21 janeiro 2024

A Musa da Bossa Nova


  

Há 82 anos, em 19 de janeiro de 1942, nascia a cantora, compositora e musicista capixaba Nara Lofego Leão, considerada uma das maiores artistas musicais da Música Popular Brasileira. Ela faleceu em 1989, aos 47 anos, devido às complicações de um tumor cerebral.

Nascida em Vitória, Nara mudou-se com a família para o Rio de Janeiro quando tinha um ano de idade e teve aulas de violão desde a infância. Aos 14 anos, resolveu estudar o instrumento na academia de Carlos Lyra e Roberto Menescal, em Copacabana, tornando-se professora aos 18 anos. Nesse período, começou a interessar-se por bossa nova e, mais tarde, pelo samba de morro.

Nara estreou sua carreira artística profissional na comédia Pobre Menina Rica (1963), ao lado de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, recebendo o título de Musa da Bossa Nova pelo cronista Sérgio Porto. A consagração efetiva da artista, contudo, ocorre com sua apresentação no espetáculo Opinião, em 1964, ao lado de João do Vale e Zé Keti.



Ao longo da década de 1960, Nara vai mudando suas preferências musicais, passando de Musa da Bossa Nova a cantora de protesto e simpatizante das atividades dos Centros Populares de Cultura (CPCs) da União Nacional dos Estudantes (UNE), e, em 1966, interpretou a canção "A Banda", de Chico Buarque, no Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), que ganhou o festival e conquistou o público brasileiro. Nara também aderiu ao movimento tropicalista, tendo participado do disco-manifesto do movimento, Tropicália ou Panis et Circensis (1968), lançado pela Philips com Gilberto Gil, Caetano Veloso, Os Mutantes e outros artistas. 

Em 1969, Nara e o marido mudam-se para Paris e a cantora anuncia que sua carreira artística estaria encerrada. No ano seguinte, ela voltou atrás em sua decisão, porém passou a gravar discos com um maior intervalo entre cada trabalho e a apresentar-se somente em pequenos shows ou festivais durante os anos 1970, mantendo-se afastada da rotina da década anterior para uma vida mais próxima da família. Nesse período, Nara começou a estudar psicologia e teve episódios em que passou mal em alguns shows, com tonturas e desmaios.

Na década de 1980, Nara fez muito sucesso, viajando o Brasil e o mundo, lançando novos discos, gravando canções, atuando em musicais no teatro e fazendo parcerias musicais. A saúde da artista, entretanto, piorou em 1986, passando a ter dores mais fortes de cabeça e esquecimento das coisas que fazia, inclusive das próprias canções, e após vários exames foi diagnosticado um tumor cerebral na forma de um coágulo localizado na área do cérebro responsável pela fala, impossibilitando, portanto, qualquer intervenção no local sob o risco de Nara ficar em estado vegetativo.

Nara passou a tomar medicações frequentes e, após um ano deprimida, teve melhora significativa em seu quadro de saúde em 1987 e 1988, quando fez temporadas de shows em casas noturnas no Rio de Janeiro. Em 1989, piorou novamente, com dores de cabeça muito fortes e uma convulsão, sendo internada às pressas e entrado em coma, estado no qual seu tumor cerebral rompeu-se e Nara teve uma hemorragia fatal no dia 7 de junho.

Nara Leão lancou cerca de 25 álbuns de estúdio durante quase 30 anos de carreira, período no qual dedicou-se principalmente à bossa nova e ao samba. Também era compositora  escrevendo suas próprias canções desde a infância, e costumava apresentar-se, com frequência, apenas acompanhada de seu violão. Entre as canções mais memoráveis interpretadas por Nara, estão "O Barquinho", "A Banda" e "Com Açúcar E Com Afeto".



Fontes primárias: Site oficial Nara Leão, #BrazilianMusicWay, Youtube 

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