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30 novembro 2023

Marina Silva ouve verdades de Silvia Waiãpi na CPI das ONGs

Desta vez o Brasil ouviu uma legítima representante da Região Norte. O Brasil escutou um dos melhores discursos feitos no Congresso Nacional

Durante reunião da CPI das ONGs realizada no Senado Federal no último 27/11/2023, a ministra Marina Silva ouviu da Deputada Silvia Waiãpi um dos melhores discursos já pronunciados no Congresso Nacional. Segundo a Deputada, Marina virou as costas e abandonou a sua região de origem para se aliar a grupos internacionais contrários ao desenvolvimento da Amazônia. Grupos de ambientalista de ONGs, de jardins botânicos e de feirinhas de orgânicos.

Com tranquilidade e suavidade, Silvia Waiãpi fez um discurso articulado reunindo um conjunto de argumentos que defensores de quinta categoria de ambientalismo, de clima, de reservas florestais precisavam ouvir. Demonstrou que a Marina Silva e os seus aliados, no Brasil e no mundo, não entendem nada do que falam. Ouça o vídeo com atenção.



Paul McCartney no Clube do Choro

 


Uma imagem histórica para o Clube do Choro aqui em Brasília. O Clube e a Escola que abriga ficaram imortalizados com a presença de Paul McCartney

Em entrevista, Paul disse que tinha interesse em fazer um show no Clube do Choro porque entendia a importância de tocar nesses locais culturais e dar projeção a lugares que cultivam o ensino, a cultura. 

A casa brasiliense, além de abrigar a música tradicional, abriga também a Escola de Choro Raphael Rabello. Isto fez diferença. Ele também apoia uma instituição similar em Liverpool. 

Todo o equipamento de som foi trazido e montado pela equipe do inglês, mas houve também a participação de técnicos do próprio Clube do Choro que ajudaram na luz e Jazz Caipira. 

Todos intermediaram o trabalho da equipe de som. O camarim passou por uma leve adaptação, com direito a cenografia, conduzida pela equipe de Paul. O palco, eles deixaram exatamente como é. Paul tocou com a banda completa.

A direção do Clube do Choro revelou que todos os custos envolvidos com a referida apresentação saíram dos cofres do Paul. 



PS.: Chegada do Paul ao hotel Royal Tulip, em Brasília.




25 novembro 2023

IA (III) - Ações fundamentais que devem ser tomadas para garantir o desenvolvimento e implantação responsável e seguro da IA

O texto anterior, IA (II), foi finalizado citando-se o Projeto de Lei nº 2338/2023, de 6 de maio de 2023, que se encontra no Senado Federal, reunindo esforços nacionais para compreender os riscos e estruturas de governança para a IA.

Neste artigo serão abordadas as sugestões que estão em discussão para uma IA responsável. São três ações fundamentais que devem ser tomadas para garantir o desenvolvimento e implantação responsável e seguro da IA.

Em primeiro lugar, deve-se dar prioridade a sistemas e tecnologias seguros, investindo recursos em sistemas de IA robustos para garantir a segurança dos utilizadores e a mitigação de riscos. Isto envolve aspectos técnicos como o estabelecimento de terminologia partilhada, parâmetros de referência e rastreabilidade, bem como a implementação de práticas responsáveis ao longo do seu desenvolvimento e implementação e a garantia de eficazes e eficientes métodos de avaliação.

Em segundo lugar, tem-se de garantir aplicações e transformações sustentáveis, alinhando a IA generativa com os objetivos sociais de longo prazo e com transparência. É essencial dotar os líderes empresariais e governamentais com os conhecimentos necessários para aproveitar o poder da IA generativa de forma eficaz e responsável nas suas respetivas organizações, ao mesmo tempo que mitigam os riscos que a acompanham.

Em terceiro lugar, a governança e a regulamentação resilientes são fundamentais. Uma aliança - mandatária - entre os responsáveis por decisões políticas e as partes interessadas para estabelecer quadros éticos e medidas regulamentares específicas para a IA generativa. 

Portanto, todos devem se unir para garantir que a inovação prospere e que os benefícios da IA sejam concretizados, minimizando-se os riscos. A IA generativa pode ser uma força para o bem, capacitando os indivíduos e o avanço das sociedades — se forem reunidos diversos insights e estratégias sólidas para colocá-la no caminho certo hoje desejado.

O mundo inteiro está discutindo também as questões relacionadas com o impacto que a inteligência artificial pode ter em diversos setores da sociedade. É o tema que será tratado no próximo artigo.


21 novembro 2023

IA (II) - A IA generativa será uma força transformadora nas nossas economias e sociedades

No artigo anterior, chamamos a atenção para a necessidade de se alcançar o equilíbrio certo entre inovação e responsabilidade o que exige uma colaboração concertada, uma regulamentação flexível e um compromisso resoluto para garantir que as vantagens da IA estarão ao alcance de todos.

Aqui irá se tratar como a IA generativa está a provar ser uma força transformadora nas nossas economias e sociedades. O seu rápido desenvolvimento nos últimos meses sublinha o papel vital da IA como infraestrutura fundamental sobre a qual o panorama digital evoluirá — e reforça a necessidade de garantir a sua utilização responsável e ética.

A IA generativa sintetiza rapidamente grandes quantidades de informação para gerar conteúdos diversos em vários meios, fundindo a criatividade humana com a tecnologia. Este campo emergente apresenta muitas possibilidades para revolucionar o trabalho em todas as indústrias, automatizar tarefas, promover a criatividade e melhorar a tomada de decisões, equipando os seres humanos com ferramentas para promover o progresso.

Mas também levanta desafios, que vão desde considerações éticas e noções de justiça até debates mais profundos sobre inteligência e receios de se alcançar a singularidade tecnológica, um futuro hipotético em que a tecnologia se torna incontrolável. 

Apresenta riscos potenciais, incluindo a deslocação de empregos, a exploração maliciosa e o desalinhamento com os valores humanos, e levanta questões sobre a propriedade e os direitos de propriedade intelectual, os modelos abertos versus fechados, o equilíbrio entre inovação e segurança, a tensão entre modelos linguísticos nacionais multilingues e soberanos. Existe também a preocupação premente de que possa agravar a exclusão digital, conduzindo a uma distribuição desigual de oportunidades e recursos.

