30 setembro 2021

MIL DIAS DE GOVERNO: INFRAESTRUTURA, AS BOAS NOTÍCIAS DESTA QUINTA-FEIRA

Começando pelo Norte do País, em Roraima, uma coisa fantástica. Após uma pendência de mais de 10 anos, foi dado o pontapé inicial para conectar o estado de Roraima ao Sistema de Energia Elétrica do País, o único estado que ainda não faz parte do Sistema. Após dois anos de intensa negociação com os indígenas, serão instaladas 715 km de linhas de transmissão de energia elétrica de Boa Vista até Manaus.

Hoje (30), em Belo Horizonte, foram destinados R$ 2,8 bilhões que serão somados aos R$ 400 milhões do governo do Estado para a construção da linha 2 do metrô, além da reforma da linha 1.  Obras há muito tempo prometidas pelos governos do ex-presidiário e descondenado Lula e da estocadora de ventos Dilma Rousseff. Na mesma ocasião, em BH, o presidente Jair Bolsonaro também anunciou a licitação para a pavimentação da BR-135 Minas, que interliga os municípios de Manga, São João das Missões e Itacarambi, no Norte de Minas Gerais.

Na Bahia foram liberados duplicações de trechos da BR-101 e BR-116 aguardadas há tanto tempo e anunciada a duplicação da rodovia que liga Ilhéus à Itabuna, a BR-415, prometida por vários governos.

Em Goiás, nesta sexta-feira (01), será assinado o contrato de concessão que permitirá a duplicação de parte da Belém-Brasília, no trecho que liga Anápolis a Aliança do Tocantins.

No Paraná, também nesta sexta-feira (01), será anunciado o contrato de licitação para construção do contorno de Maringa, além do início das obras de seu aeroporto.

Na semana passada foi a vez do #SetembroFerroviárioEm 22/9, o ministro Tarcisio Gomes de Freitas divulgou uma notícia ao receber o 14०٠ pedido de autorização ferroviária. Isto significa mais de R$ 80 bilhões de investimentos em 5,3 mil km de trilhos pelo Brasil. 

Resumo 

1.000 dias do Ministério da Infraestrutura no Governo do Brasil: ( Tarcísio Gomes de Freitas)

  • 200 obras entregues;
  • 3.630km de pavimento novo (pavimentação, duplicação e reconstrução);
  • 34 aeroportos concedidos;
  • 29 terminais portuários arrendados;
  • 94 autorizações de terminais privados;
  • R$ 22 bi em concessões rodoviárias;
  • R$ 30 bi em concessões ferroviárias;
  • 14 pedidos de ferrovias privadas;
  • 74 ativos concedidos;
  • R$ 73 bi em investimento contratado;
  • 1 milhão de empregos diretos, indiretos e efeito-renda nos próximos anos.

SUPERAVIT, DÍVIDA/PIB, IGP-M E EMPREGO FORAM, TAMBÉM, AS BOAS NOTÍCIAS DO MÊS DE SETEMBRO

O resultado consolidado do setor público mostrou um superávit de R$ 16,72 bilhões em agosto, no melhor resultado histórico para o mês. 

A proporção dívida/PIB também mostrou melhoras, com as dívidas líquida e bruta apresentando redução, contrariando todas as expectativas. A dívida pública caiu 82,7% em agosto, pelo sexto mês consecutivo, o menor patamar em seis meses.

Além disso, o IGP-M, índice conhecido como a “inflação do aluguel”, apresentou deflação de 0,64%, mas a expectativa era de uma queda menor, de apenas 0,43%.

Emprego

Pelo oitavo mês consecutivo o País tem saldo positivo na geração empregos com carteira assinada, segundo as informações publicadas pelo CAGED. O saldo atingiu 372.265 empregos. De janeiro a agosto de 2021 esse saldo atingiu mais de 2,2 milhões de empregos formais. Todos os 5 grupos de atividade econômica - serviços, comércio, indústria, construção e agropecuária tiveram saldo positivo.

Empresas

O Brasil registrou um número recorde de 1,4 milhão de empresas abertas no segundo quadrimestre de 2021, segundo o Boletim do Mapa de Empresas do Ministério da Economia divulgado nesta quinta-feira (30), que considera série histórica iniciada em 2011.

O número representa um aumento de 1,9% em relação ao quadrimestre anterior e de 26,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

De maio a agosto deste ano, o saldo positivo de empresas novas em funcionamento no país chegou a 936.229, levando o número de empresas ativas a 18.440.986. O resultado considera que foram fechadas 484.553 empresas e outras 1.420.782 foram abertas.

Indústria dá início a antecipação do terceiro turno

A Toyota já anunciou a antecipação do 3º turno em Sorocaba e abrirá quase mil novos empregos. 
Previsto para janeiro, o turno extra na planta de Sorocaba iniciará em novembro com 550 empregos diretos e 350 indiretos.

INTEGRANTES DA CPI DA COVID SE TORNARAM COADJUVANTES NO PICADEIRO DO HANG

Nesta quarta-feira (29), tivemos mais uma sessão circense da CPI da Covid-19, no Senado Federal. Desta vez, o feitiço se virou contra o feiticeiro. Os senadores, seus integrantes, se tornaram coadjuvantes no picadeiro do empresário Luciano Hang, dono da Havan. Ao final de sua oitiva estavam desolados.

Vamos começar mostrando um trecho com o próprio presidente da CPI da Pandemia, o senador Omar Aziz (PSD-AM), que falou o que quis sobre Hang e ouviu o que não quis. Confira neste vídeo com duração de menos de 2 minutos - https://youtu.be/s4UP_pg81nQ 

Em outro momento foi a vez de Renan Calheiros ao fazer perguntas sobre criptomoedas  Durante o questionamento, Renan se confundiu ao pronunciar os termos.  

Em algum momento o senhor operou com “creptomoeda [sic]”, com “bitcóio [sic]” ou outros?”

 “Não sei o que é isso, não, zero”, respondeu Hang.

Confira o video acessando este link no Youtubehttps://youtu.be/YTIXg4i1Xwc 

Muita tristeza

Durante a sessão da CPI DA COVID, nesta quarta-feira, 29/09, o empresário Luciano Hang, ao ouvir por 10 minutos a fala do senador Humberto Costa, expressa sua tristeza por não ter recebido perguntas do Senador. Confira aqui https://youtu.be/j9Bk9DMuAWc

Em outro trecho de seu depoimento, o "véio da Havan" definiu bem a qualidade de nossos senadores, disse ter ficado 

 "... muito triste por alguns senadores, a qualidade de alguns é deplorável. Não leem, não se informam, querem discutir com quem conhece mais do que eles ... a senadora (Eliziane Gama, Cidadania - MA), achei-a muito despreparada, não sabia nem o que aconteceu na semana passada ..."

Confira isso neste vídeohttps://youtu.be/SUTZiBB6S1s - com duração de apenas 2 minutos. Vale a pena.

Concluindo, sugiro ouvir a imperdível entrevista de Luciano Hang, concedida aos Pingos nos I's da Jovem Pan, logo após a sua saída do Senado Federal. Acesse-a aqui  -  https://youtu.be/nhHlM107aWg 

Antes, porém, a GloboNews pensava assim ...  https://youtu.be/i11PX9heOhY






29 setembro 2021

DE JANEIRO A AGOSTO DE 2021 MAIS DE 2,2 MILHÕES DE EMPREGOS FORMAIS

Mesmo com a pandemia Covid-19 e medidas fechando atividades tomadas por governadores e prefeitos em todo o Brasil, pelo oitavo mês consecutivo o País tem saldo positivo na geração empregos com carteira assinada, segundo as informações publicadas pelo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho e Previdência.  

O saldo positivo é de 372.265 empregos. De janeiro a agosto de 2021 esse saldo atingiu mais de 2,2 milhões de empregos formais. Todos os 5 grupos de atividade econômica - serviços, comércio, indústria, construção e agropecuária tiveram saldo positivo.

Outras boas notícias

O resultado consolidado do setor público mostrou um superávit de R$ 16,72 bilhões em agosto, no melhor resultado histórico para o mês. 

A proporção dívida/PIB também mostrou melhoras, com as dívidas líquida e bruta apresentando redução, contrariando todas as expectativas. A dívida pública caiu 82,7% em agosto, pelo sexto mês consecutivo, o menor patamar em seis meses.

