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30 junho 2023

Está tudo bem com a nossa democracia?

Não. Não está. Nossa democracia vem sendo atropelada diariamente pelo consórcio formado entre os partidos de esquerda e o sistema judiciário que hoje governa o Brasil.

A coleção de atos antidemocráticos praticados pelo sistema é crescente e em nome da "democracia", assim como fazem os ditadores mundo afora, que utilizam a palavra democracia com conceitos relativos, segundo disse um ex-condenado que está ocupando a presidência da República no Brasil. Pior, ele não está sozinho - claro, não poderia estar sozinho mesmo. À exemplo das ditaduras no mundo esse estado - a ditadura - só é alcançado com a cumplicidade de outros personagens sentados em cadeiras de outros poderes.

E foi com essa base de apoio que - para a coleção de atos antidemocráticos - está semana foi excepcional. Os produtores desses atos atingiram substantivamente os pilares fundamentais de um regime democrático de direito, a saber, segundo a nossa Constituição: 

Art. 1º, Parágrafo único: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição", e o 

Art. 5º, item IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

E é bom se notar que todos os atos praticados esta semana trazem consigo a palavra - cassação - comum ao vocabulário das ditaduras. Vamos aos atos:

1) No meio da semana, dois acusadores de uma “Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão”, de São Paulo, pedem à Justiça Federal o cancelamento das três outorgas de difusão da Jovem Pan — quer dizer, em linguagem mais clara, a cassação das concessões que ela tem do governo para transmitir seus programas de rádio, como todas as emissoras brasileiras são obrigadas a ter.

2) Ontem, quinta-feira (29), o presidente da República cassou o conceito de democracia e se disse orgulhoso ao ser chamado de comunista. Considerar relativos os valores da democracia, orgulhar-se de ser comunista e homenagear ditadores, nos mostram, com clareza, quem é o Lula.

3) Hoje, sexta-feira (30), o TSE cassou os direitos políticos do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, por expressar o seu pensamento sobre o processo eleitoral vigente no Brasil, especialmente no que diz respeito ao sistema de contabilização dos votos das urnas eletrônicas utilizadas no País, bastante questionado, há muito tempo, e para o qual nunca foi demonstrado a inexistência de eventuais falhas. 

Em qualquer democracia séria do mundo tais atos antidemocráticos jamais existiriam.

É proibido pensar sobre istoÉ ilegal, por acaso, falar mal do STF, do TSE ou do Congresso ou de qualquer das outras instituições? Essas cassações são só o começo? 

Não, para as duas perguntas. E elas, as cassações, já são a continuidade da produção de atos antidemocráticos só possíveis de serem estabelecidos quando um país já se encontra em um regime ditatorial.

Acorda Brasil.


Lula: Democracia: "o conceito de democracia é relativo" - Ser comunista: "Isso não nos ofende. Isso nos orgulha muitas vezes”


O ex-condenado Lula foi questionado, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (29), sobre os motivos para o governo federal e setores da esquerda brasileira não considerarem o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela, como uma ditadura. Lula afirmou que o país "tem mais eleições do que o Brasil" ...  "O conceito de democracia é relativo para você e para mim".




Mais tarde, ao participar da abertura do 26° encontro do Foro de São Paulo, o ex-condenado criticou a “direita fascista”, pediu união da esquerda no Brasil e disse que tem orgulho de ser chamado de “comunista”. 

Durante o encontro, o petista se reuniu com os partidos de esquerda da América Latina. Em seu discurso, Lula admitiu que o “discurso do patriotismo e da família"  não estão alinhados com o progressismo.

[ ... ] “Aqui no Brasil, nós enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o discurso do patriotismo. Ou seja, aqui nós enfrentamos o discurso que a gente aprendeu a historicamente combater” ...

[ ... ]“Eles nos acusam de comunistas, achando que nós ficamos ofendidos com isso. Nós não ficamos ofendidos. Ficaríamos ofendidos se nos chamassem de nazista, de neofascista, de terrorista. Mas de comunista, de socialista, nunca. Isso não nos ofende. Isso nos orgulha muitas vezes”, continuou o petista.


 

Ora Lula, comunismo, nazismo e fascismo são farinhas do mesmo saco e todos, ainda hoje, praticam e ou defendem torturas, prisões e assassinatos de seus adversários como os fazem os ditadores seus amigos, inclusive recebidos no Brasil com honras de chefe de estado durante os seus governos. Todos eles, também, possuem aversão a democracia e esta não possui um conceito relativo. Considerar relativos os valores da democracia, orgulhar-se de ser comunista e homenagear ditadores, nos mostram, com clareza, quem é o Lula.


Last but not least, está tudo bem com a nossa democracia? Não, esta vem sendo atropelada diariamente pelo consórcio entre os partidos de esquerda e o sistema judiciário que hoje governa o Brasil. O amor venceu.

29 junho 2023

Suecia abandona agenda climática y los objetivos de energía verde

Assim como ocorreu durante a pandemia Covid19, a Suécia, de forma responsável, estuda e busca soluções para os seus desafios e foge do discurso do globalismo promovido pelas organizações engajadas no estabelecimento de uma Nova Ordem Mundial.

Desta vez, o país sai novamente na frente e - está antecipando aquilo que os seus vizinhos fingem não enxergar - ao reconsiderar a energia nuclear como necessária para o seu futuro energético. É o que parece refletir a matéria reproduzida a seguir.

Boa leitura.

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Suecia abandona agenda climática y los objetivos de energía verde

Domingo 25 de junio de 202310:31h

"Un sistema energético estable es necesario", advirtió la ministra de Finanzas, Elisabeth Svantesson, al anunciar la nueva política en el Parlamento sueco, donde Suecia ha dado un duro golpe a la agenda climática globalista al reducir sus objetivos de energía verde.

El gobierno sueco ha abandonado sus objetivos para un suministro de "energía 100% renovable" y está volviendo a la energía nuclear, según Svantesson. Él afirmó que la energía eólica y solar son demasiado "inestables" para satisfacer los requisitos energéticos de la nación. Esta medida representa un gran golpe para la tecnología poco confiable e ineficiente.