Essas incertezas realçam a urgência de criar quadros robustos de governança da IA para garantir resultados responsáveis e benéficos para todos. As estratégias de governança da IA devem avaliar as oportunidades e os riscos e propor caminhos a seguir que estabeleçam um equilíbrio delicado entre o aproveitamento do potencial da IA generativa e a salvaguarda de considerações éticas. 

À medida que a tecnologia continua a avançar e a expandir o seu alcance, torna-se imperativo garantir que o seu desenvolvimento e implementação permaneçam firmemente alinhados com os princípios centrados no ser humano, impulsionando o progresso social a cada passo.

Instituições internacionais, incluindo as Nações Unidas, a OCDE, o processo de IA de Hiroshima do G7, o portal de IA do G20 e o Conselho conjunto UE-EUA de Comércio e Tecnologia, apresentaram propostas relativas a princípios éticos, transparência e segurança no desenvolvimento e implantação de tecnologias de IA. 

Os países individuais também estão a explorar abordagens regulamentares, desde a auto-regulação liderada pela indústria até modelos formais de governança. Estas iniciativas têm sido promissoras — mas por si só não são suficientes. Abordar a rápida velocidade e o alcance crescente do desenvolvimento da IA generativa exige uma colaboração público-privada global.

No Brasil o assunto vem sendo discutido no Congresso Nacional desde 2020, com a propositura do Projeto de Lei nº 21-A, de 2020 (PL 21-A/2020). O trâmite do processo legislativo na Câmara dos Deputados, que correu em regime de urgência e sem ampla participação social, findou-se em 29 de setembro de 2021.

A proposta que seguiu para o Senado Federal foi alvo de críticas por não promover um arcabouço que permitisse, dentre outros, a proteção efetiva e operacionalização do exercício de direitos, a definição de obrigações e respectivos instrumentos de governança e um arranjo fiscalizatório.

O presidente do Senado converteu a minuta de substitutivo da Comissão no Projeto de Lei nº 2338/2023 em 6 de maio de 2023. O texto proposto reflete a continuidade dos debates, que avançaram a passos largos desde a propositura do PL n° 21-A/2020 na Câmara dos Deputados. Fenômenos globais, como a pandemia da Covid-19, a popularização de aplicações de IA generativa como o ChatGPT,  Bard e esforços nacionais e internacionais para compreender os riscos e estruturas de governança para a IA puseram novos desafios que fizeram o debate se expandir.

O texto avança ao buscar a conciliação entre uma abordagem regulatória baseada em riscos e outra baseada em direitos fundamentais, incluindo propostas de gestão de risco e avaliação de impacto, ampliação de transparência e contestação de sistemas.

No próximo artigo aborda-se as sugestões que estão em discussão para uma IA responsável.



20 novembro 2023

Vitória de Milei é derrota para o PT. Argentina elegeu Javier Milei. A vitória da liberdade

O próximo presidente da Argentina será um economista libertário e ousado, Javier Milei. Uma guinada para a direita para uma nação que luta sob uma crise econômica de grande dimensão. 

Milei, 53 anos, economista e ex-personalidade televisiva praticamente sem experiência política, irrompeu no cenário político argentino tradicionalmente fechado com um estilo ousado e uma série de propostas que ele diz serem necessárias para derrubar uma economia e um governo falidos.

Milei obteve 56 por cento dos votos, com 95 por cento dos votos contados, derrotando Sergio Massa, ministro da economia de centro-esquerda da Argentina, que teve 44 por cento dos votos. Massa, 51 anos, admitiu a derrota antes mesmo da divulgação dos resultados oficiais.

No Brasil, o ex-ministro Paulo Guedes imediatamente sumarizou o acontecimento com sabedoria e oportunidade, divulgando na rede X o que mostra a imagem abaixo. Um bom recado para o Brasil.

Em seu discurso muito bom, logo após o reconhecimento da derrota pelo seu opositor, Sergio Massa, Milei saudou os argentinos e disse que as portas estão abertas para quem quiser fazer parte do projeto, de boa-fé, independente do passado. Rechaçou a violência e a ilegalidade, repetiu as bases do seu plano: governo limitado, propriedade privada, economia livre e combate às elites políticas corruptas. 

Mesmo assim, lembrou que a Argentina já foi o terceiro país mais rico do planeta, e há como voltar a ser uma grande potência. Chamou o atual governo à responsabilidade, para não dificultar a transição até o dia 10 de dezembro, quando ocorre a posse.

Do Brasil partiram os cumprimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro e do atual ocupante do Palácio do Planalto, copiados a seguir. A diferença entre as duas mensagens refletem a grande distância existente entre os dois. A última, a do Lula, uma saudação de perdedor, como de fato foi, após trabalhar intensamente, sob várias formas, em favor do candidato derrotado.





A vitória de Javier Milei representa um baque para esquerda de dentro e de fora da Argentina. Responsável por tirar o peronismo e o kirchnerismo do poder, ele tem histórico de criticar publicamente atores “progressistas” no cenário mundial.

Como ilustra a figura ao lado, após a divulgação do resultado, a esquerda brasileira, que aplaude ditaduras em vários continentes, "explodiu" imediatamente ao expor o seu desespero. Veja o que disseram:

“O resultado das eleições argentinas corroboram que o avanço da extrema-direita, potencializado pelas redes, é uma realidade em todo o mundo”, redigiu Randolfe. “Que o histórico de coragem, luta e resistência do povo argentino não arrefeça e que, acima de tudo, a democracia seja respeitada pelo novo governo, como tem sido por seus opositores. Para nós, no Brasil, fica a lição e o alerta. É preciso estar atento e forte!”

O Guilherme Boulos (Psol-SP) classificou a eleição de Milei como a “repetição de uma tragédia” e disse que a luta contra o “fascismo” continua.

“Será uma batalha duríssima, mas não tenho dúvidas que nossos irmãos argentinos resistirão com muito firmeza às cenas de um filme que já conhecemos aqui no Brasil”, redigiu Boulos. “Não importa onde, não importa quando, contem conosco na luta contra fascismo e na defesa da democracia.”

A deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP), que mais cedo endossou apoio ao candidato governista Sergio Massa, escreveu:

“Na Argentina, foi eleito hoje o representante da extrema direita, Milei. Uma tragédia para o povo trabalhador e para todo o continente. A desilusão diante da política econômica anti-povo e da ausência de transformações reais deu vantagem para a demagogia e desfaçatez. Um resultado lamentável. Organizar-se e lutar contra a barbárie será mais necessário que nunca, como bem sabemos no Brasil. Todo apoio ao povo argentino nas batalhas que virão!”

Líderes conservadores de outros países saudaram o novo presidente argentino.

“Parabéns a Javier Milei por uma grande eleição para presidente da Argentina, o mundo inteiro estava te vendo! Estou muito orgulhoso de você, Você vai mudar seu país e fará com que a Argentina seja grande novamente!", disse Trump em redes sociais.

O presidente conservador do Uruguai, Luis Lacalle Pou, também cumprimentou Milei nas redes sociais.

“Saúdo o presidente eleito, Javier Milei. Temos muito para trabalhar em conjunto e melhorar nossas relações bilaterais”, escreveu o presidente uruguaio.

Já o presidente paraguaio, Santiago Peña, também eleito este ano (no final de abril), parabenizou Milei e ofereceu “a mão cordial e fraterna do Paraguai para fortalecer as relações” entre os dois países.

“Em nome do povo paraguaio, saúdo o fraterno povo argentino por uma jornada eleitoral exemplar”, disse o presidente paraguaio na rede social X (ex-Twitter).

Em tempo. Vazou a "REAÇÃO" de Lula após vitória de Milei.




18 novembro 2023

Introdução à Neuropedagogia

Por Stephen Kanitz

Com o advento da Ressonância Magnética, foi possível observar pela primeira vez na historia os detalhes do funcionamento do cérebro humano, inaugurando uma nova era de compreensão sobre os processos cognitivos. 

Isso catalisou o desenvolvimento de novos métodos de ensino revolucionários, embasados em pesquisas científicas sobre a aprendizagem cerebral, um domínio anteriormente nebuloso.

A discussão sobre neuropedagogia ganhou relevância a partir da década de 1990, embora não tenha se difundido amplamente no Brasil. 

Isso por que durante esse  período, o país nomeou predominantemente economistas como Ministros da Educação, cuja compreensão de pedagogia, e mais especificamente de neuropedagogia, era limitada. 

Prevalecia a crença de que os desafios educacionais se resolviam principalmente através de investimentos financeiros e infraestruturais, mais salários, mais faculdades, mais Fies, mais bolsas educação.

A neuropedagogia desafia concepções pedagógicas tradicionais, revelando que até então havia um desconhecimento acentuado sobre como o cérebro processa informações visuais e auditivas e como ele forma conclusões essenciais para a sobrevivência.

Métodos convencionais, como os preconizados por Paulo Freire, são severamente questionados sob esta nova luz, com a neuropedagogia sugerindo que tais abordagens podem não ser tão eficazes quanto se pensava anteriormente.

Em vez de ensinar  emburrecem nossas crianças ano após ano até hoje. 

Crianças que assistem televisão perdem mais, crianças que assistem podcasts perdem menos. 

Crianças que estão permanentemente ao lados dos pais, como 30.000 anos atrás, perdem menos, crianças colocadas no ensino fundamental perdem mais.

Por isso estamos em último lugar nos testes educacionais, e nosso QI médio caiu de 99 para 86 em menos de 40 anos.

Perdemos de fato nossa capacidade olfativa que os animais ainda hoje possuem.

E perdemos bilhões de outros por que protegemos nossas crianças de todos os perigos e estímulos externos possíveis e os mantemos em escolas que pouco ensinam antes dos 18 pelas razões já expostas.

Hoje nossas crianças perdem sinapses e neurônios todo ano a partir dos 2 a 6 anos, ao ritmo de 50 trilhões de sinapses por ano.

Pedagogos acreditam que nosso cérebro desenvolve lentamente até os 18 anos, quando chegava a plenitude. 

Por isso ensinávamos assuntos complexos somente a nível da educação superior, e dos 6 aos 10 coisas as mais simples possíveis.

A neurociência mostra justamente o contrário. 

Nosso cérebro cresce vertiginosamente até os 2 a 6 anos de idade, dependendo da parte do cérebro, quando chega a ter no total 1 quatrilhão de sinapses, e 100 bilhões de neurônios.

Que pelo jeito eram necessários 30.000 anos atrás, senão as crianças não sobreviveriam, ou só aquelas com 1 quatrilhão sobreviveram.

Tal crescimento, se não acompanhado por estímulos e aprendizados adequados, pode levar à regressão sináptica e à poda neural, fenômenos associados à perda de capacidades cognitivas.

Essas descobertas apontam para a necessidade de repensar urgentemente as estratégias pedagógicas tradicionais, que frequentemente subestimam as capacidades cognitivas de crianças em tenras idades. 

A neuropedagogia sugere a implementação de abordagens mais estimulantes e desafiadoras desde os primeiros anos de vida, visando potencializar o desenvolvimento cerebral.

O desafio enfrentado pelos neuropedagogos é superar séculos de inércia educacional, convencendo professores, pais e instituições a adotarem essas novas práticas. 

A resistência é parte de um processo natural de transição, mas é crucial para a evolução do ensino. 

A neuropedagogia não apenas redefine a compreensão sobre a plasticidade cerebral, mas também propõe uma mudança paradigmática no campo da educação, enfatizando que a educação é, em sua essência, um processo de construção cerebral.


PS.: @MParanhosTorres: "Não há atenção, memorização e aprendizado se não houver antes de tudo isso o mais importante: motivação! É o que vemos quando uma criança com TDA “misteriosamente” consegue um hiperfoco quando joga videogame. Toda a pedagogia atual é claramente desmotivadora".

IA (I) - O equilíbrio certo entre inovação e responsabilidade exige uma eficaz colaboração entre os seus atores

O progresso humano sempre esteve vinculado aos avanços do conhecimento e da inovação  em seu sentido mais amplo - embora quase sempre tenha sido suportado pela inovação tecnológica. Um bom exemplo disto, no momento atual, é o e-commerce, um novo modelo de negócios que não teria todo esse sucesso sem a inovação tecnológica ocorrida com a chegada da Internet comercial nos anos 90.