Além disso, o IGP-M, índice conhecido como a “inflação do aluguel”, apresentou deflação de 0,64%, mas a expectativa era de uma queda menor, de apenas 0,43%.

Mais distante do governo Dilma Rousseff

Tais números nos fizeram tornar mais distantes daquele período desastroso do governo Dilma Rousseff, cuja Pesquisa da Fundação SEADE revelou o quanto sofria a região metropolitana de São Paulo com a crise econômica de então. O número total de desempregados na região tinha avançado 23,8% entre 2014 e 2015, passando de 1,182 milhão para 1,463 milhão. 

28 setembro 2021

A REALIDADE ESTÁ FORA DOS JORNAIS

Ontem se comemorou um ano do programa Direto ao Ponto, exibido semanalmente, nas segunda-feiras, às 21:30, na rádio Jovem Pan, sob o comando do jornalista Augusto Nunes. Para comemorar este fato o Programa entrevistou o presidente Jair Bolsonaro que está comemorando 1000 dias de seu governo.

Só no Youtube, em menos de 24 horas, essa entrevista, no momento em que escrevo este post, já foi assistida por quase 1,5 milhão de pessoas - https://youtu.be/Vhm9fz8dTiIHoje, o presidente Bolsonaro é o político com maior apoio popular da história brasileira.

Entretanto, sobre esses fatos nenhum comentário na velha imprensa, a imprensa que deixou de ser imprensa e se tornou um partido político oposicionista ao governo federal.

Não por coincidência, durante a semana passada ocorreu a rescisão de contrato entre a emissora de TV CNN Brasil e o jornalista Alexandre Garcia, paradoxalmente, por emitir sua opinião no programa "Liberdade Opinião". 

Pois bem, nesta segunda-feira (27), também, o jornalista Alexandre Garcia divulgou o primeiro video após sua saída da CNN Brasil, sob o título"Mil dias de jejum para os que comiam dinheiro público". 

"Foram mil dias de abstinência e jejum de pessoas e de empresas que estavam gostando de ter o dinheiro do governo. O seu dinheiro, dos seus impostos. Na Lei Rouanet, no Banco do Brasil, na CAixa Econômica, de empresários para grandes empresas e não para pequenos, como agora. No BNDES, que era para favorecer, como havia naquele tempo e não há mais. Na Petrobras, em que todos mundo metia a mão, e depois as empreiteiras superfaturavam para pegar propina, então passou a ter, daquelas ajudas para empresas de informação social, para jornalistas também, então isso acabou."

"E aí foram mil dias de jejum e abstinência. A esses eu digo que, em geral, jejum e abstinência fazem parte de uma purificação do país, desse país que é nosso. " Confira aqui https://youtu.be/f7mD8-vPgyw 

Essa realidade está fora dos jornais!



A FARSA DO "MÉTODO PAULO FREIRE"

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"O plágio e desvio filosófico de Paulo Freire ao método do missionário protestante norte-americano Frank Charles Laubach."

As cartilhas de Laubach foram copiadas pelos marxistas em Pernambuco, dando ênfase à luta de classes. O autor dessas outras cartilhas era Paulo Freire, que emprestou seu nome à “nova metodologia” como se a ela fosse de sua autoria_ 

O Método Laubach de alfabetização de adultos foi criado pelo missionário protestante norte-americano Frank Charles Laubach (1884-1970). Desenvolvido por Laubach nas Filipinas, em 1915, subseqüentemente foi utilizado com grande sucesso em toda a Ásia e em várias partes da América Latina, durante quase todo o século XX.

Em 1915, Frank Laubach fora enviado por uma missão religiosa à ilha de Mindanao, nas Filipinas, então sob o domínio norte-americano, desde o final da guerra EUA/Espanha. A dominação espanhola deixara à população filipina uma herança de analfabetismo total, bem como de ódio aos estrangeiros.

Com o auxílio de um educador filipino, Donato Gália, Laubach adaptou o alfabeto inglês ao dialeto mouro. Em seguida adaptou um antigo método de ensino norte-americano, de reconhecimento das palavras escritas por meio de retratos de objetos familiares do dia-a-dia da vida do aluno, para ensinar a leitura da nova língua escrita. A letra inicial do nome do objeto recebia uma ênfase especial, de modo que aluno passava a reconhecê-la em outras situações, passando então a juntar as letras e a formar palavras.

Utilizando essa metodologia, Laubach trabalhou por 30 anos nas Filipinas e em todo o sul da Ásia. Conseguiu alfabetizar 60% da população filipina, utilizando essa mesma metodologia. Nas Filipinas, e em toda a Ásia, um grupo de educadores, comandado pelo próprio Laubach, criou grafias para 225 línguas, até então não escritas. 

Na América Latina, o método Laubach foi primeiro introduzido no período da 2ª Guerra Mundial, quando o criador do mesmo se viu proibido de retornar à Ásia, por causa da guerra no Pacífico. No Brasil, este foi introduzido pelo próprio Laubach, em 1943, a pedido do governo brasileiro. Naquele ano, esse educador veio ao Brasil a fim de explicar sua metodologia, como já fizera em vários outros países latino-americanos.

A visita de Laubach a Pernambuco causou grande repercussão nos meios estudantis. Ele ministrou inúmeras palestras nas escolas e faculdades — não havia ainda uma universidade em Pernambuco — e conduziu debates no Teatro Santa Isabel. 

Houve também farta distribuição de cartilhas do Método Laubach, em espanhol, pois a versão portuguesa ainda não estava pronta.

Naquele ano, de 1943, o Sr. Paulo Freire já era diretor do Sesi, de Pernambuco — assim ele afirma em sua autobiografia — encarregado dos programas de educação daquela entidade.  No entanto, nessa mesma autobiografia, ele jamais confessa ter tomado conhecimento da visita do educador Laubach a Pernambuco.

Concomitante e subitamente, começaram a aparecer em Pernambuco cartilhas semelhantes às de Laubach, porém com teor filosófico totalmente diferente. As de Laubach, de cunho cristão, davam ênfase à cidadania, à paz social, à ética pessoal, ao cristianismo e à existência de Deus. 

As novas cartilhas, utilizando idêntica metodologia, davam ênfase à luta de classes, à propaganda da teoria marxista, ao ateísmo e a conscientização das massas à sua “condição de oprimidas”. O autor dessas outras cartilhas era o genial Sr. Paulo Freire, diretor do Sesi, que emprestou seu nome à essa “nova metodologia” — da utilização de retratos e palavras na alfabetização de adultos — como se a mesma fosse da sua autoria.

A artimanha do Sr. Paulo Freire “pegou”, e esse método é hoje chamado Método Paulo Freire, tendo o mesmo sido apadrinhado por toda a esquerda, nacional e internacional, inclusive pela ONU.

No entanto, o método Laubach — o autêntico — fora de início utilizado com grande sucesso em Pernambuco, na alfabetização de 30.000 pessoas da favela chamada “Brasília Teimosa”, bem como em outras favelas do Recife, em um programa educacional conduzido pelo Colégio Presbiteriano Agnes Erskine, daquela cidade. Os professores eram todos voluntários. Essa foi a famosa Cruzada ABC, que empolgou muita gente, não apenas nas favelas, mas também na cidade do Recife, e em todo o Estado.

PS.: Leia também "O pesadelo de Paulo Freire", do advogado Miguel Nagib, fundador do Escola Sem Partido.




27 setembro 2021

CHINA: FUROS, MEGALOMANIA E REVERSÃO

A crise da incorporadora Evergrande abriu um novo capítulo na reversão de rumo da economia chinesa e sacudiu o mercado de ações, desde que, nos anos 80, o país se abriu para o mundo e criou a sua versão de capitalismo de Estado. Neste momento ...

"A China Evergrande deixou investidores globais em dúvida sobre se irá realizar um importante pagamento de juros, ampliando os temores de que o governo chinês permitirá que detentores de títulos do exterior sofram grandes perdas, conforme se aprofundava, nesta sexta-feira, a crise de liquidez na empresa imobiliária mais endividada do mundo. 

A Evergrande, que deve 305 bilhões de dólares, ficou sem dinheiro e os investidores estão preocupados que um colapso possa apresentar riscos sistêmicos ao sistema financeiro da China e reverberar em todo o mundo. 

