17 julho 2015

SOBRARÁ PARA 2019 ?

Em primeiro de janeiro deste ano, enquanto o novo governo tomava posse, nos propusemos a escrever Quando 2016 chegar, no qual alimentávamos esperança para que, quando 2016 chegasse, o Brasil tivesse construído uma nova plataforma de desenvolvimento.

Entretanto, parece que teremos que esperar um pouco mais. Já se fala que 2016 também será um ano perdido. Alguns analistas vão mais além e já recomendam que é melhor esperar por 2018. Não se vislumbra perspectiva de melhorias tão cedo, dadas as fragilidades econômicas, políticas e éticas do atual governo.

Na esfera econômica, para corroborar essa projeção, os indicadores, divulgados até hoje, apontam para uma retração do PIB superior a 2% em 2015 e sendo mais provável que o número permaneça negativo também em 2016. A Receita Federal anunciou uma queda real de 2,87% na receita da União no primeiro semestre, resultado que é consequência direta da redução do nível de atividade. Nos juros, a SELIC já atingiu 13,75% e deverá subir um pouco mais. De dezembro/2014 até o momento, esta subida já representou um pagamento extra dos juros da dívida da ordem de R$ 49 bilhões e a dívida pública atinge recorde. A promessa de um superavit público da ordem de R$ 66 bilhões em 2015 fica mais distante.

No plano político, o semestre se encerrou com o governo sem uma base parlamentar de apoio consistente no Congresso Nacional. Lá, a cada votação de seu interesse, o resultado se torna cada vez mais imprevisível. Foram várias derrotas e algumas vitórias. Todas provenientes de medidas encaminhadas pela presidente Dilma, em sentido diametralmente oposto ao prometido durante sua campanha eleitoral. No denominado "ajuste fiscal", direitos dos trabalhadores, ativos e inativos, foram abatidos. De iniciativa do próprio Congresso, tratou-se de implementar a reforma política. Entretanto, o que foi aprovado, até o momento, nas duas casas do Congresso, se mostrou apenas como um arremedo de reforma. Algo muito aquém do que necessita o País. Fechando o semestre legislativo, parlamentares são apontados como suspeitos de envolvimento na Lava Jato e o presidente da Câmara, a nível pessoal, rompe com o governo. Antes de se fecharem as portas para o recesso parlamentar, tanto a Câmara como o Senado põem em curso novas CPIs que contrariam o governo. Mais lenha na fogueira para aumentarem suas chamas no segundo semestre.

Na outra ponta, após seis meses de governo, os índices de aprovação da presidente Dilma despencaram para valores de apenas um dígito. Em todas as rodas de conversa, questiona-se: até quando Dilma ficará no poder ? Sua saída será por impedimento ou por renúncia ?

Ainda que pouco provável o término antecipado de seu mandato, a sucessão de Dilma já se iniciou. Estão no páreo, o PT com Lula entendendo que possui chances de voltar ao Planalto. A oposição tucana, onde a permanência de Dilma no governo parece ser a melhor opção. Por último, o PMDB. Mas qual PMDB ? O de Temer ou o dos caciques regionais ?

Para pensarmos um novo Brasil, teremos que esperar 2019 chegar ?




3 comentários:

  1. Se não for o Judiciário que decrete através do TSE o impedimento ou anulação da eleição, nenhum partido irá pedir o impedimento pois todos possuem sujeira debaixo do tapete.

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  2. Acredito ainda que se durar até lá quem será eleitor será Lula.

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  3. Em entrevista o programa Canal Livre deste domingo/2a. feira, 19-20/07/2015, na Band, o professor e economista Paulo Rabello de Castro detonou a política econômica dos governos Dilma 1 e Dilma 2. Afirmou: "Estamos vivendo uma política econômica completamente ensandecida neste Brasil" , Como decorrência, apontou três fracassos:
    1) Fracasso competitivo, baseado no sucateamento da industria brasileira;
    2) Fracasso acumulativo, pois jamais se conseguiu ultrapassar a marca de 20% do PIB de investimento. Estamos caindo pra 15% quando deveríamos ultrapassar os 25%;
    3) Fracasso distributivo, estamos no mundo do endividamento, numa piscina rasa por falta de capitalização

    Afirmou que o ajuste fiscal que vem sendo implementado por J. Levy é sem pé e sem cabeça – Brasil não está indo pra lugar nenhum.

    Criticou fortemente a alta dos juros (selic).

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