Neste momento o mundo se encontra num ponto crítico de sua história. O progresso humano está cada vez mais entrelaçado com a influência de algoritmos e redes, moldando a nossa existência. A ascensão da Inteligência Artificial (IA) não é apenas um salto tecnológico, mas uma mudança fantástica, repleta de desafios e oportunidades em igual medida, após o fenomenal avanço dos segmentos de origem tecnológica - tornados factíveis - e que passaram a suportá-la a partir do final do século passado.


Desde então, o rápido avanço da IA ganhou as manchetes globais e impulsionou-a para o centro dos processos de tomada de decisão, operações e estratégias de grandes organizações, empresas e governos em todo o mundo.

Ao mesmo tempo, a evolução repentina destas novas tecnologias levantou importantes preocupações éticas. Neste cenário dinâmico e em rápida mudança, a questão de como operacionalizar princípios eficazes de governança  da IA torna-se cada vez mais crucial.

Nesse sentido, a intersecção de soluções técnicas e debates sociais, mudanças culturais e mudanças comportamentais desempenharão um papel fundamental na governança eficaz da IA. Dadas estas complexidades, as grandes organizações, empresas e os governos terão de desenvolver e implementar políticas que abranjam uma abordagem multifacetada.

Por um lado, existem soluções técnicas que envolvem o desenvolvimento e implementação de algoritmos, ferramentas e plataformas que defendem princípios éticos como justiça e responsabilidade. Estas soluções incluem ferramentas de transparência e verificações de robustez, destinadas a garantir melhor o comportamento responsável dos sistemas de IA.

Por outro lado, os debates sociais, as mudanças culturais e as comportamentais são igualmente vitais. Isto exige o envolvimento no discurso público para moldar as políticas e regulamentos que regem o uso da IA. Significa também promover uma transformação cultural dentro das organizações para alinhar as suas práticas com os princípios éticos da IA.

A IA é uma promessa tremenda na abordagem aos desafios globais, com potencial significativo em domínios como os cuidados de saúde (por exemplo, imagens médicas e processamento de linguagem natural), conservação ambiental (por exemplo, modelação climática) e vários setores que requerem conhecimentos baseados em dados. Para garantir a igualdade de acesso à tecnologia de IA em todo o mundo, o foco deve estar na educação e no desenvolvimento de capacidades. Isto inclui a introdução de currículos de IA em instituições de ensino, o fornecimento de educação em IA gratuita ou acessível através de plataformas online e a realização de sessões de formação em IA em regiões com acesso limitado à educação em IA.


Concluindo, à medida que a IA prossegue na profunda transformação das indústrias e das sociedades, a necessidade de princípios eficazes de governança da IA tornar-se-á cada vez mais urgente. Alcançar o equilíbrio certo entre inovação e responsabilidade exige uma colaboração concertada, uma regulamentação flexível e um compromisso resoluto para garantir que as vantagens da IA estarão ao alcance de todos.

No próximo artigo questiona-se se a IA generativa será uma força transformadora nas nossas economias e sociedades. 

Starship e Super Heavy: a decolagem mais esperada do ano

A Starship e o Super Heavy foram testados hoje (18/11/2023), com sucesso, na plataforma de lançamento em Starbase, Texas, para o segundo teste de vôo integrado da Starship.

Nave estelar empilhada sobre o foguete para voar em um verdadeiro ambiente de voo, maximizando os respectivos e necessários aprendizados.

O rápido desenvolvimento iterativo está sendo essencial para se construir um sistema de lançamento totalmente reutilizável, capaz de transportar satélites, tripulação e cargas úteis para uma variedade de órbitas e locais de pouso na Terra, na Lua e em Marte.

 "Embora não esteja acontecendo em um laboratório ou em uma bancada de testes, esse procedimento tem sido absolutamente importante para o fornecimento de dados inestimáveis para continuar o rápido desenvolvimento da Starship", afirmou um membro de sua equipe técnica.

Com 120 metros de altura, uma nave estelar totalmente empilhada não é apenas o veículo de lançamento mais poderoso do mundo, mas também o mais alto.

A Starship decolou com sucesso sob a potência de todos os 33 motores Raptor no Super Heavy Booster, com cerca de 4.500 toneladas (10 milhões de libras) de propulsor e conseguiu passar pela separação do estágio. No teste do vôo de hoje foi utilizado um novo método de separação de estágios na Starship chamado hot-staging.







A separação em estágio quente da Starship foi a primeira vez que esta técnica foi realizada com sucesso com um veículo deste tamanho. Observe os três motores centrais no estágio superior da nave estelar girando logo após a separação. Pouco antes de serem acionados para o estágio quente, os motores se inclinam para fora para direcionar o escapamento em direção ao interestágio ventilado antes de centralizarem novamente para a subida.






  












O voo espacial é uma aventura que exige espírito empreendedor e inovação ousada. Parabéns a toda a equipe da SpaceX pelo emocionante segundo teste de voo integrado da Starship! Abaixo, outras fotos do lançamento da Starship.

   




17 novembro 2023

Semear Digital

Há dois anos, estão em funcionamento unidades piloto do projeto "Semear Digital" que envolve atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação em tecnologias emergentes, em ambientes de produção denominados Distritos Agrotecnológicos (DATs), nos municípios paulistas de Caconde e São Miguel Arcanjo.

Agora, de lá, chegaram boas notícias que traduzem o seu sucesso. O projeto será expandido para outras cidades paulistas e regiões do País. O Estado de São Paulo irá receber mais três DATs: em Jacupiranga, Lagoinha e Alto Alegre.

O projeto é coordenado pelo Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital (CCD-AD) e financiado pela FAPESP. A partir do início deste mês suas ações de inclusão digital foram ampliadas para municípios distribuídos pelas cinco regiões do país. A iniciativa tem o potencial de alcançar até 14 mil pequenas e médias propriedades rurais.

As regiões Norte e Nordeste serão integradas ao projeto a partir de Breves (PA) e Boa Vista do Tupim (BA), respectivamente. Enquanto no Centro-Oeste participará a cidade de Guia Lopes da Laguna (MS) e, representando o Sul, estará Vacaria (RS). A partir de agora, serão realizados diagnósticos socioeconômicos em cada DAT e identificados os pontos focais e as propriedades rurais referência.