O prazo de quinta-feira para o pagamento de 83,5 milhões de dólares em juros de um título em dólar passou sem a Evergrande se pronunciar, e detentores de títulos não foram pagos nem ouviram nada da empresa, disseram à Reuters duas pessoas familizarizadas com a situação. 

A empresa tem um período de carência de 30 dias e dará calote se esse prazo passar sem pagamento. 

O silêncio da Evergrande agora contrasta com seu tratamento aos investidores domésticos. Nesta semana, a empresa resolveu o pagamento de cupom de um título doméstico.

"A visão de Pequim é que os detentores de títulos externos são amplamente instituições ocidentais e, portanto, podem receber tratamento diferente", disse Karl Clowry, sócio da Addleshaw Goddard. 

O banco central da China injetou de novo dinheiro no sistema bancário nesta sexta-feira, o que é considerado um sinal de suporte aos mercados. Mas as autoridades mantêm o silêncio sobre a situação da Evergrande e a mídia estatal da China não deu nenhum sinal sobre um eventual pacote de resgate." Por Anshuman Daga, Andrew Galbraith e Tom Westbrook, da Reuters, 24/09/2021.

Entretanto, a herança socialista, o grau de intervenção estatal continua existindo e é o responsável pela alocação ineficiente de capital, por bolhas especulativas, por “cidades fantasmas”, por províncias repletas de dívidas fora do balanço, por problemas gravíssimos que agora começam a cobrar seu preço.

Olhando-se para o que lá ocorria há dez anos e o que está acontecendo mais recentemente, nos revela um cenário bastante diferente. Chama a atenção o óbvio e contraditório contraste econômico ocorrido em menos de uma década. O contraste é, ao mesmo tempo, enigmático e assustador, e nos revela algo de importante sobre a natureza do recente milagre econômico chinês: ele é fundamentalmente falso e sem solidez. 

Nas grandes cidades, localizadas nas zonas de desenvolvimento econômico, o cenário é de enormes arranha-céus comerciais ao lado de grandes complexos de prédios residenciais de pelo menos 30 andares, agrupados em dúzias de edifícios enormes e idênticos. 

O que a noite revela

Porém, o cair da noite revela um cenário bastante diferente nestas mesmas cidades. Embora o pôr do sol faça com que as torres se destaquem ainda mais, é gritante a ausência daquele sinal mais básico da civilização: a iluminação artificial. A maioria destes edifícios já finalizados se transforma em meras silhuetas contra o pôr do sol. E, à noite, são tão escuros e completamente mortos. E não são edifícios recém-construídos, que apenas estariam esperando a mudança de novos moradores; são edifícios completamente desabitados e que nunca foram usados.

Mas os imóveis não representam toda a má alocação de recursos da economia chinesa. Com efeito, representam apenas uma fatia dela. Houve maciços e esbanjadores projetos de construção em toda a China, os quais envolveram a construção de basicamente qualquer coisa que você seja capaz de imaginar.

Durante um período de apenas dois anos, 2011 e 2012, o qual representou o ápice da tão aclamada "agressiva política de estímulos" do governo chinês em resposta à recessão do mundo desenvolvido, a China consumiu mais cimento do que os EUA consumiram durante todo o século XX

Furos e megalomania

O tão falado projeto do 'novo cinturão chinês', chamado de "Um cinturão, uma estrada" -- um projeto do governo chinês que busca, por meio de ferrovias, portos e rodovias, recriar caminhos milenares que conectavam o Ocidente e o Oriente -- nada mais é do que tudo isso em escala internacional. O objetivo do projeto é recriar a rota da seda com uma infraestrutura moderna, ligando o extremo oriente à Europa via terra e água. O projeto consiste em várias obras de infraestrutura em aproximadamente 60 países, e recorre a acordos comerciais para alavancá-lo. Na prática, trata-se de um grande projeto político. Ele é planejado pelo estado, financiado pelo estado e executado por empreiteiras ligadas ao estado. A intenção do projeto, ao menos durante sua fase de construção, é criar obras para empresas chinesas no exterior, garantindo empregos e receitas. Trata-se de algo baseado exclusivamente em planejamento central, e não em reais demandas de mercado.

Como bem resumiu o economista David Stockman, em 2017,

"a China é uma aberração cujo modelo econômico simplesmente não tem semelhança a nenhum outro modelo econômico já adotado por algum outro país em algum momento da história (nem mesmo ao modelo mercantilista de estímulo às exportações originalmente criado pelo Japão, e que já se comprovou insustentável). A economia chinesa é hoje uma mistura maluca de empreendedorismo de livre mercado em algumas áreas, de investimentos subsidiados e dirigidos pelo governo, de mercantilismo keynesiano, e de planejamento central comunista. Quando entrar em colapso, não será bonito."

Conclusão

O que a China nos ensina sobre economia e política econômica é aquela lição que quase nunca é fornecida nas salas de aula: é de crucial importância distinguir entre uma produção voltada para a criação de valor e uma produção que apenas consome e destrói capital.

A história do desenvolvimento econômico da China é, majoritariamente, uma história de crescimento insustentável e centralmente planejado, o qual mira apenas os números do PIB. Há uma visível falta de criação de valor, de acumulação de capital e de empreendedorismo voltado à satisfação das necessidades da população.

No Brasil, essa crise não mudou o tom bajulador da velha mídia e de outros personagens, já bastantes conhecidos e que exercem comando nos governos estaduais, a um regime opressor, ditatorial e centralizador, que não demonstra respeito algum por liberdades individuais, minorias, ou pelo clima, bandeiras que os "progressistas" costumam adorar. 

Curiosamente, é essa parte que parece atrair tanto os “intelectuais” e jornalistas brasileiros. Eles pensam que os modelos democráticos ocidentais se esgotaram, e que a solução pode estar numa liderança firme, centralizadora, por meio do estado. 



26 setembro 2021

100 ANOS DE PAULO FREIRE: UMA CRÍTICA DO EDUCADOR CRÍTICO

 Por Henrique Simplício¹  e Vitor Geraldi Haase² 
(¹) Bacharel e licenciado em ciências sociais, mestre em Sociologia e doutorando em Neurociências
(²) Professor titular do Departamento de Psicologia da UFMG
19/09/2021

Não há dúvidas que Paulo Freire é o teórico educacional mais influente da história brasileira. Detentor de diversos títulos Doutor Honoris Causa, Freire influenciou uma geração de profissionais do ensino que, por sua vez, formaram outra geração de educadores ao redor do Brasil e do mundo. Sua obra mais famosa, a Pedagogia do Oprimido (1974) é livro de cabeceira de muitos destes profissionais, alcançando desde o ensino básico até o universitário. Estes, dentre outros motivos, acabaram levando Freire ao posto de patrono da educação brasileira no ano de 2012. No meio de todo este prestígio, é questionável se caberia espaço para algum tipo de ressalva ou ao menos ponderação sobre as ideias do autor já que, não raramente, as críticas às ideias de Freire costumam ser tão bem receptivas quanto mullets.

Em tempos onde a expressão “Fake News” parece banalizada, servindo como uma espécie de trunfo desde o campo jurídico até os rincões do Twitter, as ideias discordantes do pensamento freiriano têm sido vistas como “anti-científicas”, próximas de um obscurantismo do espectro político mais à direita. Estas críticas seriam incapazes de reconhecer as contribuições de um dos teóricos mais influentes do último século. Neste terreno de ampla aceitação, haveria algum espaço para o debate analisando as teorias do autor?

Considerando a importância do debate para o avanço do conhecimento, vamos nos lançar a esta ingrata tarefa. Correremos o risco de sermos incompreendidos avaliando (como o próprio Freire defende) “criticamente” a teoria do próprio Freire. Afinal, existem motivos legítimos para questionar o trabalho do pedagogo?

Influências no pensamento Freireano

Para compreender a filosofia educacional de Freire, é necessário ter em mente que o autor tinha por propósito implementar uma transformação radical dentro da sociedade. Considerando sua preocupação com a pobreza e desigualdades existentes (questões mais do que legítimas), para Freire seria necessário uma mudança intensa e incisiva sobre as relações dentro da sociedade. Mas, em que tipo de referencial teórico Freire se ancora para implementar essas mudanças? Pois, por mais óbvio que pareça, o desejo por mudanças não implica em como ela deverá ser feita. Felizmente, para a satisfação de todos, Freire não esconde qual o caminho ele escolhe para nortear seu desejo por mudanças. Ao longo de suas obras, o autor deixa bem claro a sua influência ancorada no movimento marxista-socialista. O materialismo histórico e dialético (de Marx) surge em diferentes níveis nas preocupações de Freire. Ele passa desde a crítica à uma sociedade liberal, baseada em uma economia de mercado, até as mazelas proporcionadas aos oprimidos dentro de sala de aula. Em que pese seu apoio ao cristianismo e pautas mais pós-modernas, é notório que é a tradição marxista do seu pensamento que guia sua simpatia a tais vertentes não o inverso.

