O Editorial do Correio da Manhã que circula nesta segunda, 10 de janeiro de 2022, nos indica que "o atual presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) serviu de bucha de canhão para a mídia de oposição ao Presidente Jair Bolsonaro esta semana". [.... ] "Antônio Barra Torres virou o protagonista do tolo ato de insubordinação de um oficial general contra o comandante supremo das forças armadas brasileiras, reeditando, em reverso, a essência do mesmo comportamento do marinheiro José Anselmo dos Santos, o cabo Anselmo, em 1964".
Como sabemos, em 1964, líderes sindicais, entorpecidos pelo poder que experimentavam sitiando o trabalho, a economia e o Estado arrotavam fanfarronice e recebiam ajuda em moeda estrangeira, assim como a orientação de assessores comunistas do Leste Europeu, especializados no trabalho de agitação, como já mencionamos neste artigo. Parte da juventude brasileira era envolvida com facilidade pelas opções guerreiras e ideias marxistas que já infiltravam até a Ação Católica.
Nesse ambiente, tinha surgido, em 1962, a Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais, contaminada pelo Partido Comunista. Em pouco tempo o cabo Anselmo foi conduzido à sua direção. Segundo ele próprio: "Transformei-me ou fui transformado num demônio agitador aos olhos da hierarquia militar".
Chegou-se a março de 1964 com um quadro de baderna e de rebeldia dos soldados marinheiros e de outras forças.
O ápice desse movimento ocorreu durante uma assembléia, em um ato de comemoração do segundo aniversário da Associação, com o discurso que o Anselmo proferiu aos marinheiros no dia 25/03/1964, discurso este, cuja redação final foi de Carlos Marighella, o dirigente rebelde e que mais tarde ficaria famoso, na direção da ALN (Aliança Libertadora Nacional), por radicalizar as ações terroristas - assaltos a bancos, sequestros de pessoas e aeronaves, justiçamento, bombas ...
O cabo Anselmo leu então um discurso claramente anárquico, estimulando a indisciplina e a subversão da ordem em todo o País. No dia seguinte havia um tanque de guerra diante dos portões do Sindicato dos Metalúrgicos (local de realização da assembléia) e uma tropa de fuzileiros comandada por um oficial com a ordem de prisão para os militares da Marinha presentes na assembléia.
Neste momento o Brasil quer saber quem terá sido o Marighella do contra-almirante RM1 da Marinha brasileira. O teor da nota divulgada por ele não deixa a menor dúvida de que foi escrita a quatro mãos.
Com a palavra agora, o comandante-geral da Marinha e o seu Estado Maior, que não podem endossar com silêncio o ato insubordinado do diretor, já que usou o nome da Marinha do Brasil, como conclui o Editorial do Correio da Manhã, que, na sua íntegra está copiado a seguir.
A grave insubordinação de um contra-almirante
Por Claúdio Magnavita*
O atual presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) serviu de bucha de canhão para a mídia de oposição ao Presidente Jair Bolsonaro esta semana. Antônio Barra Torres virou o protagonista do tolo ato de insubordinação de um oficial general contra o comandante supremo das forças armadas brasileiras.
Ele começa uma nota pública, divulgada neste sábado, 8 de janeiro, se qualificando como oficial general da Marinha brasileira. Ser contra-almirante, aliás, foi o seu principal predicado para ser indicado diretor-presidente da Anvisa. Foi uma indicação do almirante Flávio Rocha. Na carta, ele pede que o Comandante das Forças Armadas se RETRATE. É exatamente isso: um contra-almirante exigindo retratação do presidente da República e comandante chefe das Forças Armadas. O pior é que o presidente Bolsonaro não fez nenhuma acusação ao cidadão e oficial general da reserva Barra Torres. Ele apenas questionou que interesses a Anvisa teria na liberação da vacina para crianças.
Para piorar a sua situação de motim, o atual presidente da agência assina a nota como contra-almirante RM1 Médico/Marinha do Brasil. Não há dúvidas. É um oficial general da reserva remunerado da Marinha, ocupando uma função de altíssima confiança no Governo Federal, peitando a sua autoridade maior.
Este comportamento, que atropela, inclusive, o comandante-geral da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, e o Ministro da Defesa, general Braga Netto, aos quais deveria submeter, por hierarquia, o seu desconforto. Com esta atitude, Barra Torres não defende a sua honra. Pelo contrário, macula o uniforme que usou por 32 anos. O respeito à hierarquia é o pilar principal da vida militar. O mais grave é que este contra-almirante se escuda no mandato de diretor da agência, que termina em dezembro de 2024. Se o brio militar fizesse parte do seu crédito, deveria primeiro entregar a sua carta de renúncia do cargo que ocupa na Anvisa, indicado em 4 de novembro de 2020 pelo próprio presidente, que agora ele confronta.
O comportamento de Barra Torres já emitia sinais de que ele era uma bomba relógio ambulante. O Correio da Manhã, através de duas notas na Coluna Magnavita, já havia feito o registro. No dia da sessão da Anvisa, que aprovaria a primeira vacina, ele apareceu usando um colete de padrinho de casamento. Também, em coletivas, usou e abusou dos símbolos da Ordem de Malta, da qual é cavaleiro, tanto em gravatas, lapela e máscara . Sinais de uma personalidade incomum, ao ser submetido ao estrelato.
É lamentável assistir um oficial das forças armadas brasileiras colocando seus colegas de farda em saia justa, principalmente aqueles que endossaram a sua indicação. O respaldo de caserna evitaria um comportamento traidor e torpe.
Barra Torres reedita, em reverso, a essência do mesmo compartimento do marinheiro José Anselmo dos Santos, o cabo Anselmo, em 1964. Entregar a carta de demissão e recolher-se a sua insignificância é que lhe resta a fazer.
Com a palavra agora, o comandante-geral da Marinha e o seu Estado Maior, que não podem endossar com silêncio o ato insubordinado do diretor, já que usou o nome da Marinha do Brasil.
*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã
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