Em regimes ditatoriais, a censura costuma ser uma das primeiras medidas adotadas pelos ditadores. Isso acontece porque o controle da informação é fundamental para manter o poder e evitar a organização de qualquer oposição. A censura não é apenas uma consequência da ditadura, mas uma de suas ferramentas essenciais desde o início.
Por meio dela, os ditadores procuram:
i) moldar a forma como os acontecimentos são interpretados pela população, promovendo apenas versões oficiais dos fatos;
ii) impedir que jornais, rádios, TVs, livros e as redes sociais divulguem críticas ao regime para eliminar a contestação pública;
iii) silenciar os seus opositores que poderiam influenciar a opinião pública contra o governo.
Da mesma forma que no Brasil atual se encontram semelhanças com o governo fascista de Mussolini na Itália, o mesmo ocorre com o nazismo vigente na Alemanha entre 1933-1945.
Na Alemanha, no dia seguinte ao incêndio do Reichstag, 28 de fevereiro de 1933, uma espécie de 8 de janeiro, o recém-eleito chanceler Adolf Hitler persuadiu o presidente Hindenburg a assinar um decreto “pela proteção do povo e do Estado suspendendo as sete seções da Constituição que garantiam as liberdades individuais e civis. Apresentado como “medida defensiva contra os atos de violência dos comunistas que punham em perigo o Estado”, o decreto estabelecia:
“Restrições à liberdade pessoal, ao direito de livre manifestação de opinião, inclusive a liberdade de imprensa, ao direito de reunião e de associação; violações das comunicações privadas postais, telegráficas e telefônicas; e mandados de busca domiciliar, ordens de confisco, bem como restrições à propriedade também são permitidos além dos limites legais prescritos em outras circunstâncias.”
Hitler era um admirador e seguidor de Mussolini, e dez anos antes, em 2 de outubro de 1923, disse em entrevista ao Daily Mail: "Se fosse dado à Alemanha um Mussolini alemão ... o povo se ajoelharia para adorá-lo mais do que jamais com o próprio Mussolini."
A Lei de Imprensa do Reich, promulgada em 4 de outubro de 1933, transformou o jornalismo em uma profissão regulamentada pelo Estado.
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