Assim como Marx, Freire entende que mais que interpretar o mundo, seria necessário transformá-lo e, para isso, uma revolução seria imprescindível. Desta forma, Freire não se furta ao tratar de forma elogiosa em seus livros educacionais mesmo ditadores pertencentes a este espectro político. Figuras como Ernesto Guevara, Lênin, Mao e Fidel Castro aparecem por diversas vezes junto adjetivos nobres, de forma que o leitor nem se lembre que estes mesmos autores ordenaram ou produziram regimes responsáveis diretamente pelo fuzilamento de dissidentes. No livro Pedagogia do Oprimido (1974), na mesma página que Freire elogia Guevara, Freire coloca o processo natural de uma revolução “detendo vidas”. Surge uma questão: em que medida é adequado ao ambiente escolar um autor de um livro pedagógico que enaltece ditadores, e, logo em seguida, fala naturalmente sobre um processo revolucionário de “deter vidas''. Haveria nesses propósitos algum objetivo humanista ou pedagógico profundo não reconhecido? É estranho pensar que esse material seja mesmo critério de seleção de candidatos em concursos educacionais.

O papel do professor

Ao ler parte da produção bibliográfica de Freire, é possível que o leitor se perca, questionando se, na verdade, estaria ele lendo um livro de educação ou política. É importante salientar que esta confusão não é feita sem propósito. No pensamento freireano, assim como para boa parte das teorias e leis educacionais vigentes no país, a educação não pode se separar da política. Considerando a dificuldade ou impossibilidade de suprimir nossos vieses, Freire declara que a boa educação se faz quando amarrada à sensibilidade dos problemas sociais. Problemas estes vistos pela mesma ótica do pensamento marxista mencionado anteriormente. Com intuito de modificar esta realidade, Freire vê no ambiente escolar a grande chave para a transformação da sociedade. Desta forma, para ele, a neutralidade no ambiente de ensino aparece não apenas como um erro mas uma ilusão. Assim, qual seria o papel do professor? O bom modelo de professor para Freire não é aquele que apresenta o conteúdo, transfere o aprendizado e volta para casa, deixando a política e disputa pelo poder de lado, com a sensação de dever cumprido. Pelo contrário, Freire chega a chamar este profissional de “reacionariamente pragmático” por transmitir conhecimentos e preferir separar a educação da política.

Segundo ele, o bom educador seria aquele que se empenha na luta "transformadora" vista sob a ótica revolucionária. Desta forma, o posicionamento político não é uma opção para o professor que deseja cumprir com seu dever de combater as injustiças e minar o desigual sistema capitalista .

Neste contexto, poderíamos lançar outra pergunta, afinal, o que haveria de errado com tais ideias? À princípio, misturar a educação com a política não seria algo bom? Afinal, a política está em tudo, certo? Sobre esta última pergunta, podemos dizer que a resposta depende muito do conceito de política adotado. Caso a política, como a apresentada por Freire, esteja amarrada à uma teoria filosófica que crê mesmo prever o futuro da história descrevendo seu fim (como à teoria marxista) é necessário ter cautela. A simbiose entre a política partidária e a educação torna o debate acadêmico sobre o ensino um barril de pólvora. Ao assumir a interferência da política no ensino, não debatemos mais com pesquisadores e profissionais que desejam o melhor resultado para seus alunos. Estamos agora diante de aliados e inimigos, opressores e oprimidos que são apenas enquadrados de acordo com uma visão política final, já interpretada à luz da história da luta de classes. Em um campo como este, uma educação baseada em evidências, imune aos interesses e jogos políticos inerentes da disputa de poder, torna-se tão viável quanto a estadia em Saturno. Ao menos no nosso parecer, esta concepção corre o sério risco de transformar o livre debate educacional em uma guerra de facções.

Aprendizagem

Ao apontar alguns dos aspectos que norteiam sua epistemologia educacional, Freire propõe algumas soluções que, ao menos hoje, parecem bastante distantes do que as evidências têm nos mostrado sobre o problema da perda de desempenho escolar. Segundo Freire, não é apenas indesejado como um equívoco que professores transmitam conhecimentos dentro de sala de aula(?). Esta concepção, vista por ele como “invasiva”, onde o educador deposita “saberes” nos seus alunos como se fosse um bancário adicionando valores em uma instituição financeira representaria um grave erro. Para esboçar esta crítica, Freire estabeleceu o conceito de “educação bancária”. Através dela, o educador prejudicaria a autonomia e a emancipação do aluno.

Ao menos do ponto de vista cognitivo-educacional, o principal problema desta briga de Freire contra a transmissão de conhecimentos se encontra no fato de que o ensino instrucional está longe de ser o vilão da história quando o assunto é desempenho escolar. Metodologias de ensino baseadas na transmissão do aprendizado por parte do professor têm sido revisadas por décadas com efeitos positivos sobre o desempenho dos alunos. Para piorar, estes efeitos não costumam ser modestos, pelo contrário. Estudos de metanálise baseados na revisão de trabalhos acadêmicos distintos, realizados em diferentes localidades ao redor do mundo apontam de forma clara para o efeito benéfico do ensino instrucional.

Outras frases de Freire soam ainda mais estranhas dentro deste debate: “ninguém educa ninguém - ninguém se educa a si mesmo - os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. Não há dúvida que os homens só conseguem participar da educação inseridos no mesmo mundo que permite a sua existência. Mas não nos parece haver qualquer sustentação para dizer que ninguém é capaz de educar alguém. Afinal, caso o professor seja incapaz de transferir conhecimentos e de educar alguém, o que sobraria para ele na prática do ensino escolar? Fazer proselitismo político?

Talvez resida aqui um dos principais pontos falhos tanto da clareza de Freire quanto de seu modelo teórico-epistemológico. Ao mesmo tempo que o patrono da educação nacional desvaloriza a transmissão de conhecimentos, defende a transmissão de valores políticos por parte do professor. Temos um paradoxo. O mesmo ambiente que possui inúmeros desafios provenientes de uma dificuldade natural do processo de aprendizado, deve agora abrir mão - segundo Freire - da direcionalidade do ensino para assumir obrigatoriamente um delineamento político. Essa inversão, onde a transmissão de conhecimentos perde espaço para a política dentro da escola pode ser a raiz epistemológica de muitos desvios de prioridade comumente vistos na educação nacional.

Muito antes do lançamento da pedagogia do oprimido de Freire, Hannah Arendt já havia apontado para o risco em se politizar a educação. Em seu “The crisis in education” (1961) a filósofa apresenta como a supressão da autoridade e a perda do horizonte calcado na transmissão do conhecimento tem promovido uma crise sem precedentes. Aqui, cabe retornar mais uma vez para o trabalho de Freire na medida em que ele não só propõe um modelo educacional que partidariza o ensino entre “opressores/oprimidos” como coloca o oprimido como protagonista nesse processo revolucionário que se realiza no ambiente escolar.

Em um cenário onde cerca de ⅔ das crianças chegam ao ensino médio sem dominar habilidades aritméticas básicas, parece-nos difícil valorizar a política e a “prática problematizadora” contra transmissão de conhecimentos. Ao que tudo indica, para a filosofia de Freire parece ser mais fácil consertar o mundo do que armazenar a tabuada. Fica a pergunta: Como promover a emancipação e autonomia no ambiente escolar sem a transmitir conhecimento, reduzindo a história  à uma visão final de mundo? É preciso ter cuidado para não esconder dentro da consciência crítica, um servilismo irrestrito pertencente a modismos políticos.

Através destes comentários, cremos que seja possível registrar no centenário de Freire estas breves críticas ao trabalho do teórico educacional mais influente da história do país. Em um cenário onde a esmagadora maioria dos profissionais de educação encontra-se em contato com seus trabalhos, parece ser necessário valorizar o debate e compreender que visões dissidentes podem ser capazes de apontar para melhorias. Caso contrário, corre-se o forte risco de transformar a educação em um terreno fértil para religiões políticas à deriva tanto de “messias educacionais” quanto de ideologias do século XIX pouco afeitas ao debate científico.