Para cumplir con los objetivos de la agenda verde del Foro Económico Mundial (FEM), los países están siendo empujados hacia la "energía renovable". La fuerte promoción de la agenda verde del FEM proviene de las Naciones Unidas, la Organización Mundial de la Salud (OMS), el Acuerdo Climático de París, el Banco Mundial y la administración del presidente demócrata Joe Biden.

"Esto crea las condiciones para la energía nuclear", dijo Svantesson al anunciar la nueva política de Suecia. "Necesitamos más producción de electricidad, necesitamos electricidad limpia y necesitamos un sistema de energía estable".

"Un paso importante en la dirección correcta es lo que representa la decisión sueca", acoge con satisfacción el grupo de campaña ambiental Net Zero Watch. Según ellos, esta medida reconoce implícitamente la baja calidad de la energía eólica y solar inestables. Además, forma parte de un colapso general de confianza en la agenda de energía renovable pionera en los países nórdicos y en Alemania.

Según Net Zero Watch, Suecia sugiere que puede confiar en la energía nuclear, hidroeléctrica y biomasa para poder "permitirse rechazar los combustibles fósiles" y así lograr un futuro energético "100% libre de fósiles". Bajo su nueva dirección, Suecia ahora considera la energía nuclear como crítica para el mencionado futuro energético.

Envió Svantesson también una advertencia a otras naciones occidentales que, ciegamente presionando para cumplir con los requisitos energéticos de la agenda verde del FEM, están. "Sustanciales economías industrializadas... solo un gas a la vía nuclear es viable para seguir siendo industrializado y competitivo", señaló Svantesson. Han argumentado los expertos que reducir las emisiones de dióxido de carbono no es realmente un objetivo que valga la pena para un país individual o global.

Mientras se pasan por alto los beneficios, los daños potenciales del gas son inciertos y exagerados. Según el pueblo sueco, desean basar su economía en una fuente de energía nuclear que sea físicamente sólida y segura, a diferencia de las energías renovables que no cumplen con estas características.

Constable agregó que otros gobiernos del mundo siguen "viviendo en una fantasía" respecto al cumplimiento de los objetivos de la agenda verde. "Pero el final del sueño verde se acerca".

26 junho 2023

Foro de São Paulo elogia ditaduras e diz que China é fator de equilíbrio

Terá início, em Brasília, o 26° Encontro do Foro de São Paulo, que reúne partidos, governos e organizações de esquerda da América Latina. Como é praxe, a entidade, formada por partidos latino-americanos de esquerda, é crítica no texto aos EUA, a quem se refere como "império".

O seu “documento base” oficial, com 99 parágrafos, está à disposição para leitura no site do próprio Foro de São Paulo. Há uma semana, precisamente em 18/06, teci comentários iniciais a esse documento, especialmente sobre o conteúdo dos itens I.1 - I.3, disponíveis aqui.

Sobre os demais itens, trata-se, em sua maioria, de textos lamentáveis que lembram aqueles que foram escritos por partidos comunistas em meados do século passado. De novidade apenas o surgimento da palavra progressista em substituição a até então utilizada: comunista.

De resto, continua sendo o discurso do atraso: o de louvor as ditaduras e aos respectivos ditadores e a conclamação da união de todos contra o imperialismo americano, o inimigo número 1 da humanidade, além de muitas mentiras e desinformação, ambas de uso acentuado desde os tempos de Lenin. 

O documento elogia os regimes ditatoriais de Cuba, Venezuela e Nicarágua, mas não há nenhuma referência às violações de direitos humanos e repressão a opositores nos países. Tanto o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) quando a Frente Sandinista nicaraguense são membros do Foro.

O documento também elogia a China e a caracteriza como um "fator de estabilidade e equilíbrio" para a América Latina, tida como um contraponto ao "imperialismo" americano. Alguns trechos a seguir:

“(...) O objetivo principal, expresso descaradamente pelos representantes dos Estados Unidos, é manter o controle de nossos recursos naturais, retomando a Doutrina Monroe, 200 anos depois de sua proclamação, como a principal estratégia contra a soberania e autodeterminação das nações latino-americanas e caribenhas”;

“(...) Estamos vivendo um momento crucial de resistência e luta continental. À firmeza e avanços de Cuba, Venezuela e Nicarágua, somam-se vitórias eleitorais que, tendo como premissa a unidade programática, frearam o desenvolvimento do neofascismo na região“;

“(...) devemos lembrar a morte do comandante Hugo Chávez há 10 anos, depois de chegar ao poder democraticamente, sofrer um golpe e retornar à presidência. Chávez iniciou um novo capítulo na Venezuela e em todo o continente, ao se tornar um exemplo de luta contra o neoliberalismo e o imperialismo, iniciando o enfrentamento concreto das heranças das ditaduras militares na América Latina e Caribe". 

Neste caso, é recomendável recordar que em 2011, Chávez foi denunciado ao Tribunal de Haia por crimes contra a humanidade, incluindo deslocamentos forçados, assassinatos e torturas. A corrupção explodiu em seus governos e nos governos de seu sucessor, Nicolás Maduro. 

Papel aceita qualquer coisa. 

25 junho 2023

Um presidente sem governo

A Revista Oeste trouxe neste fim de semana, em seu número 170 (terceiro ano de sua fundação), em sua matéria de capa, um conteúdo preciso sobre os primeiros seis meses de governo do ex-condenado Lula.

Não é difícil se supor que nem Lula acreditava em sua vitória eleitoral, até hoje discutida e desacreditada pela maioria dos brasileiros que nunca tiveram provas cabais de que os sufrágios contabilizados e à ele concedidos corresponderam fielmente ao voto que foi digitado pelo eleitor nas urnas eletrônicas tecnicamente ultrapassadas, há muito tempo.