O Semear Digital irá atuar junto a associações e cooperativas do setor produtivo de forma interdisciplinar e colaborativa entre as instituições parceiras nas dimensões da pesquisa e inovação, conectividade e capacitação.

O modelo de operação do Semear Digital explora a agricultura digital inclusiva em seu potencial de reduzir assimetrias de mercado, atuar no bem-estar social das comunidades e transformar-se em pilar para o desenvolvimento sustentável dos múltiplos atores das cadeias produtivas envolvidas.

Entre os potenciais parceiros do projeto, a depender do estágio do DAT, estão: produtores e cooperativas, grandes empresas fornecedoras, startups e programas de apoio ao empreendedorismo e inovação aberta, agentes financeiros e públicos das esferas federal, estadual e municipal, além de instituições de ensino e pesquisa.

Olhando-se de forma conceitual, o Semear Digital preenche os requisitos do modelo "tripla hélice". o qual reune instituições de origens diversas: do setor empresarial, da academia e do governo. Esta sinergia é o grande fator de sucesso em qualquer iniciativa. 







15 novembro 2023

Uma das ficções brasileiras mais prodigiosas de hoje

 

Este é Alphonse Gabriel, também conhecido "por Al Capone", um bem-sucedido homem de "negócios" que mantinha em sua folha de pagamento políticos, juízes e policiais.

É de se pensar na carreira duradoura que esse senhor teria no Brasil, onde todo dia somos esbofeteados na cara com a sensação de que o crime compensa e recompensa!

Uma das ficções brasileiras mais prodigiosas de hoje, e que está presente em cada gesto, palavra ou pensamento da mídia, das classes intelectuais e de quem mais acredita que há “instituições democráticas” de verdade em funcionamento no Brasil atual, sustenta o seguinte: 

o sistema judiciário brasileiro é um sistema que cuida da prestação de justiça no país, garante que a Constituição Federal e as leis sejam cumpridas e faz disso aqui uma nação civilizada, diferente das ditaduras, países governados por gângsters e repúblicas bananeiras que existem por este mundo afora. 

É bonito. Ao mesmo tempo, é tão falso como um relógio suíço fabricado em Pedro Juan Caballero.

É o que se constata constantemente, dia sim, dia não, nas decisões tomadas no âmbito das instituições jurídicas do País, especialmente naquelas cujas siglas são compostas por apenas três letras, e encontradas com abundância nas diversas modalidades de mídia. Basta-se  “Googar” sobre esse assunto.

No sentido inverso, o Congresso dá sinais de reação como é o caso da PEC 50/2023, que altera o art. 49 da Constituição Federal para estabelecer competência ao Congresso Nacional para sustar, por maioria qualificada dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, decisão do Supremo Tribunal Federal transitada em julgado, que extrapole os limites constitucionais. A votação da PEC no Senado Federal foi comentada durante a manifestação de hoje, 15/11/2023, na Esplanada dos Ministérios. Veja o comentário no final deste vídeo.


Em contrapartida, a PEC já foi alvo de fortes críticas de magistrados da Corte. O presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, e o decano do STF, Gilmar Mendes, que associaram a proposta à ditadura de Getúlio Vargas. Gilmar disse que ela "não tem boa origem".

Já Barroso, durante seminário promovido pelo Estadão e pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, na capital paulista, afirmou:

"A revisão de decisões do Supremo é democraticamente inaceitável, é um modelo da Constituição ditatorial de 1937. Em nenhum país democrático você tem decisões do Supremo revista pelo Congresso, mas o debate é legítimo e o Congresso é o lugar de isso acontecer".

Ora, não se precisa revisitar a Constituição de 1937. A associação da PEC 50/2023 está vinculada aos dias atuais, à ditadura do judiciário, sem nenhuma dúvida ao órgão que deveria preservar e agir dentro das leis e optou por ignorá-las e/ou reescrevê-las e/ou criá-las, inclusive para deixar o nosso Al Capone livre, leve e solto.

14 novembro 2023

Estamos sendo governados pelo lado errado da história

As declarações de lula, que disse que *Israel é terrorista igual ao Hamas*, não afeta apenas a segurança da comunidade judaica brasileira e destrói a possibilidade de parcerias estratégicas com Israel no futuro, afetando também as relações do Brasil com outros países. 

lula está se alinhando à civilização islâmica, às ditaduras e ao terrorismo. E distanciando o Brasil das democracias do Ocidente e de nossos aliados de sempre. 

As instituições precisam agir antes que seja tarde demais. Estamos sendo governados pelo lado errado da história.

Neste vídeo, o Chanceler alemão Olaf Scholz classifica de "absurda" as acusações feitas contra Israel.


No Brasil, o presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, senador Carlos Viana (Podemos-MG) enfrentou o posicionamento de lula e afirmou: ‘O Brasil está pequeno diante do mundo civilizado’.

"Ao igualar Israel e Hamas, lula mantém uma narrativa perigosa e distorcida, relativizando o terrorismo e ignorando a legítima defesa de Israel. O PT evidencia seu alinhamento a uma ideologia que desconsidera a ética, a moral e banaliza a violência e a barbárie, complementou o senador Rogério Marinho (PL-RN).

12 novembro 2023

Quando a população do mundo aceita as atrocidades contra judeus, ela está endossando um método de ação do qual será vítima

Todos recordam que no amanhecer de 07 de outubro de 2023, - o Sábado Negro - na fronteira entre Gaza e Israel, um massacre cruel chacinou 1400 judeus, queimou suas casas e destruiu suas plantações. Foram sequestradas 246 pessoas, desde bebês de nove meses, dois e três anos, crianças de quatro a sete anos, adolescentes, velhos, homens e mulheres, doentes e inválidos. Algumas das mulheres foram exibidas, sangrando ou mortas, pelas ruas de Gaza. Os terroristas filmaram seus crimes e postaram os vídeos nas redes sociais das vítimas.

Em resposta, Israel declarou guerra ao terror.

Desde 2007 o Hamas controla a Faixa de Gaza, onde vivem 2 milhões de pessoas. Gaza, junto com a Cisjordânia, são os dois territórios administrados autonomamente por palestinos. Mas, enquanto a Cisjordânia é administrada pela Autoridade Nacional Palestina, que busca alguma forma de convivência, o Hamas quer a destruição de Israel.

