A fala do ex-presidente Lula, durante a última semana, para rebater as acusações do Ministério Público não é digna de um ex-presidente da República. Coaduna-se, sim, com o que lhe foi apontado pelos procuradores, ou seja, como sendo o "suposto comandante máximo do esquema de corrupção", o chefão da propinocracia instalada no País nos últimos anos, período em que o Partido dos Trabalhadores esteve no poder sob o seu comando.
Além de repetir clichês para a sua claque composta, pelo menos na principal foto do evento, por comparsas dessa fraude estabelecida no Brasil, desde 2003, em sua maioria investigados pela Polícia Federal, ou com processos já em curso na Justiça Federal, o ex-presidente deixou de apontar respostas contundentes sobre os fatos da denúncia que lhe foi atribuída.
Fatos esses compostos de sete atos de corrupção passiva e de sessenta e quatro de lavagem de dinheiro que, na hipótese de condenação, lhe proporcionarão uma pena mínima de trinta e cinco anos e quatro meses e máxima de 125 anos, nove meses e 10 dias. Além disto, todas as penas incluem multas que somam R$ 87,6 milhões à Petrobras. Portanto, a acusação não se trata de um truque de ilusionismo como querem considerar os seus advogados de defesa.
O ex-presidente ainda se enganou ao afirmar, em seu discurso mentiroso, que os procuradores não estão habituados ao fato de que conquistou o direito de andar de cabeça erguida por todo o País. Alguém já o viu andando nas ruas como qualquer cidadão de bem o faz ? O que se constata, na prática, é que o Chefão não tem cabeça erguida nem para voar em avião de carreira.
No sentido inverso ao do ex-presidente, o que se ver são aplausos da população brasileira dirigidos ao juiz Sergio Moro e aos procuradores da República, ao mesmo tempo em que aguarda, ansiosamente, que as dez propostas do Ministério Público sejam aprovadas pelo Congresso Nacional. São medidas que aumentam a prevenção, dificultando a corrupção ou, em ex-post, fazendo com que as penalidades sejam mais rigorosas e alcancem os delinquentes.
Vivemos um momento histórico. A população espera, isto sim, uma virada de mesa para que o país tenha um governo no qual prevaleçam a honradez, a decência e a dignidade.
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