Tal desacreditação do Lula justifica, em parte, o titulo da matéria produzida pelo jornalista Silvio Navarro e publicada pela Oeste e reproduzida a seguir. Dela destaco, para subsídio do comentário acima, o seguinte trecho:

[ . . . ] "Lula montou o Ministério sem planejamento. Não tinha um plano de governo na campanha. Não tinha nomes pré-selecionados para ocupar funções se fosse eleito. 

[ . . . ] Os cargos foram distribuídos em duas colunas: a da companheirada, tomada pelo PT e seu braço sindical, a Central Única dos Trabalhadores (CUT); e a ala mais ideológica e raivosa, que revelou ao país a existência de militantes do Partido Comunista do Brasil em pleno século 21."

 Boa leitura!

 

Em março deste ano, quando o governo dava os primeiros sinais de que havia pifado na largada, o presidente Lula participou de uma grande recepção para os prefeitos em Brasília. Àquela altura, o petista já precisava justificar a escolha de ministros sem nenhuma aptidão para o ofício e a reciclagem de projetos ultrapassados. Lula afirmou sem rodeios: “Prefiro um político competente do que um técnico. Porque o político entende um pouco de tudo, e muitas vezes o técnico não entende de nada”.

Foi um raro momento em seus discursos — sempre para plateias domesticadas — em que os aplausos não surgiram espontaneamente, e o semblante dos aliados sentados ao lado, como o de Rui Costa, chefe da Casa Civil, e Edvaldo Nogueira, prefeito de Aracaju e líder da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), dispensa legenda.

Por que a frase causou desconforto aos prefeitos, secretários municipais e alguns funcionários de carreira? Porque é um retrato fiel de um governo desengonçado e sem quadros qualificados para funções técnicas. O resultado tem efeito na ponta: desestimula a profissionalização das administrações municipais, deixando os prefeitos com dificuldades para conseguir recursos dos ministérios — porque não encontram os programas para encaixar suas demandas. Pior: ao bater à porta dos gabinetes de deputados da região, ouvem que eles também não têm diálogo com o governo.

Isso ocorre porque Lula montou o Ministério sem planejamento. Não tinha um plano de governo na campanha. Não tinha nomes pré-selecionados para ocupar funções se fosse eleito. O resultado foi o aparelhamento vertical de empresas, autarquias e bancos públicos. Os cargos foram distribuídos em duas colunas: a da companheirada, tomada pelo PT e seu braço sindical, a Central Única dos Trabalhadores (CUT); e a ala mais ideológica e raivosa, que revelou ao país a existência de militantes do Partido Comunista do Brasil em pleno século 21.

Esse segundo grupo é liderado pelo ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública). Ele abandonou a magistratura para seguir carreira como político comunista no Maranhão. Já afirmou, mais de uma vez, que manda nas Polícias Federal, Rodoviária, no combate ao crime organizado, na vigilância de fronteiras e demais frentes de inteligência. É a favor do desencarceramento em massa nas cadeias e quer a população desarmada. Quando o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, caiu por ser flagrado nas cenas do 8 de janeiro no Palácio do Planalto, foi Dino quem indicou um assessor para substituí-lo interinamente.

Lula tem uma espécie de dívida de gratidão com Dino. Ele foi um dos mentores do grupo de advogados conhecido como “Prerrogativas”, que atuou no Supremo para tirar o petista da prisão, reabilitá-lo juridicamente para disputar a eleição e demolir a Lava Jato nos tribunais. Hoje, Dino cuida da sintonia entre a Polícia Federal e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que já prendeu 1,5 mil pessoas no país.

Gafanhotos

O grupo majoritário do governo Lula 3 foi montado em outra planilha. O PT e a CUT espalharam seus filiados por todos os lados onde havia as siglas CCE (Cargos Comissionados Executivos) e FCE (Funções Comissionadas Executivas). O Diário Oficial da União traz ao menos uma nomeação por dia. São a elite da administração pública, com salários que começam em R$ 20 mil e se perdem de vista com benefícios e gratificações. Há outros postos cobiçados — sem concurso público —, alguns temporários ou assentos em conselhos de administração. 

Nesta semana, a Presidência da República nomeou Gleide Andrade de Oliveira para o conselho da Itaipu Binacional. Ela é tesoureira do PT. O salário é de R$ 37 mil para participar de uma reunião a cada dois meses. Não é a primeira vez que isso acontece: João Vaccari Neto, que misturava as finanças do PT com o Petrolão — conhecido por cobrar o “pixuleco” —, ocupou o mesmo posto. 

A parte brasileira da empresa foi tomada pelo partido. O diretor-geral é o deputado paranaense Enio Verri, indicado por Gleisi Hoffmann. Os demais assentos do conselho ficaram para os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão). A remuneração é considerada em Brasília um complemento para os salários dos ministros — de R$ 40 mil.

O avanço da nuvem de gafanhotos petistas aos contracheques da máquina pública foi retratado em abril, na edição 160 de Oeste. O primeiro alvo foi a Petrobras. O presidente, Jean Paul Prates, ex-suplente de senador do Rio Grande do Norte, nomeou até o ex-sócio de sua empresa privada do mesmo ramo, Sergio Caetano Leite, para a Diretoria Financeira da estatal. ​​Leite também foi secretário do Consórcio do Nordeste, epicentro do “Covidão”. A maioria dos demais cargos foi loteada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), filiada à CUT. Um dos sindicalistas, José Maria Rangel, o Zé Maria, vai controlar um orçamento de R$ 450 milhões para ações sociais da companhia — doação de cestas básicas e botijões de gás de cozinha, por exemplo.

Mas há casos que ganharam holofotes até da velha mídia pelo despudor. Por exemplo, a nomeação do ex-governador do Acre Jorge Viana para a Apex (agência de promoção do Brasil no exterior), com salário de R$ 65 mil, passagens aéreas e benefícios. O estatuto da empresa foi alterado, porque o petista não cumpria a exigência de ser fluente em inglês. Em vez de optar por um curso rápido do idioma, o governo mobilizou a Advocacia-Geral da União (AGU) nos tribunais para que ele não perdesse o emprego.

