06 outubro 2015

DAY AFTER

Após a posse dos novos ministros nesta segunda-feira (05), o primeiro teste do governo no Congresso Nacional não foi dos melhores. A sua base aliada na Câmara não conseguiu dar quorum para votação e manter os vetos presidenciais nesta terça-feira (06). Compareceram apenas 196 dos 513 deputados. Do PMDB, que recebeu o maior quinhão na reforma ministerial e tem uma bancada de 66 deputados, apenas 34 estiveram presentes. Nova tentativa de votação foi marcada para o mesmo horário de amanhã, quarta-feira (07), oportunidade em que o governo poderá conferir se os passageiros das negociadas suítes do Titanic ainda se encontrarão à bordo.

O que se viu corrobora a definição dada pelo Estadão, em seu editorial do último domingo (04), sob o título "O Ministério do contubérnio", para explicar a xaropada verbal da presidente Dilma Roussef ao apresentar os nomes de seus novos auxiliares a uma platéia que sabia estar diante de uma presidente fantasma, ou abantesma, para usar uma das palavras do referido editorial.

Para o momento vivido pelo País, especialmente para o seu sistema político, o título do editorial traduziu muito bem as relações da presidente com os partidos que a cercam, pois todos se comportam não como partidos programáticos, mas como partidos "de programa".

E a semana de trabalho para a presidente está apenas começando. Aliás começou mais cedo, desta vez no domingo (04) que, em ato de desespero contra o TCU, escalou três de seus ministros para anunciar que entraria com medidas, já denominadas de pedaladas jurídicas, para impedir que o ministro-relator de suas contas, em 2014, possa pronunciar o seu voto na reunião desse Tribunal marcada para a quarta-feira (07) e, com isto, postergar o julgamento das contas e retardar a possível abertura de um processo de impeachment na Câmara dos Deputados.

Entretanto, as notícias divulgadas até o momento indicam que a presidente não obterá sucesso. A opinião dominante é a de que, mais uma vez, o governo deu um tiro no pé. Ao se julgar pelo o que foi exposto por membros do TCU no Senado Federal, no início de setembro, as contas do governo, em 2014, receberão parecer pela sua reprovação.

Last but not least, está também marcada para esta terça-feira (06), a reunião do TSE em que os seus ministros confirmarão a reabertura das investigações sobre as prestações de contas da campanha eleitoral da presidente e de seu vice em 2014. Já há votos suficiente para que o caso volte a ser apurado com base nas denúncias levantadas pela operação Lava-Jato.

As luzes dos Palácios irão continuar acesas !



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