COMO PAULO FREIRE AJUDOU A DESTRUIR A EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Hoje, em alguns lugares, existe ainda a discussão se é possível separar o método de alfabetização Paulo Freire do restante da obra, de doutrinação política.  Os textos a seguir, compilados pela Gazeta do Povo, em 19/12/2019, explicam essa discussão. 

1. Paulo Freire, a biografia e a mitologia: adultos alfabetizados em 40 horas?

Em texto publicado para a Gazeta do Povo, em setembro de 2017, Gabriel de Arruda Castro descreve os principais fatos da vida de Paulo Freire (1921-1997), citando episódios como o mutirão de alfabetização em Angicos (RN), em 1963, lenda que defende a suposta alfabetização por Freire de 380 adultos em 40 horas, e que rendeu ao educador o convite do ex-presidente João Goulart para dirigir o Programa Nacional de Alfabetização. Arruda Castro também explica a técnica de Freire de usar a palavra completa para alfabetizar, a ideologia incutida em seus textos, as acusações de plágio contra o educador e a impossibilidade de contestar Paulo Freire na universidade, mesmo com evidências sólidas contra suas ideias.

2. Pedagogia do fracasso: o que há de errado na formação de professores

As faculdades de Pedagogia cultuam Paulo Freire e suas obras e isso é assim por vários motivos. Um deles é porque os currículos dos principais cursos ainda adotam autores que foram importantes há 40 anos, mas que já foram superados pelos estudos recentes de neurociência e psicologia cognitiva – ciências que, por enquanto, têm sido desprezadas no Brasil. Em texto corajoso, dois professores explicam por que reduzir a formação de professores a autores como Henri Wallon, Lev Vigotski e Jean Piaget – como se vê hoje nos cursos de Pedagogia – leva a educação brasileira a aceitar de tudo, como Paulo Freire e a insistência em métodos que não funcionam.

3. Novos livros tentam esconder a insignificância de Paulo Freire no mundo das ideias

“Quem já leu uma biografia de Paulo Freire, leu todas”. Em ensaio para a Gazeta do Povo, Martim Vasques da Cunha analisou não só as duas últimas biografias publicadas sobre Paulo Freire, mas também os fundamentos do pensamento do educador, com base no personalismo de Emmanuel Mounier, no construtivismo pedagógico, na eliminação de Deus e colocando o homem como “autor da própria libertação”, bem em sintonia com a doutrina marxista. Vasques da Cunha também traz detalhes curiosos da vida de Paulo Freire, como a defesa do crioulo como língua oficial do país em lugar do português, o péssimo desempenho documentado de Freire como secretário municipal de Educação de São Paulo e a sua desistência de entender “Grande Sertão: veredas”, de Guimarães Rosa que, para ele, era preciso ser “traduzido”.

4. Paulo Freire e a autoajuda marxista

“O que seria da cultura brasileira se Machado de Assis fosse obrigado, em sua alfabetização, a tartamudear sobre o morro em que nasceu?” Essa é a pergunta que faz José Maria e Silva em artigo publicado na Gazeta do Povo, em crítica ao método de ensino de Paulo Freire, que restringe o aluno às suas próprias experiências. No texto, ele desmascara, em poucas palavras, a ideologia explícita de obras como “Pedagogia do Oprimido”.

5. A transformação de Paulo Freire: de manifesto maoísta a manual de pedagogia

A colunista Bruna Frascolla revela como a "Pedagogia do Oprimido", de Paulo Freire, nem sequer pretendia ser um livro de pedagogia. Era, na verdade, o livro de um comunista voltado a criticar o dirigismo estalinista e apoiar o maoísmo. Por razões que a própria Razão desconhece, tornou-se a Bíblia de pedagogos brasileiros e referência para anglófonos.

6. Paulo Freire em xeque: de Patrono da Educação às ideias indefensáveis

Em seu mais famoso livro, Paulo Freire faz elogios a Fidel Castro e Che Guevara e destaca a sua intenção de “despertar a consciência” dos alunos para a “opressão”. Marxista assumido, Paulo tinha a luta de classes embutida em sua visão de mundo.

E, por último, a Gazeta explica por que, apesar de tudo, Paulo Freire é enaltecido no Brasil: o educador conseguiu levar para a sala de aula o marxismo, a luta de classes, a lógica do “opressor e do oprimido”, dando a essas opiniões uma força de autoridade invisível, como um dogma impossível de ser contestado. Os alunos acabam reduzindo seus conhecimentos à batalha contra um agressor que não existe, sem perceber que, na realidade, estão sendo alienados de estudos que poderiam libertá-los da pobreza e da ignorância.

25 setembro 2021

AS ORIGENS DA PANDEMIA DE COVID-19 CONTINUAM EM ABERTO.

Um novo documento de 900 páginas, obtido pelo portal americano The Intercept por meio da lei de informação dos EUA detalha o trabalho da organização americana de saúde EcoHealth Alliance (EHA) em parceria com o Instituto de Virologia de Wuhan (IVW) em pesquisas sobre coronavírus de morcego no laboratório chinês. Entre os documentos obtidos estão duas propostas para requisição de financiamento, que não haviam sido divulgadas ao público até então, ao Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA (NIH), uma agência federal americana dirigida por Anthony Fauci, principal conselheiro da Casa Branca para a resposta à pandemia de Covid-19.

A proposta de financiamento era para um projeto chamado “Compreendendo os riscos do surgimento de coronavírus de morcegos”, que envolvia amostragens de morcegos e de pessoas que trabalhavam com animais vivos, para a detecção de novos tipos de coronavírus.

A pesquisa recebeu financiamento de US$ 3,1 milhões para o período entre 2014 e 2019. O incentivo foi renovado em 2019 e cancelado em 2020, pelo governo do então presidente Donald Trump. Os recursos incluíram US$ 599 mil para as pesquisas com coronavírus de morcegos do Instituto de Virologia de Wuhan.

Uma das informações reveladas pelos documentos que foram tornados públicos é a de que a pesquisa com camundongos “humanizados” – geneticamente modificados para apresentarem tecidos humanos e usados em pesquisas – foi conduzida em um laboratório de biossegurança de nível 3 da Universidade de Wuhan, e não no Instituto de Virologia de Wuhan – que tem nível 4 de biossegurança – como se acreditava até então.

As origens da pandemia de Covid-19 continuam em aberto e a última investigação do serviço de inteligência americano não chegou a uma conclusão.

SETEMBRO FERROVIÁRIO

Esta semana (22/9), o ministro Tarcisio Gomes de Freitas divulgou uma notícia dando-lhe o título, através da hashtag #SetembroFerroviário, ao receber o 14०٠ pedido de autorização ferroviária.  Isto significa mais de R$ 80 bilhões de investimentos em 5,3 mil km de trilhos pelo Brasil. Todo esse investimento estava lá, parado, esperando um gesto do Estado para se viabilizar por meio da iniciativa privada. Um legado que vai durar por décadas. Definitivamente, é o Brasil entrando nos trilhos, fato esperado há muito tempo pelos brasileiros, que só tiveram esta prazer do final do século XIX até o início da II Guerra Mundial. Tal modelo foi pensado para o Brasil pelo Barão de Mauá, para transporte das riquezas do País, de seu interior até os portos. Foi assim que, em 1854, inaugurou a primeira estrada de ferro brasileira.

De lá para cá, o Brasil só conviveu com histórias malditas. Há quase três décadas de seu início, a construção da ferrovia Norte-Sul só recentemente, no governo Bolsonaro, foi terminada, mas escândalos surgiram logo na fase de licitação, em 1987, durante o governo Sarney (MDB). A obra se converteu em símbolo de corrupção, incompetência e desfaçatez do governo federal.

Posteriormente, outras "viagens" similares ocorreram. É o caso, por exemplo, das ferrovias que ligariam a Norte-Sul a Goiás e ao litoral da Bahia, durante o governo Lula, do PT. O governo da ex-presidente Dilma Rousseff, também do PT, passou a ampliar esse enredo ao "viajar" na ideia do trem-bala, aquele que estaria pronto para ligar São Paulo ao Rio já na Copa de 2014. No mesmo embalo, a presidente surgiu com a história do trem do Peru, que ligaria o centro do Brasil ao Pacífico passando em parte pela Amazônia e pelos Andes, "corredor da exportação agropecuário" por onde nem os agropecuaristas querem correr. 