Derrotado nas urnas, Fernando Pimentel, ex-governador de Minas Gerais, ficou com a presidência da Empresa Gestora de Ativos S.A. (Emgea), vinculada ao Ministério da Fazenda. A Emgea cuida da gestão de ativos — bens e direitos — da União e de entidades da administração pública federal. O salário começa em R$ 42 mil.

Outros nomes passam despercebidos no rodapé do Diário Oficial. O ex-presidente da CUT Vagner Freitas, que prometeu pegar em armas contra o impeachment de Dilma Rousseff, comanda o Serviço Social da Indústria (Sesi). Gilberto Carvalho, que foi o responsável pela antessala de Lula e Dilma no passado, está empregado no Ministério do Trabalho, chefiado por Luiz Marinho. Carvalho é secretário nacional de Economia Popular e Solidária. O que isso significa? Provavelmente nem ele saiba, mas, de Brasília, tem a tarefa de “monitorar pequenas associações de agricultura familiar e cooperativas de coleta e reciclagem”.

O MST conseguiu o comando da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com o gaúcho Edegar Pretto, além de trocar 19 superintendentes estaduais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) da gestão passada. Os líderes do movimento também não precisam agendar audiências porque foi criado um ministério para atendê-los, a cargo de Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).

Ministério fantasma

A fragilidade técnica em detrimento dos conchavos políticos fica evidente numa simples busca pelas ações dos ministros nesses seis meses. O titular da Educação, Camilo Santana, só aparece nas manchetes da imprensa para lamentar os assassinatos brutais ocorridos em escolas ou anunciar a abertura de concursos públicos. 

Santana não sabe o que fazer até agora, por exemplo, com o Novo Ensino Médio — prorrogou a consulta pública por mais 30 dias. Pressionado pelos sindicatos de professores, o governo do PT barrou a proposta do ex-ministro Mendonça Filho, da gestão Michel Temer, que ampliava a carga horária e oferecia aulas profissionalizantes para o mercado de trabalho em vez de disciplinas empoeiradas. Camilo Santana obedeceu os sindicalistas e depois ficou paralisado porque não tem uma proposta.

Algumas pastas importantes, como Saúde e Cidades, têm parte dos seus orçamentos demarcados por programas antigos. Lula reciclou o Mais Médicos — usado no passado para enviar dinheiro a Cuba — e o Minha Casa Minha Vida. O público-alvo na habitação, desta vez, mudou: sai o pobre, entra a classe média. 

“O cara que ganha R$ 10 mil, R$ 12 mil, R$ 8 mil, esse cara também quer ter uma casa e esse cara quer ter uma casa melhor”, disse o petista nesta semana. A ideia é abrir linhas de crédito para imóveis de até R$ 500 mil. São faixas de financiamento muito acima do modelo desenhado para as camadas mais pobres.

Sem nenhum canteiro de obras para visitar, Lula tem falado em ressuscitar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), marco da maior enganação em infraestrutura do país desde a redemocratização. Para ganhar eleições, a dupla Lula-Dilma prometeu desembolsar R$ 1,5 trilhão em cimento, mas executou só 18% das 30 mil obras. O dinheiro dos projetos foi drenado pela corrupção de políticos e empreiteiras descoberta pela Operação Lava Jato.

Outro exemplo de como Lula governa no retrovisor é o programa de incentivo ao carro popular, similar aos anos de Itamar Franco na virada da década de 1990. O petista não levou em conta que o chamado carro de entrada (faixa mais barata) não tem o mesmo apelo do passado e que os jovens, hoje, optam por transporte público ou aplicativos de mobilidade. Tampouco a medida foi bem recebida por montadoras de veículos, que sugeriram retirar os airbags e outros dispositivos de segurança para baratear os carros. É um episódio que também demonstra falta de interlocução com o empresariado. O vice-presidente, Geraldo Alckmin, seria o responsável por essa área, mas ele parece estar com a cabeça em outro lugar.

Ao menos dois ministros frequentam páginas de denúncias há meio ano. Por alguma razão ainda desconhecida, Lula não consegue se livrar deles. A ministra do Turismo, Daniela do Waguinho — referência ao nome do marido, prefeito de Belford Roxo (RJ) —, é acusada de ter laços com milicianos. O outro é Juscelino Filho (Comunicações), que usou verba pública para visitar uma feira de cavalos e construir estradas nas cercanias de sua fazenda e mandou chips de celulares para terras ianomâmis — onde não existem antenas de telefonia.

A promessa da área econômica é que o Produto Interno Bruto (PIB) vai dar uma guinada de crescimento por causa do “arcabouço fiscal”, algo que o ministro Fernando Haddad não conseguiu explicar o que é. Na prática, o Congresso vai autorizar o governo a gastar um pouco mais do que o teto atual, desde que os parlamentares fiquem com uma fatia do bolo. Quem vai produzir o texto, no final das contas, serão os parlamentares.

Personagens chamadas para o primeiro escalão pelo apelo midiático, Marina Silva, Simone Tebet e a indígena Sônia Guajajara, tiveram seus poderes limitados pelos ajustes do Congresso à medida provisória dos ministérios. Hoje, são figuras decorativas — e causam dor de cabeça porque reclamam disso publicamente. 

Na Cultura, além de cumprir a promessa de abrir o cofre para a classe artística que fez campanha, o único feito foi a inauguração de um letreiro na Esplanada.

No campo diplomático, o governo é desastroso. Lula nomeou o chanceler Mauro Vieira, mas segue as ordens do assessor para Assuntos Internacionais, Celso Amorim. É dali que surgem falas a favor da Rússia na guerra contra a Ucrânia, críticas ao dólar como moeda corrente internacional, afagos à China e desrespeito a Israel por causa da defesa da Palestina. O auxiliar defendeu a recepção ao ditador venezuelano Nicolás Maduro. Qualquer bate-papo com Celso Amorim é uma viagem no tempo.

