Comemora-se hoje, mundialmente, o Dia do Trabalho ou o Dia do Trabalhador. Esta data, criada em Paris, em 1889, está relacionada com eventos, especialmente a greve geral ocorrida na cidade de Chicago, em 1886, que paralisou os parques industriais da cidade e foi acompanhada de forte repressão policial, tendo se estendida pelos dias seguintes, resultando, após a explosão de uma bomba, em sete mortos e dezenas de pessoas feridas entre policiais e manifestantes.
No Brasil, em 1917, a cidade de São Paulo protagonizou uma das maiores greves gerais já registradas, levando o movimento dos trabalhadores a ganhar força, fazendo com que o então presidente Athur Bernardes, em 1925, seguisse o que vinha ocorrendo em várias partes do mundo e igualmente reservasse o primeiro de maio como o Dia do Trabalho no Brasil.
De lá pra cá, empresas, trabalhadores e profissões se multiplicaram. As greves também. Apesar do Brasil hoje contar com mais de 14 milhões de desempregados, segundo os últimos dados do IBGE, as projeções de necessidade de trabalhadores em áreas especificas, que requerem nível de estudos mais elevados, são alvissareiras.
Na área de medicina, segundo as projeções da EPSM/UFMG, em 2030 o deficit no setor alcançará a marca de 100 mil profissionais (procura de 693 mil contra uma oferta de 593 mil). Entre as especialidades que os hospitais têm mais dificuldade em contratar estarão pediatria, anestesiologia, neurologia e cardiologia.
Nas engenharias, apesar da projeção do IPEA (Estudo Radar n.12) não mostrar deficit, estima-se, para 2020, uma oferta de 1,8 milhão contra uma procura de apenas 1,15 milhão. Entretanto, a qualidade da formação e a migração de profissionais para ocupações que não são típicas da área preocupa.
Em menor escala, existe demanda também na área de geologia. Segundo o IG/DPCT/UNICAMP, caso as atividades do setor de mineração e do pré-sal voltem aos níveis de 2012-2013, em 2020 a oferta de profissionais será de cerca de 60% da demanda (700/1216).
Se imaginarmos, e estamos torcendo para que isto ocorra, uma reversão da economia brasileira, a necessidade de mais trabalhadores, nessas e em outras áreas, só irá se ampliar.
Entretanto, não é difícil se concluir que não haverá uma rápida absorção dos atuais desempregados. Isto porque as exigências de qualificação profissional têm crescido substancialmente. Poderemos, então, enfrentar uma situação paradoxal: existirão vagas mas não teremos trabalhadores.
É hora, portanto, de se cuidar rapidamente da formação dos trabalhadores. Porém, SMJ, poucas são as iniciativas existentes nesse sentido.
É o momento dos dirigentes do País e de outras organizações, em todos os níveis, agirem com eficácia para sanarem essa deficiência, mas sem traços de paternalismo como já vimos em passado recente. Que o Brasil não seja, novamente, pego de calças curtas.
As pessoas trabalhadoras desejam vislumbrar e participar de oportunidades que as levem às vagas que irão surgir no mercado de trabalho. Querem condições para construirem suas vidas com autonomia. A riqueza é resultante do trabalho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário