17 julho 2019

A EDUCAÇÃO BRASILEIRA PRECISA DE RESPOSTAS. O "FUTURE-SE" PODERÁ SER UMA DELAS

O programa “Future-se” anunciado pelo MEC é bem vindo e muito positivo. Adota parâmetros e conceitos modernos e deve ampliar as possibilidades de recursos para o ensino, a inovação, a pesquisa e a tecnologia nas universidades e institutos federais de ensino superior. O programa divide-se nos eixos de gestão, governança, empreendedorismo, pesquisa, inovação e internacionalização.

As instituições poderão fazer parcerias público-privadas, ceder prédios, criar fundos com doações e vender nomes de campi e edifícios ao setor privado. O programa toca fundo no que é considerado um dos maiores desafios da educação brasileira. A eficiência e a eficácia de sua gestão.

O programa vai na direção certa: não dispensa os recursos públicos e estimula parcerias com o setor privado criando um ambiente de competição por desempenho entre as instituições, cujos vencedores serão aqueles que demonstrarem capacidade de gestão e execução de projetos de interesse público-privado.

Vencidas as barreiras legislativas, o ambiente resultante no interior das universidades e institutos federais de educação não será automático. A velocidade de seu desenvolvimento se fará proporcionalmente ao resultado da modernização implantada nas instituições. Hoje, algumas delas, já operam modelos, em algumas áreas do conhecimento, com resultados bastantes positivos. A partir do Future-se será possível estender esses modelos para praticamente todos os seus departamentos de ensino e pesquisa.

Um outro efeito do programa se dará através da presença, no ambiente universitário, de empresas de base tecnológica, quebrando assim um velho tabu. Isso também estimulará e antecipará a geração de startups nos próprios campi das instituições.

Segundo o MEC, o Future-se tenta tornar mais eficiente práticas existentes. Algumas instituições já contam com receitas próprias, mas os recursos não apresentam retorno direto para as atividades por conta de limitação legal. O dinheiro arrecadado vai para a Conta Única do Tesouro. A proposta do MEC visa à desburocratização do recebimento dessa verba.

"Para participar do “Future-se”, as universidades terão de aderir voluntariamente. As instituições que participarem do programa terão de se comprometer a adotar as diretrizes definidas pelo Ministério da Educação, utilizar a organização social contratada para dar supervisionar as atividades e adotar um programa de integridade, mapeamento e gestão de riscos corporativos, controle interno e auditoria externa."

A educação brasileira precisa de respostas. O "Future-se" poderá ser uma delas.

15 julho 2019

100 RADICAL INNOVATION BREAKTHROUGHS FOR THE FUTURE


100 possíveis avanços tecnológicos radicais e inovações que poderão impactar a humanidade nas próximas décadas, é o que antecipa e indica o novo relatório da Comissão Européia, denominado "100 Radical Innovation Breakthroughs (RIB) for the future". 

Embora produzido com foco na União Europeia, o estudo poderá servir de referência na definição de estratégias em outras partes do globo, além de orientar reflexão e debate acerca das implicações econômicas, sociais e éticas decorrentes das próximas ondas de inovação. O Brasil pode, por exemplo, avaliar a importância potencial de cada uma dessas inovações diante de sua realidade, maturidade e força relativa do seu sistema de educação, pesquisa e inovação, gerando referências úteis para o fortalecimento de políticas e estímulos, em sintonia com os tempos desafiadores à frente.



No relatório estão incluídas áreas como agricultura de precisão, edição de genomas e bioplásticos e áreas que até recentemente eram consideradas especulativas, mas que agora dão sinais de emergir em breve como realidade. Nestas estão inclusas os chips neuromórficos, desenhados para replicar a forma como o cérebro humano pensa e compreende; inteligência de enxame, para replicar comportamento coletivo, como abelhas em uma colmeia; neurociência da criatividade e da imaginação; fotossíntese artificial e comunicação de plantas; reconhecimento de emoções; sensores biodegradáveis; habitats subaquáticos; carros voadores e mineração de asteroides.

O estudo se assenta na premissa de que há períodos em que mudanças simultâneas nos elementos sociais, tecnológicos e econômicos se aceleram até que um novo paradigma técnico-econômico tome forma e se torne dominante.

Ao todo são 87 tecnologias emergentes e 13 inovações sociais, com digitalização e inteligência artificial se apresentando como elementos-chave, e também dando sinais de que há uma nova onda se formando, impulsionada por fatores como saúde, bem-estar e sustentabilidade. Avanços emergentes, como reconhecimento de fala, realidade aumentada, chips neuromórficos, reconhecimento de emoções e os novos avanços em inteligência artificial, poderão alimentar inovações sociais baseadas em colaboração, compartilhamento, interação e relacionamentos.

13 julho 2019

NOVA PREVIDÊNCIA. É CONFISCO ?

Para reformar a Previdência se ouviu, novamente, a mesma justificativa apresentada nos governos de FHC, de Lula, da Dilma e do Temer. O déficit da Previdência, no regime geral, o INSS, e também na Previdência Pública, irá quebrar o País.

Números divulgados pelo governo apontam que em 2018 esse déficit foi de R$ 266 bilhões e que atingirá R$ 292 bilhões ao final de 2019. Há controvérsias. Na CPI da Previdência, ocorrida em 2018, estudiosos da área discordaram desses números, inclusive afirmando que ao invés de déficit há superavit. "Os números da seguridade social são positivos, atingem por volta dos R$ 500 bilhões."

Se olharmos para o passado, veremos que em função da existência à época de uma oposição combativa, representada pelo PT, parte da proposta de FHC relativa ao setor público não foi implementada mas, paradoxalmente, foi adotada pelo governo Lula, em 2003.

Bom, o fato é que as reformas de FHC e de Lula foram implementadas e aqui estamos nós, a sociedade, de novo, ouvindo a mesma justificativa para implementar, com urgência, a reforma apresentada por Jair Bolsonaro. Ele, pessoalmente, na TV, disse que errou por ter votado contra as reformas propostas pelos presidentes que o antecederam. 

Comum em todas elas, o aumento das receitas através dos aumentos para os planos de contribuição e de diminuição da remuneração posterior dos respectivos benefícios,  ou seja, o trabalhador irá pagar mais (em valor e/ou em tempo de contribuição) e receber menos. Com tal característica, a NOVA PREVIDÊNCIA, produziu, para o trabalhador, um CONFISCO ao invés de uma esperada capitalização de suas contribuições, nos trazendo uma má lembrança ocorrida no País em março de 1990, como aponta a figura ao lado.

Olhando para a população em geral, o percentual mais atingido pelo confisco está na classe de baixa renda. São milhões de brasileiros que nela se encontram contra apenas alguns milhares nas classes mais favorecidas. Dirá o leitor: Mas a reforma não irá acabar com os privilégios? Em parte sim, pois haverá cortes nas grandes aposentadorias dos serviços públicos e dos políticos. Mas estes só representam 20% do confisco de R 1,1 trilhão anunciado pelo ministro Paulo Guedes. O restante, R$ 900 bilhões, está no regime geral da previdência social, que é a parte dos mais pobres.