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28 agosto 2015

AS MANCHETES DA NOVA MATRIZ ECONÔMICA

Resultados divulgados esta manhã, pelo IBGE e pelo Banco Central, confirmam o que dissemos em post anterior e, como previa-se, trouxe, como consequência imediata, o aumento do desânimo existente na sociedade, sejam elas pessoas físicas ou jurídicas. 

Em longo artigo, publicado nesta sexta-feira, Leandro Roque faz um resumo do trágico legado da "Nova Matriz Econômica", adotada a partir do segundo governo de Lula e ampliada no governo Dilma. O artigo aponta para as prudentes políticas fiscal e monetária herdadas do governo FHC e adotadas no primeiro mandato do governo Lula pela dupla Palocci-Meirelles, que haviam gerado um nível de confiança e uma estabilidade econômica poucas vezes vivenciados no país pós-democratização.

Logo em seguida, o artigo passa a comentar as irresponsáveis e desastrosas intervenções governamentais promovidas a partir de 2008, que inverteram o até então quadro de boas notícias existente.

Hoje, em decorrência dessas medidas, o País já se encontra em recessão, com inflação e juros altos, os maiores valores no cenário econômico mundial e caminha para perder o grau de investimento conferido pelas agências de classificação de risco. 

A esse quadro soma-se a alta carga tributária existente no Brasil e a vontade do governo em aumentá-la para cobrir os rombos de uma administração caótica. Tal desejo se constitui em um verdadeiro harakiri. Um chamamento da população para ocuparem as ruas.

Ao mesmo tempo, nenhuma medida para redução sustentada de suas despesas é anunciado. E aqui não é o caso de se reduzir investimentos em educação, saúde e segurança, ou de diminuir os salários, aposentadorias e benefícios concedidos aos servidores públicos, ou pelo INSS. Há uma quantidade enorme de canais que podem e devem ser fechados, como é o caso, por exemplo, de investimentos inadequados e mal planejados (vide o que ocorreu/ocorre com obras da Copa e do PAC), repasses para partidos políticos e organizações sindicais, gastos de representação, entre outros.

Retornando ao texto do Leandro Roque, como pano de fundo, o artigo lista uma amostra de notícias colhidas nos últimos meses:

Inflação oficial acumula alta de 9,56% em 12 meses, a maior desde 2003

Rendimento real dos trabalhadores tem maior queda mensal em 12 anos

Vendas no varejo têm maior queda no trimestre desde 2003

Vendas de veículos novos caem 22,4% em julho; no ano, queda chega a 21%

Comércio tem pior semestre de vendas em 12 anos

Venda de alimentos cai pela primeira vez em 12 anos

Crise na mesa: consumo de carne cai 30% em seis meses

Classe C recorre a bicos para equilibrar o orçamento

Pessimismo na construção civil é o maior em quase 16 anos

IBGE: Construção civil fechou 700 mil vagas no país em um ano

Produção da indústria cai em 13 de 14 locais em abril; pior resultado desde dezembro de 2008

Produção da indústria cai em junho e tem pior primeiro semestre em 6 anos

Endividamento das famílias é o maior da série histórica, diz Banco Central

Executivos brasileiros são os mais pessimistas

Lucro de empresas aéreas mundiais deve ser o maior desde os anos 60, mas Brasil vai na contramão

Taxa de desemprego medida pela Pnad chega a 8,3%

Tais manchetes ainda permanecerão com esse conteúdo por muito tempo, sem que se possa estimar uma data para reversão desse quadro. Infelizmente, uma década, e poderá ser por mais tempo se nada for feito, foi perdida e empurrou o País para uma distância maior das nações desenvolvidas e daquelas que o ultrapassaram nos últimos anos. Por exemplo, em 1978, a China representava 1% do comércio internacional e o Brasil 1,5%. Hoje a China representa 10% e o Brasil permanece com o mesmo percentual, segundo a Organização Mundial do Comércio. Um legado desastroso para as novas gerações.




