A presidente #Dilma, na tentativa de sair da defensiva e se
antecipar a polarização eleitoral sobre os números da economia, se reuniu, no
início desta semana, com o pessoal de sua Secretaria de Assuntos Estratégicos -
SAE, agora comandada pelo ministro Marcelo Neri, na busca de indicadores
sociais que se contraponham aos produzidos pelos economistas e que não
agradam ao governo, mas que vêm sendo divulgados, pela mídia, no Brasil e no
exterior.
Segundo divulgado na imprensa, na referida reunião o novo
ministro disse que nos últimos 11 anos, a desigualdade caiu e continua caindo e
a renda média continua subindo e, por isso, os brasileiros estão comprando mais
objetos de consumo: microondas, tv’s, computadores, carros, etc.
Mas como não existe almoço grátis, e certamente o ministro
não falou isso, se sabe, também, que como a renda subiu mais do que a produção
nacional, a inflação se encarrega de corrigir essa defasagem, comendo uma parte
dos salários. Além disso, que a dívida desses consumidores – a grande maioria de
compra à crédito - tem se elevado consideravelmente com a alta dos juros.
Outro paradoxo é a relação entre o acesso da população aos
bens, que cresceu a uma taxa de 320% nos últimos anos e os serviços, que se
expandiram apenas em 48%. Vem daí a insatisfação popular com o transporte
público, a saúde, a educação e a segurança, elementos imprescindíveis e
fundamentais para assegurarem qualidade de vida aos brasileiros, no presente e
no futuro, mas que continuam inacessíveis. Isto já foi alertado pela população
desde junho de 2013.
Podemos dizer, em outras palavras, que as pessoas se sentem como quem compra um celular e só depois percebe que não tem luz em casa – já se perdeu a conta dos inúmeros apagões ocorridos – e que a conexão com a operadora (quando existe) é de baixa qualidade. Se junto ao uso do celular incluirmos o de acesso à internet a situação só piora. Com uma taxa média de transmissão de 2,7 Mbps, quando se consegue conectividade, o Brasil fica na 83a posiçãodo ranking mundial.
Podemos dizer, em outras palavras, que as pessoas se sentem como quem compra um celular e só depois percebe que não tem luz em casa – já se perdeu a conta dos inúmeros apagões ocorridos – e que a conexão com a operadora (quando existe) é de baixa qualidade. Se junto ao uso do celular incluirmos o de acesso à internet a situação só piora. Com uma taxa média de transmissão de 2,7 Mbps, quando se consegue conectividade, o Brasil fica na 83a posiçãodo ranking mundial.
Supomos, também, que o ministro não a avisou que os mitos
propagandeados pelo seu governo e pelo o de Lula, estão sendo derrubados, dia após
dia, conforme ilustram as manchetes e as matérias diárias na imprensa. Nelas,
entre outros, se incluem a auto-suficiência do petróleo, a diminuição do preço da conta de luz e o crescimento do PIB.
No que se refere ao petróleo, decorridos oito anos do anúncio
feito pelo presidente Lula da suposta conquista de sua auto-suficiência do
Brasil, a conta-petróleo, que faz o balanço entre exportações e importações do
produto, já acumula déficit superior a US$ 53 bilhões. Da mesma forma, desde que
descobriu os campos do pré-sal, a Petrobras viu sua produção, estagnada desde
2010, começar a cair, com recuo de 2,1% em 2012 sobre 2011 e de 2,3% no ano
passado sobre o período anterior.
No caso das contas de luz, ao invés da diminuição de seu preço, o que está ocorrendo é um gigantesco aumento. Este já chegou ao bolso de mais de 32
milhões de consumidores. Os demais também não escaparão. As tarifas já foram
elevadas em cerca de 30,29%, em termos anuais, e já anulou o desconto médio
anunciado pelo governo em 2012.
Finalmente, com relação ao PIB de 2014, várias instituições e consultores independentes têm projetado seu valor para menos de 2%. O governo ainda fala em 2,3%. Mas é
bom lembrar que, durante a campanha de 2010, a promessa da candidata Dilma para
o seu governo foi de um PIB anual ao redor de 5%.
A campanha eleitoral para as eleições de 2014 já está em curso. Como a pré-candidata
irá tratar essas questões até as eleições ? Com anúncios de mais promessas e
mitos que, rapidamente, são derretidos ? Pelo "andar da carruagem", parece que não teremos surpresas.
Brasília, 09 de maio de 2014.
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