01 julho 2025

Lula sofreu derrotas arrasadoras no Congresso

    Em poucos dias, o governo Lula sofreu derrotas arrasadoras no Parlamento. Se o nosso sistema do governo fosse o parlamentarismo, como na quase totalidade das democracias mais maduras, o governo cairia e, provavelmente, seriam convocadas novas eleições, quando o povo daria a última palavra para resolver a crise.

    A fraqueza política do governo ficou exposta cruamente. Em votações críticas, o governo não alcançou sequer 100 votos na Câmara, de um total de 513. A crise fiscal, que não é visível ao homem comum, mas que é real e terá consequências em breve, prenuncia que nos próximos dois anos algo muito grave pode acontecer.

    Com uma proposta de frente ampla para derrotar Bolsonaro, o ex-presidiário esqueceu imediatamente suas promessas e escolheu governar com sua minoria. Anunciou um governo de alianças, mas reservou todo o núcleo de governo para o PT: Fazenda, Casa Civil, Secretaria da Presidência, Relações Institucionais, Justiça, Saúde, Educação, Desenvolvimento Social, BNDES e Banco do Brasil.

    A composição da equipe econômica não é apenas mal desenhada — é também inexperiente. Problemas surgem por erros básicos. O confuso decreto do IOF é só um exemplo. Outros incluem o malsucedido aumento da taxação sobre exportações de petróleo em 2023, a tentativa frustrada de recriar o DPVAT em 2024 (revogada em 31 de dezembro do mesmo ano) e a controversa MP 1.227/2024, que limitava a compensação de créditos de PIS/Pasep e Cofins. Em termos de amadorismo, porém, nada se compara ao “arcabouço fiscal” — apelidado com razão de "calabouço fiscal". Trata-se de um conjunto de regras tão mal concebidas que conseguiram a façanha de unir frouxidão com ineficácia: autorizam o aumento de gastos acima da receita e, ainda assim, não se sustentam por três anos.     A economia sente o golpe. Os juros estão no maior patamar da década, os sinais de desaceleração se multiplicam, a inflação persiste.

Nenhum comentário:

Postar um comentário