Tem circulado nas redes sociais diversos relatos daqueles que foram convidados pelo Ministério da Defesa de Israel para assistirem um vídeo - não público - de cerca de 40 minutos, sobre as atrocidades cometidas pelos componentes do grupo terrorista Hamas. Entre os convidados se encontrava o repórter da Record que está cobrindo a guerra, André Azevedo. Veja o que ele relata no vídeo abaixo.


Nada escapou à crueldade copiada dos mais abomináveis nazistas, do Estado Islâmico e da Al Qaeda. Enquanto os criminosos nazistas tentaram ocultar seus crimes, o Hamas avançou na crueldade e escolheu transmitir os seus registros em tempo real. Os terroristas cometeram atos sádicos contra pessoas indefesas, rindo e se divertindo, com se estivessem em um reality show.

Confira isso através dessa fantástica entrevista em que Douglas Murray explica a Piers Morgan a situação em Israel.


O Hamas é nazista e os seus apoiadores também. Himmler, um dos carrascos de Hitler, elogiava muito a religião islâmica e chegou a dizer que o Islã era "a religião do bom soldado".

Isso força se relembrar que na noite de 09 de novembro de 1938, na Alemanha Nazista, ocorreu a chamada Noite dos Cristais ou Kristallnacht. Era o início do processo de matança indiscriminada — começando com os judeus. Milhões de pedaços de vidros estilhaçados, brilhando à luz da noite, deram o nome a esta matança e destruição. Naquela noite, 1240 sinagogas foram destruídas e queimadas; todas as escolas judaicas, os hospitais, sete mil lojas pertencentes a judeus foram saqueadas e queimadas; 30 mil judeus enviados a campos de concentração; 91 judeus assassinados; e 638 judeus se suicidaram para evitar a morte por marretadas e outras formas violentas.


Portanto, em ambas ocasiões as vítimas foram os judeus. E o que começou na Alemanha contra os judeus, se expandiu para outras minorias e posteriormente atingiu a humanidade. O custo foi imenso para os judeus: um de cada três judeus foi exterminado, mas houve outros 38 milhões de civis que perderam sua vida. Caso o terror islâmico não seja contido, a história irá se repetir.

Quando a população do mundo aceita as atrocidades contra judeus, ela está endossando um método de ação do qual será vítima

O silêncio de muitos e as pavorosas manifestações de apoio aos terroristas do Hamas são um claro indício de um mundo doente. Houve até quem vibrasse. Mas a história mostra repetidamente que, se não for contido, o terror não ficará restrito aos judeus. A Kristallnacht foi o prelúdio da maior matança da história, porque o ódio não foi contido no nascedouro. O Sábado Negro de 7 de outubro de 2023 pode ser um novo início se o mundo novamente se calar. A luta pela derrota total do terror palestino não deveria ser restrita a Israel. Caso se restrinja a isso, infelizmente não vai demorar a chorarmos massacres de outros povos.

Inacreditavelmente, há analfabetos morais - políticos, intelectuais e ativistas; todos, pelo que se pode observar, de esquerda - que declararam apoio ao Hamas, mesmo diante das atrocidades. 

Há, também, pessoas bem-intencionadas, mas desinformadas, fazem apelos pelo fim dos “conflitos”. Isso geralmente acontece quando Israel se defende e contra-ataca. Mas o momento ideal para discutir o fim dos conflitos é antes que mísseis sejam lançados contra Israel, antes que famílias sejam massacradas, antes que mulheres sejam violentadas e mortas.


Atualizado em 16/11/2023, às 08:51 h

O Brasil do PT foi, é e será um buraco negro. Mas nele o Brasil não desaparecerá. Há esperanças futuras que estão brotando, como agora se pode vislumbrar no Paraná

A imagem acima, deste domingo, 12/11/2023, traz esperança aos brasileiros após uma semana com notícias em sentido inverso, expostas a partir do conteúdo das provas do ENEM, do não conhecimento da letra do Hino Nacional durante o seu canto na abertura do GP Brasil e do entendimento do conceito da expressão "buraco negro" e do verbo denegrir pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que, durante uma entrevista, há poucos dias, afirmou que a expressão faz parte de um "letramento racial" da sociedade e "precisa ser abolido", assim como o referido verbo: "denegrir é uma palavra que as pessoas que têm letramento racial não usam de forma nenhuma". Tais declarações chegaram ao ponto de receberem críticas contundentes do ex-ministro Ciro Gomes. Ouça-as neste vídeo.


 

Já durante o ENEM (05/11/2023) se notou a abundância da pregação política e ideológica de uma só corrente, de preconceitos e a ausência da diversidade de idéias. Além disso, a indesejável falta de clareza nos textos e nas questões repassadas aos estudantes. A militância política na prova é Paulo Freire (uísque paraguaio) posto em prática e revela o que são os professores atuais, em sua maioria. Enfim, este ENEM serviu para se conhecer a que as novas gerações estão submetidas. Atualmente, todas as instituições de ensino estão aparelhadas pela esquerda. Das universidades às escolas. Aos jovens, desde as crianças, estão ensinando a pensar que o agricultor é mau, o terrorista do sem-terra é legal, que tem racismo em expressões como "humor negro", "denegrir", "buraco negro". Ensinam também que heterossexual é fascista, que o PT não rouba e que o Hamas é cool. É uma lavagem cerebral completa.

Sem dúvida, o Brasil do PT foi, é e será um buraco negro. Mas nele o Brasil não desaparecerá. Há esperanças futuras que estão brotando, como agora se pode vislumbrar no Paraná.



11 novembro 2023

Por que o Brasil é um país subdesenvolvido ?