A exemplo do que fazia Jair Bolsonaro, Lula resolveu fazer lives semanais sobre ações do governo. As transmissões são comandadas pelo jornalista Marcos Uchôa, ex-Globo, hoje na Empresa Brasil de Comunicação (EBC). As duas primeiras foram um fiasco de público — de 6 mil a 8 mil interessados. Na última delas, o presidente disse que faria um balanço dos seis meses na Cadeira, mas não levou nenhum dado e pediu paciência à população.

Gabinete da Janja

Na semana passada, a primeira-dama, Janja, se irritou com uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. A publicação relatava o que se ouve em qualquer corredor do Congresso Nacional: Janja toma decisões de governo e interfere em várias áreas.

Além da personalidade da primeira-dama, o avanço em questões de governo ocorre porque faltam nomes de peso ao seu redor. Seu articulador político, Alexandre Padilha, não tem nenhum prestígio nem no Congresso nem no PT. Em 2014, ele foi responsável pela pior votação do partido numa eleição para o governo de São Paulo da história — teve 18% dos votos —, o que prejudicou a bancada de deputados na época. No ano passado, conseguiu um mandato de deputado com 140 mil votos. Os próprios assessores da sigla na Câmara afirmam que seu nome sequer era cotado para liderar a bancada. Uma das credenciais para a coordenação política é conhecer os caminhos do Congresso — não à toa, desempenharam a tarefa nomes como José Dirceu, Romero Jucá, Aldo Rebelo e José Múcio Monteiro. Mas quem poderia desempenhar a tarefa no lugar de Padilha? Lula não tem um substituto.

No mês passado, o presidente preparou uma saída honrosa: Padilha seguiria no comando do “Conselhão” — grupo com 250 integrantes que se reúne sem pauta definida e não conclui nada. Desde o seu primeiro organizador, o petista Tarso Genro, Lula usa o Conselhão para acomodar algum aliado que despreza. Por que Padilha não caiu naquela semana, marcada por derrotas na Câmara? Porque Janja gosta dele. Foi ela quem o incentivou a usar a aberração “todes” na abertura dos discursos e cerimoniais. Padilha costuma sair em defesa da primeira-dama nas redes sociais dizendo que ela é vítima de misoginia e machismo. 

Uma nota do colunista Lauro Jardim, no jornal O Globo, por exemplo, citava a dificuldade de ministros e parlamentares em almoçar com Lula sem a presença de Janja à mesa. Padilha reagiu nas redes sociais: “Muito bem, Janja! Aviso a todas e todos, almoçar com quem se ama e defender uma alimentação saudável faz muito bem para a saúde! Precisamos do PR Lula sempre saudável e feliz. Faz bem para vocês, para o governo e para todo o Brasil”.

Quando precisa conversar com sua base — restrita a 130 cadeiras, a menor em um governo petista desde 2002 —, Lula esbarra no perfil beligerante dos quadros. Os principais líderes, Gleisi, Lindbergh Farias (RJ), o senador Randolfe Rodrigues (AP) e o petista Zeca Dirceu (PR), causam mais incêndios do que acordos. A presença de Renan Calheiros (MDB-AL) atrapalha qualquer diálogo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), seu inimigo pessoal. E o restante da tropa gasta mais tempo no Twitter do que em plenário.

Sem uma equipe que o ajude a sair do atoleiro, sem votos no Congresso, vaiado nas ruas e sem público na internet, Lula tem optado pelo aeroporto. Nesta semana, o presidente que já chegou ao poder como o que mais viajou na história — 146 viagens, com escalas em países diferentes —, foi a Roma e ao Vaticano. Janja ainda não tinha uma foto com o papa.

24 junho 2023

Lula supera Biden

A liberdade nunca é de graça’ é o título de uma coluna da Oeste,  com uma entrevista do ex-assessor de Ronald Reagan (anos 1980), Morton Blackwell, falando sobre os rumos do conservadorismo e comentando a política norte-americana do início de sua carreira (1964) e dos dias de hoje.

Entre vários pontos importantes do artigo, um deles se destaca quando comparado ao que está acontecendo no Brasil.

No artigo, Morton afirmou que o atual presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, estava mentindo durante a campanha eleitoral, sobre unificar o país e combater a polarização. Além disso, Biden é um presidente que pouco faz, mas que tem funcionários de esquerda bastante determinados a promover suas causas autoritárias.

[ . . . ] "Biden preencheu seu governo com pessoas que estão muito na extrema-esquerda e fazendo de tudo para conquistar o poder. Ele não está fazendo nada para unificar o país. ... Nomeia como funcionários do governo, nos diferentes departamentos, esquerdistas bastante determinados. ... a situação em que nos encontramos: temos um presidente que é idoso e não trabalha muito em nada."

No contexto acima e até um pouco mais amplo, o presidente brasileiro supera o americano de goleada, a cada 24 horas, seja no Brasil ou no exterior.

Não iremos relacionar aqui todas decisões e mentiras tomadas e ditas nos primeiros seis meses de governo do ex-condenado. Mas não poderíamos deixar de citar um link cujo conteúdo cita as mentiras ditas, já no primeiro dia de seu governo, pasmem, no Congresso Nacional. Reveja-as aqui.



23 junho 2023

No Brasil e no mundo, cresce o número daqueles que fizeram o L e se decepcionaram


A decepção e o desconforto daqueles que fizeram o L ultrapassaram as fronteiras brasileiras e já são notícias no mundo através, até, da grande mídia, como ilustra a primeira página do Libération.

O jornal francês colocou o ex-condenado Lula na capa de sua edição desta 6ª feira (23/06/2023) com o título “LULA, LA DECEPÇÃO” e com alegações de que o mandatário seria um “falso amigo do ocidente”. 

A crítica se dá especialmente pelos posicionamentos do petista frente à guerra na Ucrânia. “O presidente brasileiro não é o precioso aliado que imaginávamos, especialmente quando se trata de ostracizar o novo pária do Ocidente: a Rússia, culpada de uma invasão intolerável da Ucrânia”, diz o jornal.


