11 agosto 2023

A Petrobras fechou as janelas de importação para o diesel e a gasolina por pequenos importadores

A negociação para a compra de combustíveis no exterior permite que empresas do setor privado estabeleça contratos para o comércio de combustíveis, contribuindo para o estabelecimento de competição interna entre elas e a própria Petrobras, beneficiando, na ponta, o consumidor.

A negociação e comercialização de combustíveis é feita diretamente pelo setor privado e a comercialização de petróleo e derivados no Brasil obedece as regras de mercado.

A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) entrou com um processo contra a Petrobras, denunciando a estatal na na Superintendência-Geral da Comissão de Valores Mobiliários (SGE-CVM).

Segundo informações públicas no site da CVM, no processo de nº 19957.007920/2018-15, a entidade que representa os importadores acusa a Petrobras de mentir em fato relevante ao mercado, ao divulgar que não praticaria preços abaixo do padrão internacional. No entanto, de acordo com a denúncia, a petroleira teria praticado preços sem conformidade com o mercado global para prejudicar a concorrência.

Os preços nas refinarias da Petrobras registram defasagem de 26% no diesel e de 22% na gasolina em relação ao mercado internacional.

De acordo com o especialista em combustíveis da Argus, Amance Boutin, os efeitos do descolamento dos preços da Petrobras das referências de importação já têm efeito nítido no mercado de combustíveis e nos pequenos importadores que ficaram sem espaço para uma competição sadia, podendo inclusive terem de encerrar suas operações.


Nesta terça-feira (8), o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, disse em evento do setor de dutos que a nova estratégia comercial da Petrobras tem sido positiva para a companhia. Ele descartou eventuais prejuízos pelo fato de a estatal manter os preços dos combustíveis inalterados, apesar da alta do petróleo no mercado internacional.

Contudo, as informações financeiras divulgadas pela empresa, no início do mês, não respaldam essa nova estratégia. Depois de um resultado recorde em 2022, o lucro líquido da Petrobras despencou 47% e a dívida subiu 8,2%, no segundo trimestre deste ano, após, entre outros fatores, as propagadas alterações na política de preços dos combustíveis.

Não dá para admitir que uma empresa petrolífera perca dinheiro toda vez que os preços do petróleo sobem no mercado internacional. Isso é totalmente irracional.

A história vai se repetindo, praticamente idêntica a do período 2003-2016. A receita repete a manutenção de preços artificialmente baixos, planos de investimentos mirabolantes e aparelhamento político.

Um comentário:

  1. Assisti reportagem essa semana dizendo que o estoque está baixo e já começou a faltar em pontos específicos.

    ResponderExcluir