03 maio 2014

HAVERÁ SEGUNDO TURNO NA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL DE 2014 COM A PRESENÇA DO PT ?

As notícias divulgadas nas últimas semanas sinalizaram a provável realização de segundo turno nas próximas eleições presidenciais e acenderam uma nova luz amarela. Delas, e da história, colhemos as seguintes considerações que, eventualmente, poderão ajudar a responder, em futuro próximo, a questão formulada no título deste artigo.

Análises da história política brasileira, desde a proclamação da república, demonstram que alterações no comando de governo do País sempre aconteceram quando o sentimento de mudança se fez presente na maioria de sua população.
Desde meados de 2013, registra-se um elevado desejo de mudanças, inclusive manifestado nas ruas, principalmente, pelos jovens. Esse número, algo em torno de 70% da população, medido durante as primeiras manifestações ocorridas em junho de 2013, continua se mantendo no mesmo patamar.

Entretanto, quase um ano depois de suas ocorrências, o povo vem percebendo que nada foi feito que resultasse em alterações significativas nos temas que, à época, foram apontados: segurança, saúde, educação e transporte, dentre outros. E, nos poucos meses que restam ao governo atual, não será possível equacionar mais nada.

Nas pesquisas eleitorais realizadas, isto se tem traduzido em índices de alta reprovação de como a presidente Dilma conduz o seu governo. Há poucos dias, em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, disparou criticas ao governo sobre promessas não cumpridas para mobilidade urbana: "O governo foi à TV em junho passado e apresentou um investimento de R$ 50 bilhões. Mas o que estou observando é que, de lá para cá, a situação não melhorou."
Na comemoração do Dia do Trabalhador, houve um recado direto aos políticos. Em São Paulo, em evento da CUT, trabalhadores não apenas vaiaram, como atiraram latas de bebidas em alguns líderes e/ou possíveis candidatos do PT. Eles deixaram o palanque e foram embora sem conseguir sequer discursar. São sinais inquietantes para o partido que nasceu e se criou dentro dos sindicatos.

Os números anunciados nas pesquisas, conduzidas por vários institutos, mostraram uma baixa identificação do eleitorado com o partido (votos petistas), contra os altos, o dobro, auferidos em pesquisas de eleições passadas e que garantiram a presença do partido no segundo turno de eleições disputadas.
Adicionalmente, destaque-se o alto grau de rejeição à Presidente. Hoje, mais de 40% dos eleitores afirmam que não votariam em Dilma de jeito nenhum. Na eleição passada, Lula era um presidente aprovado por mais de 80% dos brasileiros. No momento atual, Dilma ronda os 35% e com cerca de 70% do eleitorado querendo mudar. Mesmo continuando com o apoio de Lula, nota-se que ele já não tem o mesmo poder de fogo de 2010 e corre o risco de chegar à praia como um afogado do mesmo barco.
Por fim, mesmo não se mencionando o mensalão e os mal feitos da Petrobras, alguém acredita que Dilma possa ter ganho um só voto com os discursos lidos nos últimos dias? A julgar pela maioria dos comentários nas redes sociais e nos principais meios de comunicação, PARECE QUE NÃO.

Na verdade, o que as pesquisas estão apontando são perda de prestígio da presidente, baixa avaliação de seu governo e menos eleitores pretendendo votar na pré-candidata petista.



Brasília, 03 de maio de 2014.

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