Em seu artigo na Oeste deste fim de semana, J. R. Guzzo traz uma fotografia do Brasil atual. Apesar do título do artigo - "Aqui é permitido roubar"- nele são citados diversos temas decorrentes das ações dos governos petistas desde 2003. É claro que a corrupção e as mazelas dela decorrentes ganharam dimensão maior (mundial) e repercutiram diretamente em várias outras áreas que influem diretamente nas condições de subdesenvolvimento que persistem no País. Estão sumarizadas a seguir e os detalhes/justificativas no texto completo reproduzido em seguida:

  • Ladroagem oficial no mundo: todos são pobres, e todos são ditaduras;
  • Países mais honestos do mundo: todos são ricos, e todos são democracias;
  • O Brasil está numa situação realmente assombrosa em relação a isso tudo;
  • O Ministério da Educação não quer educar — quer provar que o agronegócio está destruindo o Brasil, enquanto mantém no país um dos piores sistemas de ensino público do mundo;
  • O Ministério da Justiça não quer ser justo;
  • O Ministério do Meio Ambiente não quer proteger o meio ambiente;
  • O grande projeto é chegar ao nível do Congo, da Eritreia ou do Haiti — e fora da OCDE e das sociedades mais prósperas, menos desiguais e capazes de oferecer oportunidades aos que têm pouco;
  •  A destruição das leis penais do País; 
  • Todas as leis que impuseram ao Brasil nesse período foram feitas para beneficiar o crime e os criminosos;
  • Código Penal Brasileiro em vigor — a corrupção, no Brasil de 2023, é um crime impossível. Pode ser praticado à vontade por quem está na relação de beneficiários das altas instâncias do sistema judiciário;
  • A doutrina nas altas instâncias jurídicas do País absolvem  automaticamente todos os acusados de corrupção.

Boa leitura.



Aqui é permitido roubar

A corrupção continua a impedir que o Brasil saia do

subdesenvolvimento, da ignorância e da ditadura em câmera lenta,

que a impunidade sistemática e seletiva vai construindo dia após dia


Por J. R. Guzzo - 10 NOV 2023

Os dez países mais corruptos do mundo, de acordo com o último Índice de Corrupção Global da GRP, uma agência internacional de avaliação de risco, são Síria, Coreia do Norte, Congo, Iêmen, Sudão, Eritreia, Líbia, Guiné Equatorial, Venezuela e Afeganistão. A lista da Transparência Internacional, outra reconhecida autoridade na medição da roubalheira mundial, é muito parecida. Entram, por exemplo, o Haiti, a Somália ou o Burundi, e os que são deslocados para dar seus lugares a eles ficam logo abaixo na tabela — ou seja, rouba-se do mesmo jeito em toda essa turma. Há duas realidades iguais em todos esses abismos da ladroagem oficial — todos são pobres, e todos são ditaduras. E os dez países mais honestos do mundo, segundo essas mesmas organizações? São a Noruega, em primeiro lugar, e logo depois Finlândia, Suécia, Dinamarca, Estônia, Nova Zelândia, Holanda, Islândia, Austrália e Irlanda. Os Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Suíça, Canadá e outros do mesmo gênero vêm imediatamente em seguida. Há, também aqui, duas realidades indiscutíveis: todos são ricos, e todos são democracias. Sobra uma conclusão racional, e só uma. A corrupção é responsável direta pelo subdesenvolvimento e pela tirania; há outras causas, é claro, mas essas duas estão acima de qualquer dúvida. A honestidade do poder público, da mesma forma, é condição indispensável para a riqueza e a liberdade.


O Brasil está numa situação realmente assombrosa em relação a isso tudo. Teria de ser um dos países mais honestos do planeta, pois não há no momento um único preso por corrupção no sistema penitenciário nacional — nem o ex-governador Sérgio Cabral, condenado a 400 anos de cadeia por corrupção e atualmente não apenas solto, mas também figura de destaque no “campo progressista”. Mas o Brasil está lá na parte de baixo da classificação, a caminho da zona do rebaixamento, ao lado de lugares como Etiópia, Tanzânia ou Marrocos. Que mistério é esse? Se não há nenhum corrupto na cadeia, a única conclusão lógica é que não há corrupção no Brasil — assim como não há ninguém preso por comer carne humana, por exemplo, ou por assar bebês no forno, ao estilo do Hamas. Mas é exatamente o contrário: o Brasil, pela avaliação técnica de observadores imparciais, é um dos países mais ladrões sobre a face da Terra. Rouba-se tanto que até a OCDE, a organização que reúne os países mais bem-sucedidos do mundo do ponto de vista econômico e social, considerou necessário divulgar uma advertência oficial sobre a corrupção brasileira. Registra especificamente o seu espanto, ali, com a anulação de todas as provas da ladroagem confessa de dinheiro público que foi cometida pela construtora Odebrecht nos governos de Lula e de Dilma, de 2003 a 2016 — anulação determinada por ninguém menos que o Supremo Tribunal Federal. 

Um exame do Enem, produzido pelos comissários do atual Ministério da Educação, obrigaria os alunos a responderem a qualquer pergunta sobre a responsabilidade do STF nesse delírio com a seguinte alternativa: “Nenhuma”. (A alternativa certa seria cravar: “Tudo culpa do Bolsonaro, junto com o agronegócio, a procura do lucro e os mecanismos de exploração do sistema capitalista”.) Mas o mundo não é o Enem, nem o plenário do Supremo, nem a elite subdesenvolvida que não vê nada de errado com esses sintomas de metástase no organismo público; acham, ao contrário, que agir contra a corrupção é uma manobra da direita para enfraquecer o “estado democrático”. O puro e simples exercício da lógica comum mostra que, se o sistema de Justiça de um país é incapaz de punir um delito, ou tomou a decisão de não punir, esse mesmo delito se torna legal para todos os efeitos práticos. Como é possível não haver corrupção maciça num país em que o próprio tribunal supremo de Justiça decide que provas materiais de corrupção, como a livre confissão dos culpados e a devolução de milhões em dinheiro roubado, não valem nada? É algo simplesmente incompreensível em qualquer sociedade civilizada. A OCDE, por exemplo, não entende; é uma das organizações mais respeitadas do mundo, e não entende, nem poderia entender. Um brasileiro racional, também não. Nem a OCDE nem o brasileiro racional entendem, da mesma forma, como a Justiça superior manda devolver a traficantes de drogas os iates, jatinhos e casas de praia comprados com dinheiro que ganharam no tráfico. Não entendem, igualmente, qual é a doutrina jurídica que leva o STF, o STJ e outras altas instâncias a absolverem automaticamente todos os acusados de corrupção. É corrupção? É no Brasil? Então não é crime. Não entendem por que são “bolsonaristas” — ou “fascistas”, na interpretação do ministro Barroso. É porque não faz nexo.