Não demorou muito para que autoridades americanas e de outros países também, 'acordassem" e estão sentindo os efeitos dos tiros nos pés a que foram submetidos.

A obviedade do tiro no pé no caso dos EUA ficou muita clara pois, nesta quarta-feira (21/06/2023), o Financial Times revelou, com detalhes, sob o título "A discreta campanha dos EUA para defender a eleição brasileira", que a administração Biden pressionou políticos e generais brasileiros a respeitarem o resultado eleitoral brasileiro. Diz o artigo:

"O fato de a eleição não ter sido seriamente contestada é um testemunho da força das instituições brasileiras. Mas também foi em parte o resultado de uma silenciosa campanha de pressão de um ano pelo governo dos EUA para instar os líderes políticos e militares do país a respeitarem e salvaguardarem a democracia, o que não foi amplamente divulgado. 

O objetivo era transmitir duas mensagens consistentes aos generais inquietos no Brasil e aos aliados próximos de Bolsonaro: Washington era neutro quanto ao resultado da eleição, mas não toleraria qualquer tentativa de questionar o processo de votação ou o resultado.

O Financial Times falou com seis ex-funcionários dos EUA ou atuais envolvidos no esforço, bem como com várias figuras institucionais-chave brasileiras, para juntar a história de como a administração Biden se envolveu no que um ex-alto funcionário do Departamento de Estado chama de "campanha de mensagens muito incomum" nos meses que antecederam a votação, usando canais públicos e privados.

A solução foi uma campanha concertada, mas não anunciada, em vários ramos do governo dos EUA, incluindo o exército, a CIA, o Departamento de Estado, o Pentágono e a Casa Branca. "Foi um envolvimento muito incomum", diz Michael McKinley, ex-alto funcionário do Departamento de Estado e ex-embaixador no Brasil."

O artigo ainda informa que alguns generais brasileiros estavam desconfortáveis com as tentativas de Bolsonaro de politizar uma instituição que tentou se manter fora da política desde que devolveu o poder aos civis em 1985 e estavam preocupados com os riscos de o exército sair da constituição. Hamilton Mourão, vice-presidente de Bolsonaro, era um deles e cita que durante uma visita de Mourão a Nova York para um almoço privado com investidores. Depois de afastar as perguntas sobre os riscos de um golpe, repetindo que estava confiante de que as forças armadas do Brasil estavam comprometidas com a democracia, Mourão entrou em um elevador para sair e o ex-embaixador o acompanhou.

"Quando a porta estava fechando, eu disse a ele: 'Você sabe que sua visita aqui é muito importante. Você ouviu as preocupações das pessoas ao redor da mesa. E compartilho dessas preocupações e, francamente, estou muito preocupado. Mourão se virou para mim e disse: 'Eu também estou muito preocupado'". 

Em resposta a essa informação, o agora senador Hamilton Mourão publicou em seu Twitter 


Alguns brasileiros arrependidos de terem feito o L

Após quatro dias do governo petista, na cópia abaixo, algumas afirmações de quem assinou a "Carta de São Paulo", lida no dia 11 de agosto de 2022, e que podem ser encontradas nas redes sociais.

Os 'Pais' do Plano Real que fizeram o L durante a campanha tentam se distanciar do presidente eleito em carta aberta com alerta econômico. Em carta aberta publicada pela Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (17), Arminio Fraga, Edmar Bacha e Pedro Malan, economistas que declararam voto em Lula, criticam as declarações do petista durante a COP27 que influenciaram negativamente o mercado.

Paulo Coelho - twitter comentado neste link https://youtu.be/2EtwY1j7ZaI


Tasso Jereissati - Jereissati ampliou a lista de pessoas que fizeram o L e se arrependeram depois. É o caso também do jurista Miguel Reale Júnior, dos economistas Armínio Fraga e Elena Landau

PS.: + 1

Estadão, 25/06/2023


22 junho 2023

A Agenda 2030 é uma autêntica imoralidade

Falas contundentes sobre o que realmente está por trás da agenda 2030. Mais uma vez a parlamentar Magdalena Nevado do partido Vox (Espanha) bate de frente contra a agenda 2030 e tem o apoio de outros parlamentares, lembrando que o partido Vox ganhou representação massiva nas últimas eleições em todo país.




Parece mesmo estarmos novamente diante de um processo ditatorial mundial. O autoritarismo penetrando nas diversas nações no mundo, incluindo o Brasil, de forma inconstitucional, sob as benção das autoridades vigentes em cada uma delas. Conhecemos bem qual foi o final de medidas semelhantes adotadas em democracias no início do século passado.

Agora, as sociedades ocidentais estão ameaçadas com:

  • uma elite política, científica e jornalística que frequentemente usa termos vagos como "desinformação" e "discurso de ódio" para racionalizar regimes de censura draconianos; 
  • a consolidação de uma tirania médica que está disposta a ir tão longe a ponto de coagir os cidadãos a aceitar produtos médicos aprovados pelo governo e confinar involuntariamente os cidadãos em suas casas se estiverem doentes;
  • mutilação infantil em plena luz do dia, racionalizada pelo conceito de cirurgia de "afirmação de gênero";
  • colocar nossos idosos para dormir, em nome da "compaixão";
  • uma forma autoritária de tecnocracia que vê os cidadãos como peões em planos mestres para criar uma sociedade mais segura e limpa, "cidades de 15 minutos" etc.
  • uma forma fanática e autoritária de ambientalismo cujos líderes defendem a expropriação de terras de seus concidadãos, como o governo holandês fez;

Os cidadãos que permanecem completamente calados ou concordam com essa loucura antiliberal e desumanizadora devem se perguntar quanto tempo se deve esperar para combatê-la.

