25 janeiro 2018

A TURMA DO POWERPOINT

Desde o julgamento do mensalão, muito se tem falado em organização criminosa - ORCRIM (e em suas várias facções) que se estabeleceu no Brasil.

Um dos aspectos que mais surpreende os brasileiros é o número de agentes envolvidos e, principalmente, quem a chefia, quem detém o poder.

Dois são os componentes principais desse tipo de organização.

Um deles é o agente público, encontrado em praticamente todo o organograma do Estado.

O outro componente é de natureza privada, oriundo de praticamente todos os setores da economia.

Todos eles querendo as benesses governamentais, perseguindo o aumento de poder e/ou de seus patrimônios.

Pelo o que já se conhece, desse conluio, e para a surpresa(?) da sociedade, as atividades de ORCRIMs, que já são mais do que sexagenárias, nunca foram interrompidas e sempre tiveram a cumplicidade (ou incentivo) de componentes da direção dos três poderes da República em seus diversos níveis.

Para ficarmos só no Palácio do Planalto e nos últimos 30 anos, verifica-se, nas revelações publicadas até o momento, que todos os ex-presidentes já foram mencionados, dando conta de que a corrupção esteve presente em seus governos. Em termos de gabinete palaciano, talvez só se salve o ex-presidente Itamar Franco.

Quanto a chefia da organização, quem de fato a exerce? O núcleo do poder está na política, ou na economia? Há controvérsias.

Isto ficou evidente nos conchavos realizados em 2002, entre os donos da economia brasileira e as forças políticas de então que levaram Lula ao poder. 

Por exemplo, banqueiros que declararam, em 1989, que deixariam o Brasil se Lula fosse eleito presidente da República, nas eleições de 2002 bancaram a sua vitória, após o obrigarem a divulgar a famosa Carta aos Brasileiros (antes revisada por eles, claro!).

Em tempos mais antigos, pode-se recordar a crise provocada no governo Vargas, em 1953, quando este promoveu um reajuste de 100% no salário mínimo e implantou a política de restrições de remessas de lucros de empresas ao exterior.

Essas decisões colocaram empresários brasileiros e estrangeiros na linha de frente contra Vargas. O final dessa história é por demais conhecido pela Nação.

O exercício real do poder não tem partido nem ideologia.

Essa turma não tem opção partidária. Apoiar ou pertencer, eventualmente, a uma sigla partidária é mera conveniência.

Portanto, seja de um lado, ou do outro, a intenção de todos é tornar as leis e a administração do país totalmente favoráveis aos seus objetivos - poder e/ou lucro -, não importando os meios para que isto ocorra, inclusive a corrupção.

A condenação do ex-presidente Lula, ocorrida hoje no TRF-4, vem se somar as outras sentenças já proferidas e lançou esperanças para um Brasil melhor.

A frase mais repetida durante o dia foi a de que ninguém está acima da lei.

Que isto, daqui por diante, seja cumprido permanentemente.

A fila andou. Next, please !



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