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25 setembro 2021

SETEMBRO FERROVIÁRIO

Esta semana (22/9), o ministro Tarcisio Gomes de Freitas divulgou uma notícia dando-lhe o título, através da hashtag #SetembroFerroviário, ao receber o 14०٠ pedido de autorização ferroviária.  Isto significa mais de R$ 80 bilhões de investimentos em 5,3 mil km de trilhos pelo Brasil. Todo esse investimento estava lá, parado, esperando um gesto do Estado para se viabilizar por meio da iniciativa privada. Um legado que vai durar por décadas. Definitivamente, é o Brasil entrando nos trilhos, fato esperado há muito tempo pelos brasileiros, que só tiveram esta prazer do final do século XIX até o início da II Guerra Mundial. Tal modelo foi pensado para o Brasil pelo Barão de Mauá, para transporte das riquezas do País, de seu interior até os portos. Foi assim que, em 1854, inaugurou a primeira estrada de ferro brasileira.

De lá para cá, o Brasil só conviveu com histórias malditas. Há quase três décadas de seu início, a construção da ferrovia Norte-Sul só recentemente, no governo Bolsonaro, foi terminada, mas escândalos surgiram logo na fase de licitação, em 1987, durante o governo Sarney (MDB). A obra se converteu em símbolo de corrupção, incompetência e desfaçatez do governo federal.

Posteriormente, outras "viagens" similares ocorreram. É o caso, por exemplo, das ferrovias que ligariam a Norte-Sul a Goiás e ao litoral da Bahia, durante o governo Lula, do PT. O governo da ex-presidente Dilma Rousseff, também do PT, passou a ampliar esse enredo ao "viajar" na ideia do trem-bala, aquele que estaria pronto para ligar São Paulo ao Rio já na Copa de 2014. No mesmo embalo, a presidente surgiu com a história do trem do Peru, que ligaria o centro do Brasil ao Pacífico passando em parte pela Amazônia e pelos Andes, "corredor da exportação agropecuário" por onde nem os agropecuaristas querem correr. 

Durante décadas vivemos sob falsa República, gerida pela bandalheira e pelo abuso de poder. Como diria Machado de Assis, a vulgaridade tornara-se título e a mediocridade, brasão.

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