É bom se lembrar que na Alemanha nazista, na Russia comunista e na Itália fascista, as suas populações foram surpreendidas com a rapidez da instalação dos regimes totalitários. O que foi ainda mais surpreendente para muitos de seus habitantes, foi quantos líderes da sociedade civil, líderes culturais, acadêmicos, empresários, políticos e jornalistas mantiveram suas bocas fechadas enquanto as ditaduras eram instaladas sem possibilidade de retorno.

A colaboração do Brasil

Com a chegada do PT ao poder, em 2003, foi a vez do Brasil participar desse jogo, interrompido entre 2019-2022 e retomado agora em 2023. No poder, o PT aparelhou todas as instituições, investiu bilhões em nações socialistas e forjou pesado na implantação das disciplinas que compõem o marxismo cultural, colocando classes contra classes e pulverizando a discórdia entre pobre e rico, negro e branco, sulista e nortista, homossexual e heterossexual, filho e pai, sociedade civil e polícia. 

Apoiou a ideologia de gênero, incentivou a corrente feminista, buscou meios para legalizar o aborto, incentivou à promiscuidade e a impunidade, desarmou a população contra resposta do referendo de 2005, sucateou as Forças Armadas, investiu em ONGs trapaceiras que defendem os ideais do globalismo-comunismo e nos artistas consagrados através da Lei Rouanet para se aproveitar do público seguidor dos mesmos no sentido que eles ajudassem falar bem do sistema.

Em 2023 Lula retornou ao Palácio do Planalto e com ele sua troupe viciada nos costumes comunistas, incluindo o globalismo. Lula já abriu mão da Amazônia brasileira ... e o Brasil vai ter de escolher entre o dinheiro e a dignidade, senão corre o risco de perder os dois ... https://bit.ly/3oVnZ90.

A partir de quinta-feria (29), delegações de 23 países participação na reunião do Foro de São Paulo que irá ocorrer em Brasília até o dia 02/07/2023.

Tal encontro servirá para atualizar os planos do Foro, cujos teores para os períodos 2019-2020, 2021-2022 e 2022-2023, foram revelados pelo jornalista espanhol, Luis María Ansón, e publicados no jornal El Mundo, disponível neste link.

20 junho 2023

Moraes não tem autoridade legal para ordenar censura

Um juiz agindo sozinho como censor chefe é o auge dos valores antidemocráticos

Reproduzo a seguir o artigo publicado na Folha de São Paulo com o título acima. Nas redes sociais opiniões têm sido manifestadas favoravelmente ao artigo por este ter expressado de forma clara, competente e contundente a situação atual do Brasil, razão pela qual também o estou reproduzindo.

Leitores do artigo também têm se manifestados surpresos por a Folha tê-lo publicado, considerando que o jornal é integrante do consórcio da imprensa velha e militante, um aliado contumaz da  esquerda brasileira.

Boa leitura.

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Folha de São Paulo no dia 16/06/23.

Por Glenn Greenwald. 

Como ocorre com regularidade no Brasil, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), emitiu uma ordem na terça-feira (13) exigindo que todas as plataformas da internet banissem um cidadão brasileiro, sob o argumento, decidido por conta própria, sem julgamento ou qualquer outro processo, de que ele estaria "divulgando informações fraudulentas". O mais recente alvo do ministro é o podcaster Monark, que Moraes já havia proibido de falar na internet.

A ordem obriga Facebook, Instagram, Twitter, Telegram, Rumble e Discord a banir imediatamente todas as páginas do podcaster. O não cumprimento imediato resulta em multa diária de R$ 100 mil.

O novo pedido de Moraes é virtualmente idêntico ao que ele emitiu contra Monark no início de janeiro. Obtive uma cópia exclusiva daquela decisão e tratei extensivamente desse assunto em meu programa noturno no Rumble, uma das plataformas atingidas.

Naquela ocasião, Moraes ordenou que as mesmas plataformas, com o acréscimo do YouTube, banissem imediatamente várias páginas de pessoas como Monark e parlamentares eleitos —incluindo o senador Alan Rick (União-AC) e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

Além da censura em si, o que mais chamou a atenção foi a total falta de devido processo legal, direito fundamental garantido pelo artigo 5º, inciso LIV, da Constituição Federal de 1988.

A ordem de Moraes em janeiro foi dada sem qualquer provocação do MPF (Ministério Público Federal) ou de qualquer outra instituição —uma prática recorrente, como ao proibir no mês passado que Google e Facebook criticassem a PL das Fake News.

Aqueles que foram silenciados não receberam avisos da ordem de censura, muito menos tiveram a oportunidade de contestá-la. Moraes exigia que as plataformas "tomassem medidas para manter a confidencialidade" da decisão.

Além dos problemas de censura e devido processo legal, levanta-se novamente a questão fundamental: que autoridade legal o ministro Moraes possui para ordenar plataformas de tecnologia a proibir cidadãos brasileiros de serem ouvidos?

Mesmo que alguém comemore o fato de Monark e outros serem silenciados, é absolutamente crucial para uma democracia saudável que um juiz ou qualquer outro funcionário tenha o respaldo legal para emitir ordens. Sem isso, a ação de Moraes é, por definição, um grave abuso de poder, uma violação ao Estado de Direito e uma ameaça antidemocrática.

A linguagem usada por Moraes, tanto no despacho de janeiro quanto no mais recente, acompanha claramente a resolução 23.714/22 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que conferiu ao presidente do tribunal (o próprio Moraes) poderes para exigir de plataformas a remoção de "desinformação, caracterizada pela publicação contumaz de informações falsas ou descontextualizadas sobre o processo eleitoral". A justificação desses poderes extraordinários era a necessidade de proteger a "integridade do processo eleitoral".

Mesmo quando confinado apenas ao segundo turno da eleição presidencial, esse poder —que permitia a um único juiz, por conta própria, ordenar a censura de reportagens— já era extremamente controverso.

Inúmeros artigos na mídia internacional alertaram que a resolução era perigosa, dois deles publicados no New York Times (com os títulos "Para combater mentiras, o Brasil dá poder a um homem sobre o discurso online" e "Para defender a democracia, o Supremo Tribunal Federal está indo longe demais?" ).

