inconstitucional"e "indiscriminado", com favorecimento à impunidade, benefícios a condenados por crimes de corrupção e invalidez sob a ótica da lei.

No campo ético, voltou a surgir o temor por um eventual desmantelamento da operação Lava Jato, eliminando-se a oportunidade do País ser passado a limpo e, com isto, os principais responsáveis pela corrupção saírem ilesos de todo o processo. Há indícios que nos levam a esse temor instalados nos três poderes da República.


No plano econômico há controvérsias se os resultados obtidos até então com a queda de juros e da inflação irão permanecer em um ano eleitoral. Tomara que sim, mas há muito chão a ser percorrido, por exemplo, a diminuição do desemprego que assola o País. A economia dá sinais de recuperação, mas ainda não há investimento para garantir um novo ciclo de crescimento. Não há investimentos porque a confiança não se recuperou. O País está à espera das eleições presidenciais de 2018.

No que tange aos problemas estruturais, estes persistem. As noticias de 2017 nas áreas de educação, saúde, segurança e infraestrutura não trouxeram nenhum alívio aos brasileiros. 

Portanto, após a sobrevivência em 2017 continuamos com o mesmo desafio: o que por em seu lugar ? 

A primeira dúvida que surge, neste momento totalmente sem resposta, tem a ver com a eleição presidencial. Quem daqui a doze meses, na Praça dos Três Poderes, irá receber a faixa verde e amarela ?

Entretanto, a saída crise atual está na mudança política e esta não se resume a troca do presidente. Com um Congresso desmoralizado, partidos fracos, líderes envelhecidos e desacreditados, não será possível fazer a Nação acreditar que apenas a mudança do presidente nos permitirá retornar à superfície do poço em que afundamos. Torna-se imprescindível uma reforma do sistema político, após a realização de eleições gerais, quiçá, até mesmo, através de um nova Assembléia Constituinte.

Para as demais questões, as respostas são conhecidas pela maioria da população. Elas passam pela necessidade de se mudar o funcionamento arcaico da gestão pública, o de se acabar com os privilégios do corporativismo e da cumplicidade da elite política com os métodos ilícitos do sistema político. 

Fortalecer o funcionamento da operação Lava jato, o das instituições da República e, obviamente, o de nossa democracia também estão presentes nas mentes daqueles que compõem a sociedade de bem deste País.

Last but not least, continuarmos com o engajamento da sociedade, dos meios de comunicação, das ações promovidas pelas redes sociais são imprescindíveis para se por o Brasil no seu devido lugar.

Em sua recente passagem pelo Brasil, durante o evento Cidadão Global, no Teatro Santander, Obama reforçou a importância da democracia, que, em sua definição, “é a melhor forma de governo, mas é difícil e exige trabalho e engajamento”.

Sem dar soluções fáceis, ele defendeu que políticos velhos abram espaço para a participação de jovens no debate público. “A política sofre quando fica sempre com os mesmos líderes e não surge sangue novo.” 

Revisado em 04/01/2018.

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