Amazon, Google, Microsoft e Meta investem bilhões em inteligência artificial, sem se deixar abater pela ascensão da DeepSeek. E o que cientistas e líderes empresariais disseram, há 10 anos, sobre o avanço da IA
Gigantes da tecnologia projetaram dezenas de bilhões de dólares em aumento de investimento este ano e enviaram uma mensagem clara sobre seus planos para IA: estamos apenas começando.
Os quatro maiores gastadores em data centers que alimentam sistemas de inteligência artificial disseram nos últimos dias que aumentariam ainda mais os investimentos em 2025 após desembolsos recordes no ano passado. As empresas projetaram despesas de capital de pelo menos US$ 215 bilhões para seus atuais anos fiscais, um aumento anual de mais de 45%.
A Amazon não forneceu uma estimativa para o ano inteiro, mas indicou na quinta-feira que o seu investimento em bens de capital (CAPEX) está a caminho de crescer para mais de US$ 100 bilhões, e disse que a maior parte do aumento será para IA.
Comentários sobre os relatórios de lucros trimestrais recentes mostraram que a corrida na IA está ganhando força, apesar da ansiedade dos investidores sobre o impacto do DeepSeek da China e se essas grandes empresas dos EUA lucrarão o suficiente com sua onda de gastos sem precedentes.
Os investidores ficaram especialmente abalados com o fato de o DeepSeek ter replicado grande parte da capacidade dos principais sistemas de IA americanos, apesar de gastar menos dinheiro e usar chips menos potentes e em número menor, de acordo com o seu desenvolvedor chinês. Os líderes das empresas dos EUA não se curvaram, apregoando avanços em sua própria tecnologia e argumentando que custos mais baixos tornarão a IA mais acessível e aumentarão a demanda por seus serviços de computação em nuvem, dos quais a IA precisa para operar.
“Acreditamos que praticamente todos os aplicativos que conhecemos hoje serão reinventados com IA dentro deles”, disse o presidente-executivo da Amazon, Andy Jassy, na teleconferência de resultados desta quinta-feira.
O que cientistas e líderes empresariais disseram, há 10 anos, sobre o avanço da IA
Stephen Hawking, um dos mais proeminentes cientistas do mundo, disse à BBC, em 02dez2014, que os esforços para criar máquinas pensantes é uma ameaça à existência humana.
"O desenvolvimento da inteligência artificial total poderia significar o fim da raça humana", afirmou.
Hawking disse que as formas primitivas de inteligência artificial desenvolvidas até então tinham se mostrado muito úteis, mas ele temia eventuais consequências de se criar máquinas que sejam equivalentes ou superiores aos humanos.
"(Essas máquinas) avançariam por conta própria e se reprojetariam em ritmo sempre crescente", afirmou. "Os humanos, limitados pela evolução biológica lenta, não conseguiriam competir e seriam desbancados."
Nem todos os cientistas, porém, compartilharam da visão negativa de Hawking sobre a inteligência artificial.
"Acredito que continuaremos no comando da tecnologia por um período razoável de tempo, e o potencial dela de resolver muitos dos problemas globais será concretizado", opinou o especialista em inteligência artificial Rollo Carpenter, criador do Cleverbot, cujo software aprende a imitar conversas humanas com crescente eficácia.
"Não podemos saber exatamente o que acontecerá se uma máquina superar nossa inteligência, então não sabemos se ela nos ajudará para sempre ou se nos jogará para escanteio e nos destruirá", disse Carpenter, que apesar disso vê o cenário com otimismo por acreditar que a inteligência artificial será uma força positiva.
Ao mesmo tempo, Hawking não estava sozinho em seu temor. No curto prazo, havia preocupação quanto à eliminação de milhões de postos de trabalho por conta de máquinas capazes de realizar tarefas humanas; líderes de empresas de alta tecnologia, como Elon Musk, da fabricante de foguetes espaciais Space X, acreditavam que, a longo prazo, a inteligência artificial se tornaria "nossa maior ameaça existencial".
Excelentes informações e reflexões sobre os desafios da IA.
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