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20 abril 2018

NENHUM SISTEMA DE EDUCAÇÃO PODE SER MELHOR DO QUE A QUALIDADE DE SEUS PROFESSORES

Há 60 anos, a Coreia do Sul tinha um dos piores índices de analfabetismo do mundo. Hoje ocupa uma posição invejável. A sua classificação no Pisa demonstra isto e se sabe que ela é resultante de um planejamento de longo prazo, com coerência e continuidade de suas politicas públicas para o setor educacional.

Aqui no Brasil temos caminhado em sentido inverso. A educação, apesar de reconhecida, há mais de 50 anos, como uma das principais necessidades do País para a promoção de seu desenvolvimento, nunca conseguiu implementar um planejamento com as características do formulado pelo país asiático.

O ensino brasileiro sofre de inúmeros problemas, e não faltam estatísticas para medi-los. Segundo os números divulgados recentemente na Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Continua (Pnad), nossos adolescentes estão atrasados nos estudos e sem capacidade de obter um emprego que lhes dê segurança financeira. São, aproximadamente, 25 milhões de jovens, 52% do total, ausentes da economia.

Isso nos remete a raciocinar em como chegar ao próximo século em condições superiores e mais favoráveis quando comparadas com as de hoje. Um planejamento coerente e consistente tem que ser buscado e implementado rapidamente para não contabilizarmos em nossa história educacional mais um século perdido.

Nesse contexto, as principais questões a serem enfrentadas estão na remuneração adequada do professor, na formação de novos professores, na reciclagem dos atuais e fornecê-los os instrumentos didáticos para motivarem os seus alunos a frequentarem as escolas. "Nenhum sistema de educação pode ser melhor do que a qualidade de seus professores", afirma Andreas Schleicher, guru educacional da OCDE.

Chega de reformas e/ou remendos vaga-lumes (pirilampos). Precisamos mesmo é fazer o básico. Garantir, minimamente, que os jovens sejam capazes de ler e interpretar um texto, e de dominar os conhecimentos básicos da matemática. E isto deverá ser feito nos primeiros cinco anos de suas atividades escolares.

Nos anos seguintes, até que os jovens completem 17 anos, deve-se proporcionar o acréscimo de conhecimentos relacionados com outras disciplinas, incluindo o desenvolvimento de aptidão para analisar dados e entender cenários diversos que terão de enfrentar num futuro exercício profissional.

É um imenso desafio para um novo governo que pense seriamente na educação e no desenvolvimento do Brasil.

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2 comentários:

  1. O salário médio dos educadores canadenses de escolas públicas na região de Ontário, onde está localizada a cidade de Toronto, é de R$ 20 mil por mês. Estima-se que 94% dos alunos de Ontário frequentam escolas públicas.
    “Se eu tiver que manter dois ou três empregos para sobreviver eu não vou conseguir focar nos alunos e na pedagogia”, avalia Pieter Toth, professor que recebeu um prêmio de excelência do governo canadense por sua atuação.
    “Com um bom salário eu posso ser professor 24 horas por dia e me sinto valorizado pelo meu país e pelos meus próprios alunos.” (https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/02/06/salario-de-r-20-mil-formacao-e-liberdade-para-professor-poem-canada-no-topo-de-ranking-da-educacao.ghtml)

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  2. Já existe um resultado mais recente, de 2018, publicado em em 3/dez/2019, mas o Brasil ainda se encontra na lanterna do Pisa, a avaliação internacional de estudantes da OCDE. Quatro em cada dez alunos brasileiros sequer alcançam o nível 2 de aprendizagem, considerado mínimo, em Leitura, Matemática e Ciências. Os alunos brasileiros de nível socioeconômico mais alto leem pior do que alunos mais pobres de vários países. O desempenho demonstra que redes públicas e particulares encontram imensos desafios para garantir a aprendizagem de qualidade para todos.

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