18 novembro 2022

O PIOR COMEÇO



O novo governo nem assumiu e a ficha começou a cair para quem imaginou que desta vez tudo iria ser diferente. Afetados por um surto de miopia conveniente, 60 milhões…

 

O novo governo nem assumiu e a ficha começou a cair para quem imaginou que desta vez tudo iria ser diferente. Afetados por um surto de miopia conveniente, 60 milhões de brasileiros concederam um terceiro mandato ao parteiro do maior esquema corrupto de todos os tempos. O fenômeno é tão irreal que nem o PT parece ter acreditado no que aconteceu. O Lula que voltou à cena do crime é o Lula de sempre.

 

Convidado a participar da COP27, por exemplo, embarcou num jatinho Gulfstream G600 de José Seripieri Filho, o “Júnior da Qualicorp”, réu num processo penal pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e caixa dois. Pode não ser ilegal, mas é, no mínimo, imoral.

 

No Egito, Lula reafirmou que não adianta pensar “na tal de estabilidade fiscal”. Também repetiu que, quando se fala em respeito ao teto98  de gastos, o que acaba acontecendo é a diminuição de verbas destinadas à saúde, à educação e à cultura. Horas depois, no Brasil, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do país, operava em forte queda. E o dólar subiu pouco depois da abertura do pregão.

 

“Não é só a palhaçada de queimar, sozinho, 50.000 litros de combustível numa viagem particular em defesa do ‘meio ambiente’”, afirmou J.R. Guzzo, no artigo de capa desta edição. “É a promiscuidade com um tipo de gente do qual, francamente, qualquer presidente eleito deveria ficar longe.”

 

Lula também deveria manter distância de boa parte dos integrantes da obesa equipe de transição. Entre eles estão Gleisi Hoffmann, conhecida pelo codinome “Amante” no departamento de operações estruturadas da Odebrecht, responsável pela distribuição de propinas. Paulo Bernardo (“Filósofo”), Aloizio Mercadante (“Aracaju”) ou Edinho Silva (“Itambé”) são alguns nomes da extensa lista de casos de polícia, mostra a reportagem de Artur Piva e Guilherme Lopes.

 

Boa parte do grupo foi “descondenada” pelo Supremo Tribunal Federal. Os ministros acabam de desfrutar de um feriadão em Nova Iorque totalmente financiado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), comandado por João Doria. O passeio tinha tudo para transformar-se num programão. Os convidados, contudo, não tiveram sequer alguns minutos de paz. Foram caçados nas ruas o tempo todo por brasileiros coléricos com o papel desempenhado pela Corte antes, durante e depois do processo eleitoral.

 

Augusto Nunes e Guilherme Fiuza escrevem sobre o passeio frustrado dos supremos doutores. Luís Roberto Barroso poderia dizer aos colegas do Egrégio Plenário: “Perdemos, manés”.

Boa leitura.

Branca Nunes
Diretora de Redação 

Um comentário:

  1. Pelo que vi, não foi convidado pela organização do evento, e sim por uma ong, através de Hélder Barbalho, resumindo, a falcatrua continua.

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