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24 dezembro 2022

Folha elogia Governo Bolsonaro e faz crítica ácida ao novo governo do PT

"Visão obsoleta e corporativismo minam a confiança antes da posse de Lula"


Em editorial, publicado nesta sexta-feira (23), a Folha de São Paulo reconhece que "o cenário econômico transformou-se para melhor" em 2022 e alerta que a frente ampla que ajudou Lula a chegar ao poder deve encarar a realidade: Lula 3 repete os erros de Dilma Rousseff

Em Retomada em risco, a Folha destaca que neste ano "o crescimento mostrou ritmo além do esperado, com o PIB avançando acima dos 3%, e o emprego teve retomada vigorosa. A inflação deixou o patamar de dois dígitos e se encontra em trajetória de queda mais adiantada que a de países ricos. A dívida pública voltou ao patamar pré-pandemia".

O jornal, no entanto, pondera que existe a necessidade de ajustar o Orçamento para melhor amparar as famílias carentes, aponta que os juros reais estão elevados e entende que a perspectiva da atividade econômica é de desaceleração.

"A estratégia correta seria uma intervenção prudente na despesa pública, limitada ao suficiente para assegurar a assistência social. A responsabilidade fiscal facilitaria a queda da inflação e dos juros, e a economia poderia recobrar o crescimento sustentável, crucial para a redução da pobreza", diz o editorial.

Na opinião do jornal, no entanto, os petistas "trataram de mais que duplicar a alta recomendável do gasto já no primeiro ano de Lula e a recuperar o discurso envelhecido de 40 anos atrás contra as privatizações —como se não fosse importante estancar a sangria dos cofres públicos com as estatais ineficientes e aumentar o investimento em infraestrutura e saneamento básico".

"Aí se misturam conveniências políticas, compromissos com as corporações da máquina estatal e, pior, a crença pueril de que a prosperidade só pode ser alcançada com expansão contínua do Estado", acrescenta o editorial.

"Por ora, só se viu a opção pela gastança, que quando muito produzirá um impacto de curto prazo na atividade produtiva. Para, na sequência, colherem-se mais inflação, juros e endividamento, com o consequente impacto negativo no emprego", aponta a Folha.

A publicação de editorial na primeira página não é usual


O editorial lembra que "eleito com margem mínima de votos, Lula tem menor margem para erro" e que o cenário macroeconômico é o oposto de seu primeiro mandato.

"Não poderá contar com um cenário internacional favorável como o de duas décadas atrás —ao contrário, o mundo desenvolvido registra inflação inaudita, juros crescentes e a possibilidade de recessão. Tampouco a desculpa da 'herança maldita' encontrará eco além das hostes petistas", conclui o jornal.

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