Após nove meses de tramitação no Congresso chegou-se ao final do processo de impeachment da Presidente da República iniciado em dezembro de 2015.
Durante todo esse período, o País pode saborear o gosto da democracia ao assistir o cumprimento do estabelecido em sua Carta Magna de 1988, a Constituição Cidadã, e respectiva legislação infraconstitucional, especialmente no que refere ao direito de defesa da acusada por crimes de responsabilidade.
Por 61 votos a 20, o Senado condenou a presidente Dilma Roussef pelos crimes de responsabilidade cometidos em 2015, tendo como consequência imediata a perda de seu mandato. Essa cassação interrompe o ciclo de 13 anos do PT no poder, com suas principais lideranças abaladas e envolvidas em crimes das mais variadas naturezas, especialmente no âmbito da Operação Lava Jato.
Entretanto, as comemorações desse resultado ocorreu sem brilho, pois, na sessão final de votação do impeachment, o Brasil foi surpreendido por uma maracutaia promovida nos bastidores tendo como líder o presidente do Senado e a aquiescência do presidente do Supremo Tribunal Federal. Canalhas, para usar o mesmo termo de como se dirigiu Tancredo Neves ao presidente do Senado Federal, quando o senador Auro Moura Andrade declarou vaga a Presidência da República enquanto Jango ainda se encontrava em território nacional.
Tal manobra (conluio de pilantras) afrontou à Constituição, deixando os brasileiros inseguros no que tange ao cumprimento das leis. Tal tramóia retirou a pena prevista na CF para a presidente impedida de continuar exercendo o cargo maior do executivo federal e, dessa forma, a página virada, aguardada pela maioria dos brasileiros, não aconteceu em sua plenitude.
Em seu lugar uma página negra foi escrita, pasmem, pelos chefes dos poderes legislativo e judiciário de nosso País. Uma grande mancha para a democracia brasileira.
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