Durante décadas vivemos sob falsa República, gerida pela bandalheira e pelo abuso de poder. Como diria Machado de Assis, a vulgaridade tornara-se título e a mediocridade, brasão.

PAULO FREIRE É UÍSQUE PARAGUAIO

Em seu artigo deste fim de semana, na Revista Oeste, o jornalista J. R. Guzzo, volta a abordar um personagem da esquerda brasileira, um desses ídolos culturais. Seguem abaixo alguns trechos do seu artigo. Posteriormente, complemento-o com outras informações colhidas de outro autor.

... "Paulo Freire não faz parte das possibilidades de solução para problema algum. Faz parte, isso sim, da tragédia permanente da educação no Brasil."

"A esquerda nacional tentou com grande empenho nos últimos dias, embora com bem pouco sucesso de público, ressuscitar para o Brasil de 2021 um desses ídolos culturais, mais um, que ela fabrica regularmente de tempos em tempos e exige que sejam venerados pelo país inteiro como se fossem os Doze Apóstolos, ou a Santíssima Trindade, ou ambos ao mesmo tempo. Nunca importa, realmente, o que o sujeito fez — sua obra, seu talento ou os resultados concretos da sua atividade. Só interessa, para os agentes culturais do “campo progressista”, a devoção à figura escolhida para o papel de santo. É como na religião, e como em quase tudo o que a esquerda promove. Não pergunte nada; ajoelhe-se e reze. Nessa balada, vão socando em cima do público, com embalagem de herói, as figuras criadas por sua imaginação. A levar a sério o que sai na mídia, nas classes intelectuais e nos “projetos de luta” de ONGs à caça de verbas, são grandes vultos da nossa história. Vai ver de perto e é tudo uísque paraguaio. ...

... o que, no fim das contas, o homem fez de útil para a educação brasileira, ou para qualquer outra coisa? Nada que alguém tenha conseguido saber até hoje. Mas, como acontece com todos os heróis da esquerda nacional, isso é um detalhezinho à toa; basta dizer que o sujeito é um dos educadores “mais importantes” do país, e mesmo do mundo, e pronto. Importante por quê? Não interessa. ...

... o “método Paulo Freire”, que, por aquilo que nos dizem, é o mais decisivo avanço da cultura humana desde a invenção da escrita. Quando se olha a coisa de perto, porém, não é nada disso. O método de Freire, na verdade, não é uma proposta de ensino — é um manifesto político do começo ao fim. Não se destina, não para valer, a transmitir aos estudantes, de alguma forma mais eficiente que outras, conhecimentos de português básico, de ciência ou das quatro operações matemáticas; serve apenas para socar na cabeça das crianças e adolescentes as crenças políticas do autor. ...

... mas que crenças são essas ? — as que pregam um mundo coletivista, com o Estado mandando em tudo, e mais todo o bonde das invenções tidas como “socialistas” ou “comunistas”. Os professores, por essa visão, não têm de ensinar nada; devem ser “agentes de transformação política”. O “método Paulo Freire” não se destina a ensinar os alunos a ler, escrever ou contar. Seu objetivo é formar servidores obedientes à “ditadura popular-proletária-“camponesa”-etc. que existe no mundo mental e nos desejos do autor. É um mundo em que Che Guevara é citado como “exemplo de amor” e a família é descrita como um sistema de “opressão”. ...

... O “método Paulo Freire” jamais foi adotado por nenhum país desenvolvido, ou que tenha um mínimo de sucesso no seu sistema educacional. Serve para um país pobre, então? Menos ainda — com esses é que não funciona mesmo. É muito significativo que o Brasil, um dos países mais atrasados do mundo em sua educação pública, seja também o que concentra o maior número, ou a quase totalidade, dos admiradores do método. (É claro que todos eles, através dos sindicatos de professores, foram os defensores mais extremados do fechamento das escolas brasileiras durante mais de um ano, por conta da covid. Querem o “método Paulo Freire”. Mas não querem dar aula.) ... Freire chamava suas propostas de “pedagogia do oprimido”. Com certeza, na vida como ela é, tornou-se a pedagogia do fracasso. ...

... Paulo Freire não faz parte das possibilidades de solução para problema algum. Faz parte, isso sim, da tragédia permanente da educação no Brasil."

Esse alerta não é de hoje e nos foi relembrado em artigo de Lucas Berlanza (18/12/2019), ao nos mostrar uma matéria do Jornal de Brasil (JB) de 15 de março de 1964, na qual a professora Sandra Cavalcanti, então secretária de Serviços Sociais  do governo do estado da Guanabara, condenou o Ministério da Educação e o famigerado método Paulo Freire.

Portanto, já naquela época havia preocupação com o uso da educação e do sistema de ensino para promover ideologias, realizando doutrinação. Trata-se de problema que certamente recrudesceu a partir de meados do regime militar, com a introdução das teses gramscistas e o incremento do interesse das esquerdas pela cultura, mas que não é absolutamente inédito, encontrando raízes bem mais antigas. A matéria dá conta ainda de que Sandra apontou que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação “virou frangalho nas mãos dos comunistas que dominam atualmente o Ministério da Educação”A seguir, alguns trechos do artigo de Lucas Berlanza e imagens da matéria do JB.

"O método de Paulo Freire era defendido por João Goulart, ao lado de suas famigeradas Reformas de Base, como algo a ser apoiado pelas políticas educacionais. Disse a professora Sandra: “um suposto método milagroso de alfabetização é cantado em prosa e verso para justificar a utilização de processos revolucionários e subversivos junto aos adultos analfabetos: o famoso método Paulo Freire não existe. Trata-se de uma mistificação, dessas que surgem de vez em quando, reanunciando o nascimento de cabelo em carecas”. Para ela, a única coisa nova no método dele “é a formação rigorosa de monitores marxistas, incumbidos de destilar os ideais revolucionários e subversivos junto com as sílabas e os conceitos. Isso sim é novo, mas não pode ser chamado de método pedagógico. Trata-se de um método político. Trata-se de um método subversivo. Não representa nenhuma conquista no mundo da inteligência e não adianta em nada a tarefa dos professores”.  

Ela já denunciava que os comunistas pretendiam criar, “em 10 ou 15 anos”, toda “uma geração atuante”“conformada aos seus planos, engajada nas suas lutas”, começando pelos meios universitários e deparando-se com “democratas omissos”, entre os quais ela menciona o ex-presidente Juscelino Kubitschek, do PSD – o outro braço do varguismo, junto com o PTB de Jango. Para ela, JK abriu as portas para eles ao apoiar o financiamento de institutos e centros de pensamento dominados pelas tendências marxistas e legitimar uma “greve de estudantes” que “mantiveram um Diretor de faculdade prisioneiro durante mais de 30 horas”. Sabe essas “ocupações” de universidades que vinham acontecendo há pouco tempo, com o beneplácito de boa parte da classe pensante e da imprensa? Pois é, pouca coisa de novo…

Os problemas são velhos – e os alertas também. É bem tarde, mas ainda há tempo de ouvi-los e trabalhar para que prioridades avancem em vez de fantasias ideológicas."   


 





22 setembro 2021

COVID-19 - VACINAÇÃO E INFECÇÃO "BREAKTHROUGH" (*)

O Brasil terminou agosto com 194 milhões de doses aplicadas, segundo o vacinabrasil.org e fechou esta terça (21) com cerca de 225 milhões. Só em setembro, portanto, mais de 30 milhões de doses foram aplicadas.

Plataformas de monitoramento independentes, inclusive estrangeiras, colocam o Brasil atrás apenas de Índia e China. Esse desempenho supera todos os 27 países da União Europeia somados.

Para se ter uma ideia, hoje o Brasil tem uma proporção de vacinados com a primeira dose (68,57%) maior do que a dos Estados Unidos (63,11%), segundo dados da plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford.

Infecção 'breakthrough'

Se você ainda tiver covid-19 depois de duas semanas da segunda dose, você sofreu uma infecção "breakthrough" (invasiva), ou seja, quando uma pessoa é infectada mesmo tendo recebido vacina contra uma doença.