Textos semelhantes na Associated Press ("A cruzada de um juiz testa limites da liberdade de expressão no Brasil" ) e no The Washington Post notaram o quão extrema foi essa medida de censura.

No Brasil, contudo, a maior parte da mídia corporativa aplaudiu os novos poderes de censura e a forma como eles foram usados —da mesma maneira que aplaudiu praticamente todas as ações igualmente extremas do ex-juiz federal Sergio Moro na Lava Jato.

Talvez o alerta mais eloquente e enfático no país contra a medida tenha vindo de uma ministra do STF. No dia em que a resolução de censura do TSE foi adotada, Cármen Lúcia descreveu uma das decisões tomadas como "um caso extremamente grave, porque de fato nós temos uma jurisprudência no STF, na esteira da Constituição, no sentido de impedimento de qualquer forma de censura".

Ela ainda alertou que "medidas como essas [podem] ser um veneno ou um remédio". Explicando que esses novos poderes "me preocupam enormemente", ela declarou: "não se pode permitir a volta de censura sob qualquer argumento no Brasil".

Para amenizar as preocupações generalizadas de que o Brasil estava novamente se tornando um país de censura, Cármen Lúcia garantiu que a medida era temporária, a ser usada apenas durante as eleições de 2022. Esses poderes extraordinários de censura, ela deixou claro, expirariam imediatamente após o término da disputa. "É um caso específico em que estamos na iminência de ter o segundo turno das eleições," a ministra disse. "A inibição é até o dia 31/10, exatamente um dia subsequente ao do segundo turno."

Essa afirmação de Cármen Lúcia se baseou na linguagem clara do texto da resolução do TSE, em cujo subtítulo lê-se: "dispõe sobre o enfrentamento à desinformação que atinja a integridade do processo eleitoral".

Era o entendimento comum e amplamente aceito de que os poderes extraordinários conferidos a Moraes expirariam após as eleições. Um especialista em direito eleitoral citado pela BBC Brasil, o advogado Alberto Rollo, defendeu amplamente a resolução. "Acho que isso mostra uma preocupação extrema do TSE nessa última semana de campanha [...]. É elogiável querer proteger o eleitor contra fake news." E acrescentou: "Mas é discutível mudar a regra do jogo aos 40 minutos do segundo tempo".

Na época em que a resolução foi aplicada para desmonetizar vários canais do YouTube, o site jurídico Jota também deixou claro o entendimento comum de que esses poderes cessariam quando as eleições terminassem. "A ministra Cármen Lúcia destacou que há jurisprudência no Supremo Tribunal Federal impedindo a censura, mas ela entendeu que, em nome da lisura eleitoral e da situação excepcionalíssima, a exibição do documentário [ "Quem Mandou Matar Jair Bolsonaro?", da produtora Brasil Paralelo] pode ficar suspensa até 31 de outubro."

O site também jurídico ConJur explicou que o objetivo da resolução do TSE era "conter a explosão do uso de desinformação para desequilibrar o debate no segundo turno das eleições presidenciais".

Quando o STF decidiu aprovar a resolução, o Jota a descreveu como "o poder de polícia da Corte Eleitoral no combate às fake news nas eleições de 2022". Citou o ministro do STF Edson Fachin ao enfatizar a natureza temporária do poder: "A disseminação de notícias falsas, no curto prazo do processo eleitoral, pode ter a força de ocupar todo o espaço público, restringindo a livre circulação de ideias".

A caducidade da resolução após as eleições era também o pressuposto da recente e fracassada tentativa de aprovar no Congresso o PL das Fake News. Um dos propósitos centrais desse projeto de lei era conferir ao Judiciário os mesmos poderes que Moraes está exercendo agora: ordenar, por conta própria, a remoção de discursos na internet considerados falsos.

Se o PL das Fake News tivesse sido aprovado, Moraes claramente teria embasamento legal para emitir tais ordens. Como isso ainda não ocorreu, não há respaldo para as decisões do ministro.

O que realmente ocorre aqui é tão claro quanto perturbador. Durante a Lava Jato, muitas figuras políticas e meios de comunicação ficaram felizes com os resultados das decisões de Sergio Moro, sem se importar com os inúmeros abusos. A mentalidade dos defensores da Lava Jato era a de que "os fins justificam os meios". Enquanto os "maus" iam para a prisão, poucos se importavam com os princípios legais, vistos como uma trivialidade irrelevante.

A mesma visão prevalece agora. Quem questiona a autoridade legal de Moraes é acusado de "defender os terroristas" —assim como os que questionaram Moro foram acusados de "defender os corruptos".

Como suas ordens de censura e prisão normalmente visavam inimigos de facções do establishment, tanto na política quanto na mídia, Moraes se transformou no tipo de herói que Moro era. Poucos se importam se ele tem autoridade legal para emitir as ordens que impõe. Os resultados —os fins— justificam quaisquer meios que ele use.

No entanto, Moraes se tornou tão radical que até alguns de seus defensores mais entusiasmados estão finalmente questionando se ele foi longe demais. Segundo o jornal O Globo, até "membros da cúpula petista e advogados auxiliares ao partido têm externado, em conversas reservadas, certa preocupação com os poderes" do ministro.

Apesar do "reconhecimento de que o magistrado teve papel essencial na manutenção da democracia e na realização das eleições de 2022 que elegeram Lula", os petistas temem que "o ministro, em algum momento, mire integrantes do partido e do próprio governo", diz o jornal.

Nenhuma democracia pode sobreviver à mentalidade de que "os fins justificam os meios". Não existe ordem judicial positiva ou sã sem fundamento legal, por mais desprezo que se tenha pelo punido.

Assim como não se pode salvar uma aldeia destruindo-a, assim como a Lava Jato não conseguiu combater a corrupção por métodos corruptos, não se pode salvar a democracia com meios antidemocráticos. Um juiz agindo sozinho como censor chefe, sem autoridade legal, é o auge dos valores antidemocráticos.