Em entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura de São Paulo, levada ao ar nesta última segunda-feira, 14/11/2016, o presidente Michel Temer perdeu a oportunidade de se desvencilhar do adjetivo que sempre é atribuído a quem exerce uma função decorativa, como foi o caso de quando ocupava o cargo de vice-presidente no governo Dilma Rousseff.
Passados aproximadamente seis meses no exercício da presidência da República, constatou-se que o adjetivo ainda não desapareceu. E desaparecerá ? A impressão que ficou, após o término do programa, é que não.
Tal conclusão é decorrente da falta de um posicionamento claro, afirmativo, que não deixasse dúvidas para o expectador. Instado pelos entrevistadores sobre diversos temas, como a educação, a operação Lava Jato, a situação de Lula, o projeto de lei sobre abuso de autoridade, caixa 2, as investigações de parlamentares de sua base de apoio no Congresso e alguns de seus auxiliares e outros mais, o que se viu e ouviu, foram respostas de um presidente em cima do muro, inseguro, claudicante e até covarde. Michel Temer perdeu a chance de se mostrar um estadista à altura da crise que o País enfrenta.
A imagem do presidente, portanto, ficou muito distante daquilo que a Nação espera de seu comandante maior, ou seja, um líder de grande envergadura no exercício pleno do poder. Uma eventual confiança existente até então se esfumaçou e restou uma grande suspeita de que teremos, pelos próximos dois anos, um presidente decorativo.
Para completar a desastrosa edição deste programa, inclui-se aqui, além da fala do presidente, a participação dos jornalistas convidados, culminando com a intempestiva pergunta do Ricardo Noblat; 'como você conheceu a Marcela ? ". A emenda saiu pior do que o soneto. Sem perder o tom, o presidente respondeu a questão de forma extremamente deselegante, não para o Noblat, mas para a própria Marcela.
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