Não se trata apenas de passar vergonha na frente de todo o mundo democrático - o mundo que sabe pensar e não fica fazendo passeata pela Palestina. Também não é o cado de deixar claro, mais uma vez, a piada que é a pretensão de dar o Prêmio Nobel da Paz para um político que ocupa a Presidência da República depois de ter sido condenado, justamente, pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro. (As coisas não melhoram em nada quando esse presidente, segundo acabou de dizer um dos ministros do próprio STF, não estaria no cargo se não fosse a atuação da “suprema corte”.) O verdadeiro desastre, em toda essa legalização militante da ladroagem, é a progressiva construção de um regime político que pretende viver da falsificação permanente da realidade. É como a confederação de interesses que manda hoje no Brasil pretende continuar mandando, se possível para sempre, sem os inconvenientes de ser aprovada pela população, de entregar resultados e de respeitar os fatos. O “projeto de país”, aí, é a criação de falsos problemas durante os 365 dias de cada ano — e a sabotagem de toda e qualquer possibilidade de soluções verdadeiras. O Ministério da Educação não quer educar — quer provar que o agronegócio está destruindo o Brasil, enquanto mantém no país um dos piores sistemas de ensino público do mundo. O Ministério da Justiça não quer ser justo. Quer que Portugal devolva o “ouro de Minas Gerais”. O Ministério do Meio Ambiente não quer proteger o meio ambiente. Sua ministra diz que “estamos lançando nanomísseis na atmosfera”, que há mudanças na “regularidade cósmica” e que o mundo precisa de um “corretor humanitário para salvar as crianças”. Salvar do quê? Daquilo que ela chama de “guerra do clima”. Não diz nada sobre como salvar os adultos — e muito menos sobre a ONG pró-Amazônia com a qual está envolvida e que gasta com a própria folha de pagamentos 80% das verbas que recebe.

A coisa vai daí para o infinito — e, enquanto a farsa é santificada, a corrupção continua a impedir que o Brasil saia do subdesenvolvimento, da ignorância e da ditadura em câmera lenta, ou nem tão lenta assim, que a impunidade sistemática e seletiva vai construindo dia após dia. É o nosso grande projeto de chegar ao nível do Congo, da Eritreia ou do Haiti — e fora da OCDE e das sociedades mais prósperas, menos desiguais e capazes de oferecer oportunidades aos que têm pouco. Essa marcha para a calamidade, obviamente, não é culpa só do STF. Tão ou mais responsáveis são os milhares de deputados e senadores que passaram pelo Congresso Nacional nos últimos 35 anos. Foram eles que, ano após ano, eleição após eleição, aprovaram uma legislação suicida do ponto de vista penal. Todas as leis que impuseram ao Brasil nesse período foram feitas para beneficiar o crime e os criminosos. Sem exceção, até agora, só deram mais direitos para os acusados de violar o Código Penal e criaram mais obstáculos para a ação policial. O princípio geral é um insulto à sociedade: o criminoso é sempre vítima das condições sociais, a polícia é sempre suspeita de abusar da sua autoridade, cometer violência e desobedecer à lei. Como resultado, criou-se uma situação em que a polícia não pode prender, o promotor não pode acusar, e o juiz não pode condenar. Se a polícia prende, tem de soltar. Se o promotor acusa, as suas provas não valem. Se o juiz condena, o tribunal acima dele absolve. Se nada disso funcionar, a solução 100% segura para os corruptos, traficantes e criminosos com milhões para se defender é correr para o STF ou o STJ. Foi colocado em vigor, em ambos, um sistema permanente de indulgência plenária para todos eles. É recorrer da sentença e correr para o abraço.

Pouco se fala da destruição das leis penais por parte do Congresso; como em geral acontece, desastres coletivos são perdoados com muito mais facilidade. A Procuradoria-Geral da República e o ministro Alexandre de Moraes poderiam classificar como “crime multitudinário” a ação dos parlamentares na área penal. Não fazem isso, é claro. A história é muito diferente do que acontece neste momento com os brasileiros que estão sendo condenados a até 17 anos de cadeia por participarem de um quebra-quebra. A multidão, nesse caso, é culpada ao mesmo tempo pelos crimes de “golpe de Estado” e de “abolição violenta do estado de direito”. No caso das leis penais, a multidão de deputados e de senadores esconde quem é culpado — e o resultado é que ninguém tem culpa de nada. É o procedimento-padrão do sistema judiciário de hoje no Brasil. O réu não é culpado ou absolvido em função daquilo que fez. É preso ou solto em função daquilo que é. Ladrão do Tesouro Nacional, por exemplo, é sempre inocente — desde que esteja, é óbvio, do “lado certo da contradição histórica” e da luta de classes, tal como elas são entendidas pelo PT, o STF e os professores do Enem. O lado certo no momento é o lado de Lula e de tudo o que pode ser associado à esquerda em geral — ou de quem pode pagar a partir de R$ 1 milhão em honorários para os seus advogados.

O ministro Nunes Marques, num dos melhores votos já dados no STF nas últimas décadas, observou que os réus do distúrbio do dia 8 de janeiro não poderiam ser condenados por tentativa de golpe de Estado, pois estão sendo acusados, como explicou, de cometer um “crime impossível”. Ou seja, não poderiam, segundo a realidade física, objetiva e elementar dos fatos, dar um golpe de Estado contra coisa nenhuma — da mesma forma como não poderiam ser acusados de invadir o território da Transilvânia ou de alterar o movimento de rotação da Terra. Seu voto, naturalmente, foi derrotado com exclamações públicas de indignação por parte de oito dos seus nove colegas atuais. Mas chamou a atenção por permitir uma nova análise do Código Penal Brasileiro em vigor — a corrupção, no Brasil de 2023, é um crime impossível. Pode ser praticado à vontade por quem está na relação de beneficiários das altas instâncias do sistema judiciário. Mas não pode ser punido — e, se não existe entre os 200 milhões de habitantes do Brasil nenhum preso por corrupção, embora haja centenas de condenados top de linha, a corrupção, na prática, passa a ser um crime impossível de se cometer. Vamos ter, aí, mais um dos prodígios do nosso exemplar regime democrático.