Em termos gerais, as infecções breakthrough são semelhantes às infecções comuns de covid-19 em pessoas não-vacinadas — mas existem algumas diferenças.

De acordo com o estudo Covid Symptom Study, os cinco sintomas mais comuns de uma infecção breakthrough são dor de cabeça, coriza, espirros, dor de garganta e perda do olfato. Alguns desses sintomas são os mesmos sentidos por pessoas que não se vacinaram.

Se você não foi vacinado, três dos sintomas mais comuns também são dor de cabeça, dor de garganta e coriza.

No entanto, os outros dois sintomas mais comuns em pessoas não-vacinadas são febre e tosse persistente. Esses dois sintomas "clássicos" da covid-19 se tornam muito menos comuns depois que você recebe as vacinas. Um estudo descobriu que pessoas com infecções breakthrough têm 58% menos probabilidade de ter febre em comparação com pessoas não-vacinadas. Em vez disso, a covid-19 após a vacinação tem sido descrita como sensação de resfriado por muitos.

Pessoas vacinadas também têm menos probabilidade do que pessoas não-vacinadas de serem hospitalizadas caso tenham covid-19. Elas também são propensas a ter menos sintomas durante os estágios iniciais da doença e são menos propensas a desenvolver covid longa.

O motivo para a doença ser mais branda em pessoas vacinadas pode ser porque as vacinas, quando não bloqueiam a infecção, parecem fazer com que as pessoas infectadas tenham menos partículas de vírus em seu corpo. No entanto, isso ainda não foi comprovado.

O que aumenta o risco?

No Reino Unido, pesquisas descobriram que 0,2% da população — ou uma pessoa em cada 500 — sofre uma infecção breakthrough depois de totalmente vacinada. Mas nem todos correm o mesmo risco. Quatro fatores parecem contribuir para seu nível de proteção com a vacina.

1. Tipo de vacina

O primeiro é o tipo específico de vacina que você recebeu e a redução do risco relativo que cada tipo oferece. A redução do risco relativo é uma medida de quanto uma vacina reduz o risco de alguém desenvolver covid-19 em comparação com alguém que não foi vacinado.

Ensaios clínicos descobriram que a vacina Moderna reduz o risco de uma pessoa desenvolver covid-19 sintomático em 94%, enquanto a vacina Pfizer reduz esse risco em 95%. As vacinas Johnson & Johnson e AstraZeneca tiveram pior desempenho, reduzindo esse risco em cerca de 66% e 70%, respectivamente (embora a proteção oferecida pela vacina AstraZeneca parecesse aumentar para 81% se um intervalo maior fosse deixado entre as doses).

2. Tempo desde a vacinação

Mas esses números não dão o quadro completo. Está se tornando cada vez mais evidente que o tempo decorrido desde a vacinação também é importante e é uma das razões pelas quais o debate sobre as imunizações de reforço está crescendo em intensidade.

Pesquisas iniciais, ainda em pré-publicação (ainda não revisadas por outros cientistas), sugerem que a proteção da vacina Pfizer diminui ao longo dos seis meses após a vacinação. Outro artigo pré-publicação de Israel também sugere a mesma coisa. É muito cedo para saber o que acontece com a eficácia da vacina depois de seis meses da segunda dose, mas é provável que ela caia ainda mais.

3. Variantes

Outro fator importante é a variante do vírus que você está enfrentando. As reduções no risco acima foram calculadas testando vacinas contra a forma original do coronavírus.

Mas, ao enfrentar a variante alfa, os dados da Public Health England sugerem que duas doses da vacina Pfizer são ligeiramente menos protetoras, reduzindo o risco de sintomas de covid-19 em 93%. Contra a delta, o nível de proteção cai ainda mais, para 88%. A vacina AstraZeneca também é afetada.

O estudo Covid Symptom Study confirma tudo isso. Seus dados sugerem que em duas a quatro semanas após receber a segunda dose da Pfizer, você tem cerca de 87% menos probabilidade de ter sintomas de covid-19 ao enfrentar a variante delta. Depois de quatro a cinco meses, esse número cai para 77%.

4. Seu sistema imunológico

É importante lembrar que os números acima se referem à redução média do risco em uma população. O seu próprio risco dependerá de seus próprios níveis de imunidade e de outros fatores específicos da pessoa (como o grau de exposição ao vírus, que pode ser determinado pelo tipo de trabalho que você faz).

A aptidão imunológica geralmente diminui com a idade. Condições médicas de longo prazo também podem prejudicar nossa resposta à vacinação. Idosos ou pessoas com sistema imunológico comprometido podem, portanto, ter níveis mais baixos de proteção induzida por vacina contra covid-19 ou podem ver sua proteção diminuir mais rapidamente.

Também vale a pena lembrar que os mais vulneráveis clinicamente receberam vacinas primeiro, possivelmente há mais de oito meses, o que pode aumentar o risco de sofrer uma infecção inicial devido ao declínio da proteção.

Preciso me preocupar?

As vacinas ainda reduzem muito suas chances de contrair covid-19. Elas também protegem em um grau ainda maior contra hospitalização e morte.

No entanto, é preocupante haver mais infecções breakthrough. O temor é que elas possam aumentar se a proteção da vacina, como se suspeita hoje, cair com o tempo.

Portanto, muitos países ao redor do mundo, como o Brasil, estão oferecendo uma terceira dose aos mais vulneráveis e também considerando se os reforços devem ser dados mais amplamente ao restante da população.

Mas mesmo que eles venham a ser usados, isso não deve ser interpretado como "vacinas não funcionam".

E, enquanto isso, é essencial promover a vacinação para todos aqueles que possam ser vacinados mas que ainda não foram, advertem os especialistas.

Ganho individual ou um bem coletivo?

Quando tomamos uma vacina, sempre pensamos em nossa própria saúde: na maioria das vezes, o objetivo é diminuir o risco de pegar determinada doença infecciosa.

Mas precisamos ter em mente que o benefício da vacinação vai muito além de nós mesmos.

Quando nos protegemos, estamos beneficiando por tabela toda a sociedade.

Afinal, o imunizante pode quebrar as cadeias de transmissão de um vírus (quando ele é capaz de prevenir a infecção) ou diminuir o risco de superlotação dos leitos hospitalares (quando ele minimiza as chances de evolução para os quadros mais graves).

Mas há um detalhe importante nessa história. Esses efeitos positivos só costumam ser sentidos quando uma parcela considerável da população está efetivamente imunizada.

"A vacina é, principalmente, um bem coletivo. E esse impacto individual, de proteção contra determinada doença ou suas formas mais graves, cresce à medida que uma maior parte da população é vacinada", explicou a epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin de Vacinas, nos Estados Unidos, em entrevista recente à BBC News Brasil.


(*) Texto compilado de diversas fontes disponíveis na Internet.

21 setembro 2021

O BRASIL DO FUTURO

Concluído o discurso do presidente Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta terça-feira, 21/09, não houve surpresas. Foi um discurso brilhante, com altivez, verdades e importante defesa dos direitos individuais. Confirmou por que é um inegável fenômeno político. Um ESTADISTA. 

O Presidente desmontou narrativas globais que acusam o Brasil de vilão ambiental, apresentou fatos sobre como o governo agiu no combate à pandemia e informou sobre a retomada do desenvolvimento econômico.

Vamos as boas notícias

Já em seu primeiro parágrafo, resumiu praticamente tudo sobre as diferenças entre o Brasil de ontem e o de hoje. Em apenas dois anos e meio de governo, apesar da pandemia, disse como o País mudou, se reconstruiu e está obtendo ótimos resultados .


" É uma honra abrir novamente a Assembleia-Geral das Nações Unidas. Venho aqui mostrar o Brasil diferente daquilo publicado em jornais ou visto em televisões. O Brasil mudou, e muito, depois que assumimos o governo em janeiro de 2019. Estamos há 2 anos e 8 meses sem qualquer caso concreto de corrupção. O Brasil tem um presidente que acredita em Deus, respeita a Constituição e seus militares, valoriza a família e deve lealdade a seu povo. Isso é muito, é uma sólida base, se levarmos em conta que estávamos à beira do socialismo. Nossas estatais davam prejuízos de bilhões de dólares, hoje são lucrativas. Nosso Banco de Desenvolvimento era usado para financiar obras em países comunistas, sem garantias. Quem honra esses compromissos é o próprio povo brasileiro. Tudo isso mudou. Apresento agora um novo Brasil com sua credibilidade já recuperada." 

