18 junho 2023

Alô, alô Foro de São Paulo. O Brasil também é um daqueles carvalhos que não podem ser derrubados


O XXVI Encontro do Foro de São Paulo (FSP) ocorrerá em Brasilia entre os dias  29/06 e 02/07/2023. 

Segundo consta no Documento Base para esse encontro, (item I.1), há uma mudança favorável na correlação de forças da América Latina e Caribe. Fruto dessa mudança, amplas frentes democráticas e progressistas se reagrupam e novas forças surgem em cena, baseadas nas ideias coincidentes que o FSP propõe e defende.

Falar em "amplas frentes democráticas e progressistas se reagrupam" é um deboche, um acinte  aos que conhecem a origem do Foro ou pelo menos examinam a lista de sues participantes. Logo identificarão a presença de ditadores e neoditadores, habitantes de países da Região, incluindo o Brasil, claro. Todos sabem que frentes democráticas e progressistas é a nova denominação para aquilo que anteriormente se denominava de comunismo e/ou socialismo, cujo expoente da época se chamava União Soviética (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - URSS).

Neste fim de semana, J.R.Guzzo, em sua coluna na Revista Oeste, acertadamente afirmou que :

"O Brasil, dia após dia, está se transformando num país soviético. Com o consórcio formado pelo Supremo Tribunal Federal e as facções que dão suporte ao presidente da República, o Brasil, cada vez mais, só tem governo — não tem população. Como na Rússia comunista, e em todos os regimes que surgiram à sua semelhança, de Cuba à China, o país está a caminho de ficar sem instituições; elas não foram eliminadas oficialmente, mas cada vez valem menos.

[...] A República Soviética do Brasil não acabou com a propriedade privada ... apesar da paixão de Lula pelo movimento semiterrorista que invade propriedades rurais, destrói bens e pratica violência armada, sem que um único de seus agentes seja jamais incomodado pelo sistema judicial. 

[...] Mas já organiza e hospeda, em Brasília, reuniões do seu próprio Comintern, a que hoje se dá o nome de “Foro de São Paulo” e que cobra inscrições em dólar. 

[...] Está montando uma máquina estatal de estilo soviético, que só serve ao partido e está mais distante do povo brasileiro do que a Terra da Lua. 

[...] O Ministério da Justiça, logo esse, já é comandado por um comunista de carne e osso; ele mesmo, aliás, já disse que é comunista “graças a Deus”. É para aí que vai a procissão.

[...] A maior parte da imprensa se dedica à adoração de Lula, do seu governo e do ministro Alexandre de Moraes. Funciona, na vida real, como um grande Pravda, escrito e falado em português — e muitas vezes em mau português." 

Retornando ao Documento Base e permanecendo apenas em sua primeira página, itens I.1-I.3, destaco mais algumas desinformações. Aliás, desinformação foi a estratégia utilizada por Lenin enquanto esteve comandando a URSS (1917-1924). Nos itens I.2 e I.3 encontramos:

"Em cada fase da história recente surgem programas e propostas políticas que [...]  têm processos de distribuição progressiva de renda e mobilização das forças produtivas na luta pela erradicação da pobreza, equidade social e defesa dos direitos legítimos dos povos, cujas propostas fundamentais incluem a integração econômica, social e política na América Latina e Caribe."

"Desde o XXV Encontro em Caracas, em 2019, até 2023, as forças organizadas, sociais e políticas que se reúnem neste espaço da esquerda continental protagonizaram uma intensa luta pela defesa dos direitos políticos, econômicos e sociais dos povos e a soberania nacional."

Novamente, e será sempre assim, se encontram nos dois itens mais desinformação. Todo mundo sabe como passou a viver a população de Cuba, Venezuela e Nicarágua, para ficar apenas nesses três exemplos, após a implantação de suas respectivas ditaduras. Em todos eles, assassinatos para os que discordam do regime, fome, miséria, sem liberdade (imprensa e partido únicos) e instituições que dão suporte ao regime. Poder, riqueza e bonança para as suas lideranças.

Neste domingo, 18 de junho, parece ser apropriado se recordar de uma voz que lembrou ao povo ferido que a França é um daqueles carvalhos que não podem ser derrubados. Mais do que nunca, o apelo do General de Gaulle tocou/toca os corações dos franceses amantes da liberdade.

Da mesma forma, no momento atual, toca também os corações dos brasileiros amantes da liberdade.

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