08 janeiro 2021

QUEM PLANTA TÂMARAS, NÃO COLHE TÂMARAS

Em seu artigo desta sexta-feira, título deste post, "Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras", Felipe Fiamenghi, nos chama a atenção para uma narrativa despercebida pela maioria da população mundial. Nós brasileiros não somos exceção. 

Em um de seus parágrafos, Felipe alerta aqueles que duvidam de sua narrativa. Textualmente disse o seguinte: 

"Pra quem duvida do poder da narrativa, basta entender que uma veterana de guerra foi assassinada a sangue-frio, com um tiro no peito, desarmada, e isso não causou NENHUMA comoção, enquanto a morte de George Floyd, com passagens pela polícia e histórico de violência, serviu de estopim para que eclodissem manifestações por todo o Planeta. Só peço que façam o exercício de imaginação de como estaria a imprensa global, neste momento, se Ashli Babbitt fosse uma manifestante negra do partido Democrata, não uma loira Pró-Trump.

 

Criaram uma democracia ilusória, onde qualquer um tem total liberdade de expressão para dizer aquilo que a cartilha Progressista permite. O "homem mais poderoso do mundo" foi silenciado em uma rede social que mantém ativas as contas dos ditadores da Venezuela e do Irã."



Ao final ele enfatiza a responsabilidade das necessárias mudanças que a sociedade deve promover, afirmando:

  "Não serão os políticos que farão essa mudança. Seremos nós ou ninguém."

BOA LEITURA !

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Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras

Felipe Fiamenghi - 08/01/2020


Há muito eu evito entrar neste assunto, porque sei que é indigesto e pode ser desanimador para a imensa maioria. Mas olhando para o atual cenário político global, vejo o quanto as pessoas não têm absolutamente nenhuma noção do que está acontecendo. São milhões de indivíduos "lutando" a guerra de forma absolutamente errada. Uma força de mudança descomunal sendo completamente desperdiçada por não compreender sequer quais são os reais adversários e, assim, não ter "foco". Como anunciava aquela antiga propaganda de pneus: "Potência não é nada sem controle". 


Tentarei resumir os caminhos que nos trouxeram até aqui, mas já aviso que será de forma "tosca". O tema é matéria suficiente para um livro inteiro. Então senta que lá vem textão…


Auguste Comte, criador da teoria Positivista e considerado o "pai" da sociologia acadêmica, dizia que: "Os vivos são sempre e cada vez mais governados pelos mortos". Se já estava certo no século XIX, hoje, em um mundo globalizado, onde a cultura e a informação de massa são cada vez mais unificadas, está coberto de razão. Afinal, é o fator cultural que determina o político; não o contrário. Um político pouco ou nada pode fazer contra o "stablishment"; a "ordem social estabelecida". 


Pra começar, dividimos a política em um conceito oriundo da França do século XVIII: Direita e Esquerda, que não tem qualquer semelhança com absolutamente nada do que vivemos nos dias atuais. Estamos jogando "par ou ímpar" no meio de uma partida de xadrez em 10 dimensões. Estamos tão perdidos que ainda "combatemos" o Marxismo, uma ideologia que a própria esquerda já abandonou há décadas e só sobrevive um alguns poucos nichos completamente inexpressivos.

 

O que chamamos de "esquerda", hoje, é completamente distante do "poder proletário". Muito pelo contrário, aliás. A "revolução armada" de Marx deu espaço para a "revolução cultural" do socialismo científico. Esta, compreendida como uma forma eficiente de controle social, foi abraçada e financiada pelos "Metacapitalistas". Só que nada disso aconteceu do dia para a noite, nem será revertido através de um ou dois mandatos de nenhum Presidente eleito. A DEMOCRACIA É UM PRODUTO CULTURAL, NÃO UM AGENTE SOCIOLÓGICO. 


Um governo eleito em sintonia com o "deep satate" consegue reforçar aspectos culturais. É o que aconteceu com Lula e com Obama, que tinham os "agentes sociais" trabalhando a favor. Bastava financiá-los, como fizeram. Trump e Bolsonaro, absolutamente na contramão do "stablishment", nem sequer têm "agentes sociais" para financiar. No máximo, podem impedir que novos reforços aconteçam, cortando parcialmente o "financiamento", mas não conseguem fomentar uma atuação cultural no sentido oposto.

 

E o motivo de tudo isso é muito simples: O que estamos entendendo hoje, a "esquerda" já entendeu há 140 anos. No final do século XIX, com os estudos sociológicos da "The Fabian Society", eles já tinham compreendido que a teoria Marxista não tinha futuro e que era IMPOSSÍVEL sustentar um governo "puro", seja de "direita" ou de "esquerda". Enquanto o "Mundo Livre" passou o século XX "combatendo o comunismo", eles aprimoravam suas teorias e se infiltravam em cada espaço da sociedade. 


Fizeram um trabalho de longo prazo. Dominaram a academia, onde hoje são maioria inconteste, e assim dominaram toda a elite intelectual. Criaram gerações de profissionais militantes: Juristas, jornalistas, professores... Os cargos que norteiam a sociedade, agora, são ocupados por pessoas que foram "moldadas ideologicamente" pelos Progressistas.

 

Um ótimo exemplo do quão bem executado foi o plano são as ciências históricas, que seriam grandes armas contra a "esquerda", pois registrariam o fracasso retumbante em todo e qualquer lugar em que a ideologia foi implantada, foram tomadas de forma que eles próprios pudessem "reescrever" os registros. Deu tão certo que episódios como o Holodomor foram simplesmente apagados dos livros de história.


Outros, como o genocídio de Ruanda, na década de 90, comandado pelo partido MRDN (Movimento Republicano Nacional por Democracia e Desenvolvimento), fundado com bases nos partidos comunistas da China e da Coréia do Norte, foram atribuídos à "extrema-direita". 


Pra quem duvida do poder da narrativa, basta entender que uma veterana de guerra foi assassinada a sangue-frio, com um tiro no peito, desarmada, e isso não causou NENHUMA comoção, enquanto a morte de George Floyd, com passagens pela polícia e histórico de violência, serviu de estopim para que eclodissem manifestações por todo o Planeta. Só peço que façam o exercício de imaginação de como estaria a imprensa global, neste momento, se Ashli Babbitt fosse uma manifestante negra do partido Democrata, não uma loira Pró-Trump.

 

Criaram uma democracia ilusória, onde qualquer um tem total liberdade de expressão para dizer aquilo que a cartilha Progressista permite. O "homem mais poderoso do mundo" foi silenciado em uma rede social que mantém ativas as contas dos ditadores da Venezuela e do Irã.

 

A cultura não será vencida pelo voto; muito menos pelas armas. Ou começamos um "Gramscismo reverso", tomando espaço na academia para que, no futuro, tenhamos "agentes sociais" do nosso lado, conscientes de que NÃO ESTAREMOS VIVOS PARA VER OS RESULTADOS, ou continuaremos combatendo "fantasmas", como cachorros correndo atrás dos próprios rabos, enquanto a "esquerda" só fica mais forte.

 

Não serão os políticos que farão essa mudança. Seremos nós ou ninguém.


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