24 dezembro 2022

À IMAGEM E SEMELHANÇA DO PT

Em À imagem e semelhança do PT, o Estadão constata "que é absolutamente decepcionante para o País verificar a composição dos Ministérios que vai sendo delineada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva". 

"A rigor, ninguém pode dizer que está surpreso com tal situação. O passado petista nunca possibilitou qualquer esperança de um governo do PT politicamente aberto e plural. Ao longo da história da legenda, observa-se uma firme constante: sempre consideraram que eles, apenas eles, têm as soluções para o País".

"A legenda nunca foi capaz de enxergar nada de bom além de suas linhas. A partir daí entende-se também, por exemplo, o esquema do mensalão. Para o PT, os outros partidos, desprovidos de ideias e propostas, seriam apenas peças de manobra disponíveis para compra", acrescenta.

"Não há, portanto, nenhuma novidade na composição que vai se delineando para o terceiro governo de Lula. É o PT sendo o PT".

“Diante das grandes necessidades do País, não deixa de ser frustrante — reiteradamente frustrante — constatar que Lula e seu partido não entenderam nada, não aprenderam nada, não mudaram nada”.

Portanto, o jornal não se diz surpreso pelas ações do PT, mas omite que apoiou sem restrições a candidatura do dono do partido.

Os generais do atraso

Na quinta-feira (22) os generais da vanguarda do atraso, foram rápidos no suprimento de informações que estão levando o consórcio de imprensa a emitir tais opiniões, como foi o caso da Folha, no dia seguinte a tais informações.

Entre esses generais, está o futuro ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, que descartou a privatização da Autoridade Portuária de Santos – a maior do país. “A Autoridade Portuária vai continuar estatal”, declarou.

Ora, a privatização do Porto de Santos, em São Paulo, é um projeto do governo Bolsonaro. O Porto de Santos, em 2018, dava um prejuízo de quase meio bilhão de reais. Após a chegada do governo Bolsonaro, esse prejuízo foi revertido para um lucro que, agora em 2022, atingirá um saldo de meio bilhão de reais.

Nas previsões feitas por Freitas quando ainda era ministro, a concessão do Porto de Santos pode gerar R$ 18,5 bilhões em melhorias e ampliação, além de R$ 2,9 bilhões para a criação de um túnel subterrâneo que ligará o porto a Guarujá.

Relembrando: Em quatro anos, Bolsonaro contratou R$ 116 bilhões em investimento privado em transportes

Em quatro anos, o governo de Jair Bolsonaro (PL) garantiu um total de R$ 116,4 bilhões em investimentos privados em obras de infraestrutura de transportes por meio de concessões e arrendamentos. O valor veio da realização de 100 leilões de ativos nos modais aeroportuário, portuário, ferroviário e rodoviário, entre 2019 e 2022, que renderam ainda R$ 27,47 bilhões em outorgas pagas ao governo.

Desde 2019, 49 aeroportos foram concedidos à iniciativa privada, rendendo um aporte de R$ 17,3 bilhões das vencedoras dos leilões nos próximos anos para a manutenção e modernização dos terminais aéreos. Entre os destaques, o leilão do direito de exploração do Aeroporto de Congonhas (SP), o segundo mais movimentado do país, que foi arrematado em agosto pelo grupo espanhol Aena.

No setor portuário, foram garantidos mais de R$ 6,5 bilhões em investimentos privados. Além de 36 terminais arrendados, pela primeira vez na história foi desestatizada uma administradora portuária, a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), responsável pelos portos de Vitória e de Barra do Riacho. O vencedor do leilão, realizado em março deste ano, foi o Fundo de Investimentos em Participações (FIP) Shelf 119 - Multiestratégia.

O negócio assegurou R$ 850 milhões em investimentos para os próximos 35 anos de contrato, sendo R$ 334,8 milhões em novas instalações e melhorias e R$ 515 milhões em obras de manutenção, como de dragagem dos canais de acesso aos terminais.

No modal rodoviário, foram concedidos sete lotes de rodovias, que preveem contratualmente R$ 48,9 bilhões em investimentos das concessionárias. Entre os leilões de maior relevância, destacam-se o sistema formado pela Nova Dutra (BR-116) e Rio-Santos (BR-101), que tem R$ 14,8 bilhões em investimentos previstos, e a Rio-Valadares (BRs 116, 465 e 493), que teve R$ 11,3 bilhões contratados.

Além disso, R$ 43,7 bilhões foram garantidos em sete projetos ferroviários. Foram concedidas a Ferrovia Norte-Sul (FNS) e a Ferrovia Oeste-Leste (Fiol I), e renovados antecipadamente os contratos com a Rumo Malha Paulista (RMP), a Estrada de Ferro Carajás (EFC), a MRS Logística S.A e a Estrada de Ferro Vitória-Minas, a qual permitiu ainda, pelo mecanismo de investimento cruzado, o início das obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico I).

Em outra frente, o programa Pro Trilhos, lançado em 2021 a partir da entrada em vigor aprovação de um novo modelo para construção de ferrovias por meio de autorizações federais, já viabilizou a execução de 32 projetos, que têm potencial para implantar 10,9 mil km de novos trilhos em 15 unidades da Federação. Ao todo, são projetados até R$ 149,6 bilhões em investimentos privados nas próximas décadas.

Confira os leilões realizados de 2019 a 2022, neste link.

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