Bolsonaro se posicionou a favor da vacinação contra a Covid-19, apesar de ainda não ter sido imunizado, e defendeu o tratamento precoce. O Presidente também criticou o passaporte da vacina e exaltou medidas do governo na pandemia, como o auxílio emergencial. Em seu pronunciamento, Bolsonaro também afirmou que sua gestão recuperou a credibilidade no exterior e falou sobre a política ambiental do governo, que já recebeu diversas críticas de outros países. O presidente reforçou compromisso de alcançar a neutralidade climática até 2050 e falou sobre a redução do desmatamento.

A íntegra do discurso de Bolsonaro na Assembleia-Geral da ONU

Senhor Presidente da Assembleia-Geral, Abdulla Shahid, Senhor Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, Senhores Chefes de Estado e de Governo e demais chefes de delegação. Senhoras e senhores,

É uma honra abrir novamente a Assembleia-Geral das Nações Unidas. Venho aqui mostrar o Brasil diferente daquilo publicado em jornais ou visto em televisões. O Brasil mudou, e muito, depois que assumimos o governo em janeiro de 2019. Estamos há 2 anos e 8 meses sem qualquer caso concreto de corrupção. O Brasil tem um presidente que acredita em Deus, respeita a Constituição e seus militares, valoriza a família e deve lealdade a seu povo. Isso é muito, é uma sólida base, se levarmos em conta que estávamos à beira do socialismo. Nossas estatais davam prejuízos de bilhões de dólares, hoje são lucrativas. Nosso Banco de Desenvolvimento era usado para financiar obras em países comunistas, sem garantias. Quem honra esses compromissos é o próprio povo brasileiro. Tudo isso mudou. Apresento agora um novo Brasil com sua credibilidade já recuperada.

O Brasil possui o maior programa de parceria de investimentos com a iniciativa privada de sua história. Programa que já é uma realidade e está em franca execução. Até aqui, foram contratados US$ 100 bilhões de novos investimentos e arrecadados US$ 23 bilhões em outorgas. Na área de infraestrutura, leiloamos, para a iniciativa privada, 34 aeroportos e 29 terminais portuários. Já são mais de US$ 6 bilhões em contratos privados para novas ferrovias. Introduzimos o sistema de autorizações ferroviárias, o que aproxima nosso modelo ao americano. Em poucos dias, recebemos 14 requerimentos de autorizações para novas ferrovias com quase US$ 15 bilhões de investimentos privados. Em nosso governo promovemos o ressurgimento do modal ferroviário. Como reflexo, menor consumo de combustíveis fósseis e redução do custo Brasil, em especial no barateamento da produção de alimentos.

Grande avanço vem acontecendo na área do saneamento básico. O maior leilão da história no setor foi realizado em abril, com concessão ao setor privado dos serviços de distribuição de água e esgoto no Rio de Janeiro. Temos tudo o que investidor procura: um grande mercado consumidor, excelentes ativos, tradição de respeito a contratos e confiança no nosso governo. Também anuncio que nos próximos dias, realizaremos o leilão para implementação da tecnologia 5G no Brasil. Nossa moderna e sustentável agricultura de baixo carbono alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e utiliza apenas 8% do território nacional.

Nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa. Nosso Código Florestal deve servir de exemplo para outros países. O Brasil é um país com dimensões continentais, com grandes desafios ambientais. São 8,5 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 66% são vegetação nativa, a mesma desde o seu descobrimento, em 1500. Somente no bioma amazônico, 84% da floresta está intacta, abrigando a maior biodiversidade do planeta. Lembro que a região amazônica equivale à área de toda a Europa Ocidental. Antecipamos, de 2060 para 2050, o objetivo de alcançar a neutralidade climática. Os recursos humanos e financeiros, destinados ao fortalecimento dos órgãos ambientais, foram dobrados, com vistas a zerar o desmatamento ilegal. E os resultados desta importante ação já começaram a aparecer! Na Amazônia, tivemos uma redução de 32% do desmatamento no mês de agosto, quando comparado a agosto do ano anterior. Qual país do mundo tem uma política de preservação ambiental como a nossa? Os senhores estão convidados a visitar a nossa Amazônia!

O Brasil já é um exemplo na geração de energia com 83% advinda de fontes renováveis. Por ocasião da COP-26, buscaremos consenso sobre as regras do mercado de crédito de carbono global. Esperamos que os países industrializados cumpram efetivamente seus compromissos com o financiamento de clima em volumes relevantes. O futuro do emprego verde está no Brasil: energia renovável, agricultura sustentável, indústria de baixa emissão, saneamento básico, tratamento de resíduos e turismo. Ratificamos a Convenção Interamericana contra o Racismo e Formas Correlatas de Intolerância. Temos a família tradicional como fundamento da civilização. E a liberdade do ser humano só se completa com a liberdade de culto e expressão. 14% do território nacional, ou seja, mais de 110 milhões de hectares, uma área equivalente a Alemanha e França juntas, é destinada às reservas indígenas. Nessas regiões, 600.000 índios vivem em liberdade e cada vez mais desejam utilizar suas terras para a agricultura e outras atividades.

O Brasil sempre participou em Missões de Paz da ONU. De Suez até o Congo, passando pelo Haiti e Líbano. Nosso país sempre acolheu refugiados. Em nossa fronteira com a vizinha Venezuela, a Operação Acolhida, do Governo Federal, já recebeu 400 mil venezuelanos deslocados devido à grave crise político-econômica gerada pela ditadura bolivariana. O futuro do Afeganistão também nos causa profunda apreensão. Concederemos visto humanitário para cristãos, mulheres, crianças e juízes afegãos. Nesses 20 anos dos atentados contra os Estados Unidos da América, em 11 de setembro de 2001, reitero nosso repúdio ao terrorismo em todas suas formas. Em 2022, voltaremos a ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Agradeço aos 181 países, em um universo de 190, que confiaram no Brasil. Reflexo de uma política externa séria e responsável promovida pelo nosso Ministério de Relações Exteriores. Apoiamos uma Reforma do Conselho de Segurança ONU, onde buscamos um assento permanente.

A pandemia pegou a todos de surpresa em 2020. Lamentamos todas as mortes ocorridas no Brasil e no mundo. Sempre defendi combater o vírus e o desemprego de forma simultânea e com a mesma responsabilidade. As medidas de isolamento e lockdown deixaram um legado de inflação, em especial, nos gêneros alimentícios no mundo todo. No Brasil, para atender aqueles mais humildes, obrigados a ficar em casa por decisão de governadores e prefeitos e que perderam sua renda, concedemos um auxílio emergencial de US$ 800 para 68 milhões de pessoas em 2020. Lembro que terminamos 2020, ano da pandemia, com mais empregos formais do que em dezembro de 2019, graças às ações do nosso governo com programas de manutenção de emprego e renda que nos custaram cerca de US$ 40 bilhões. Somente nos primeiros 7 meses desse ano, criamos aproximadamente 1 milhão e 800 mil novos empregos. Lembro ainda que o nosso crescimento para 2021 está estimado em 5%.

Até o momento, o Governo Federal distribuiu mais de 260 milhões de doses de vacinas e mais de 140 milhões de brasileiros já receberam, pelo menos, a primeira dose, o que representa quase 90% da população adulta. 80% da população indígena também já foi totalmente vacinada. Até novembro, todos que escolheram ser vacinados no Brasil, serão atendidos. Apoiamos a vacinação, contudo o nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina. Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce, seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina. Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico-paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso off-label. Não entendemos porque muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se colocaram contra o tratamento inicial. A história e a ciência saberão responsabilizar a todos.

No último 7 de setembro, data de nossa Independência, milhões de brasileiros, de forma pacífica e patriótica, foram às ruas, na maior manifestação de nossa história, mostrar que não abrem mão da democracia, das liberdades individuais e de apoio ao nosso governo. Como demonstrado, o Brasil vive novos tempos. Na economia, temos um dos melhores desempenhos entre os emergentes. Meu governo recuperou a credibilidade externa e, hoje, se apresenta como um dos melhores destinos para investimentos. É aqui, nesta Assembleia-Geral, que, vislumbramos um mundo de mais liberdade, democracia, prosperidade e paz. Deus abençoe a todos.