02 janeiro 2024

É hora de encerrar os inquéritos contra golpistas?

O dia 8 de janeiro se aproxima e como disse Gerson Gomes, em seu texto cuja íntegra está transcrito mais ao final, "setores do mainstream jornalístico buscam formas de amenizar o estado de exceção que o país experimenta, com meras sugestões ao STF cuidadosamente redigidas para não irritar os tiranos togados". 

Contudo, diz Gerson e que tem a minha plena concordância, "Um "acordo de paz" que não contemple a anulação do julgamento ilegal dos presos do dia 08 e 09 de janeiro é imoral, perverso e inaceitável!".

O tema entrou em pauta desde que diversos setores estão buscando maneiras e estratégias de como tratar a referida data. Na Internet circulam parágrafos oriundos de autoridades, de parlamentares etc etc.

De forma mais explícita e estratégica, em espaço nobre, o jornal Estadão resolveu demonstrar preocupação com os inquéritos abertos pelo STF, como se não tivesse nada a ver com isso.


As reações


"Após passar cinco anos fingindo normalidade e até mesmo incentivando perseguição a pessoas físicas (listas de José Fucs), o jornal resolveu dar uma de virgem de bordel, escandalizadíssima porque o sujeito que lhe passou mil vezes a mão na bunda se recusa a tratá-la cavalheirescamente", nos diz Ludmila Grilo(ex-juiza).


Fernão Lara Mesquita remanescente da família fundadora do Jornal mas não mais seu proprietário também se pronunciou em tom de "gozação" e escreveu em seu Twitter (X) (@fernaolmesquita)  "Os editorialistas do Estadão só deveriam escrever ANTES de começar a beber para o reveillon … “


Leandro Ruschel, também jornalista, afirmou que o Editorial é esquizofrênico, pede o fim dos inquéritos do Supremo, expondo suas ilegalidades, ao mesmo tempo que os justifica.


Leandro disse também que "é preciso lembrar que o Estadão e toda a velha imprensa operaram como principais defensores do estado de exceção em curso, justificando cada ataque aos direitos individuais pela 'defesa da democracia' “.


[ . . . ] "Não é possível interpretar como legal um inquérito  em que juízes se coloquem no lugar de vítimas, investigadores e julgadores, ao mesmo tempo, sob o agravante dos procedimentos serem sigilosos, e de investigar pessoas que não têm foro privilegiado. Sem esquecer que é um inquérito sem fato determinado, em que cabe desde meras críticas, até a caderneta de vacinação do ex-presidente.


Advogados de defesa alegam que até hoje não tiveram acesso à integralidade dos autos, e que na prática não há a quem recorrer das decisões. 


Agora que a classe política corrupta foi anistiada, o descondenado foi alçado à presidência, e os ministros estão blindados, com o país no caminho da consolidação de um regime autoritário de esquerda, o Estadão quer o fim do instrumento de repressão, talvez temendo ser alvo do monstro que ajudou a criar.


Os inquéritos serão encerrados, eventualmente, mas novos procedimentos e estruturas repressivas serão criados, pois não houve até hoje na história humana alguém abrindo mão do poder por iniciativa própria.


O Estadão participou ativamente da construção da ditadura brasileira. Independente do encerramento dos inquéritos, o regime autoritário não acabará tão cedo, promovendo censura, prisões e mortes. Estamos apenas no começo do processo," conclui Leandro.


André Marsiglia, colunista do Poder360, também se pronunciou em seu Twitter (X), sobre esse tema:  "É preciso dizer que os inquéritos das fake news não são contra golpistas. Há jornalistas, sites informativos e formadores de opinião no inquérito." 


[ ... ] "Os inquéritos das fake news, que hoje são 9, precisam acabar não porque cumpriram sua função, mas porque não a cumpriram. E sua ilegitimidade jurídica constrange a democracia."


Mais reações


Abaixo, na íntegra, o texto de Gerson Gomes, também publicado em seu Twitter (X).


"Os dias 08 e 09 de Janeiro se aproximam e setores do mainstream jornalístico buscam formas de amenizar o estado de exceção que o país experimenta, com meras sugestões ao STF cuidadosamente redigidas para não irritar os tiranos togados.Inquéritos ilegais não podem ser impunemente encerrados, após 5 anos de arbítrios e abusos de autoridade!


As ilegalidades cometidas e os ataques flagrantes ao texto constitucional não admitem a simples interrupção da prática criminosa. É premente que o Congresso Nacional promova a devida correção de rumos, responsabilizando os que instrumentalizaram o Poder Judiciário para a perseguição política.


O presidente da Câmara guarda em sua gaveta a CPI dos crimes de Abuso de Autoridade, que logrou obter as assinaturas necessárias de Deputados Federais.


Abaixo estão alguns absurdos temperados com eufemismos cínicos, verdadeiras pérolas no texto do Estadão:


"Sigilosos e sob a mesma relatoria do ministro Alexandre de Moraes, todos eles foram de grande utilidade na defesa das instituições democráticas.”


"Junto a seus inegáveis méritos, esses inquéritos também geraram pontos menos louváveis, com interpretações extravagantes sobre as competências da Corte e os limites dos próprios procedimentos investigativos.”


"Não faz bem ao País – nem ao Supremo – um permanente e extravagante protagonismo da Corte constitucional. Se houve, nos últimos anos, circunstâncias excepcionais – que felizmente o STF soube detectar a tempo –, é preciso reconhecer quando elas já não se fazem presentes.”


"...encerrar os inquéritos é um gesto que fortalece a autoridade do STF e distensiona o País. As águas devem voltar ao seu leito normal.”


É evidente que o monstro autoritário fugiu do controle e haverá grande esforço do establishment para salvar a pele de Alexandre de Moraes, o escalado para o jogo sujo, que aparenta ter adorado o papel.

Até jornalistas pagos para apoiar o governo sabem que é ridícula (e falsa) a acusação de tentativa de golpe de estado e abolição violenta do estado democrático de Direito imputada a cidadãos inocentes desses crimes.


Um "acordo de paz" que não contemple a anulação do julgamento ilegal dos presos do dia 08 e 09 de janeiro é imoral, perverso e inaceitável!", grifo meu.

2 comentários:

  1. É estarrecedor que essa mídia militante esquerdista não tenha se revoltado.
    Pugno pela mídia esquerdista pois ela é a única veiculada aos quatro ventos.
    Revolte-se pela injustiça que irmãos brasileiros estão sendo tratados.

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  2. Lamentável as atitudes da velha imprensa de alimentar a farsa desses terríveis processos recheados de ilegalidades inaceitáveis. Como simples brasileiro não acredito mais em justiça desse país, só acredito na justiça divina, que certamente punirá os que desrespeitaram a constituição e povo brasileiro. Lamentável

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