CPMF EMPURRA DILMA PARA O RINGUE

Quem tem uma equipe de governo como a que a presidente Dilma tem, não precisa de oposição.  Desta vez coube ao seu ministro da saúde, ao anunciar a idéia de ressuscitar a famigerada CPMF, antecipar o retorno da presidente para o ringue. Não existe mais uma semana de trégua para a mandatária no Palácio do Planalto.

Ao amanhecer desta quinta-feira, "porradas" já chegavam de todos os lados. Do empresariado à população em geral. O que se viu e ouviu, em comentários, foi que se a proposta da CPMF chegar ao Congresso, ela não resistirá ao primeiro round, pressionada que será, por toda a sociedade. Não há nenhum brasileiro a favor de mais aumento de imposto. O governo parece ainda não ter entendido que o desejado equilíbrio fiscal terá que começar com a redução de suas despesas. Sugestões para tal são bem conhecidas.

Contudo, as más notícias da semana não ficarão restritas apenas ao desastroso comunicado da CPMF. Para a sexta-feira são esperados os anúncios do PIB e do balanço das contas públicas.

No caso do PIB, seu valor do 2o. trimestre deve ser anunciado, pelo IBGE, logo no início da manhã e deve confirmar a entrada oficial do Brasil em recessão. Para piorar, especialistas apontam que o País se manterá nesta situação por um longo período.

Da mesma forma, será divulgado, pelo Banco Central, também no início do dia, o balanço da saúde financeira do setor público (federal, estadual, municipal e empresas públicas) do 1o. semestre do ano. As previsões são as piores possíveis, pois apontam para um valor que corresponderá ao pior índice desde 2001.

A conferir o resultado da "luta" !








26 agosto 2015

OURO NEGRO, AGORA E AINDA POR MUITO TEMPO


O preço do barril de petróleo nos EUA já esteve abaixo de US$ 40, em seu maior recuo desde 1986. Em 2008 tinha atingido a marca de US$ 134,56.

Essa variação de preços não é nenhuma novidade neste setor. Ela ocorre desde que se iniciou a exploração de petróleo, em meados do século XIX. Em 1859 o barril de petróleo custava US$ 20 e três anos depois, em 1862, caiu para apenas US$ 0,10. Concorrências desleais e variações significativas nos volumes de produção foram as principais razões para essa flutuação dos preços.
Nos duros tempos do "Brasil, ame-o ou deixe-o", e antes da guerra do Yom Kipur, em 1973, o barril de petróleo custava apenas US$ 4. Logo após a guerra, o preço foi para US$ 12, foi criada a OPEP para equilibrar a oferta e a demanda e, como consequência, controlar o preço do barril, e o mundo quase caiu.
No Brasil, que importava 90% do que se consumia, a repercussão foi devastadora e minou, por completo, o denominado "Milagre Brasileiro" do governo Médici, cuja economia era comandada pelo seu então czar, o ministro da fazenda Delfim Netto. 
Olhando para esse passado, parece-nos que estamos vivendo novamente o problema da oferta e da demanda e suas repercussões no preço do produto.  É o caso da alta produção de petróleo praticada pela Arábia Saudita visando baixar o preço do barril para poder concorrer com o óleo de xisto extraído nos EUA.
Proximamente se somará a esse volume a produção do Irã, assim que sejam retirados os embargos decorrentes da recente assinatura do acordo nuclear. 

Do outro lado, junte-se a isto, a queda de demanda decorrente da desaceleração da economia que está ocorrendo em alguns países, como é o caso da China e do Brasil.
O preço atual não deverá se sustentar, pois compromete a execução de muitos projetos que só se suportam com um preço mais elevado, como é o caso brasileiro do pré-sal. Além de projetos em si, economias de alguns países sofrerão impactos consideráveis.

Um efeito imediato que já está sendo sentido na Noruega e em alguns outros países, é  o aumento da taxa de desemprego. Na Noruega, o maior produtor de petróleo da Europa, cuja exploração e comercialização representam cerca de 40% de seu PIB, o valor dessa taxa já atingiu a marca de 4%. 
No Brasil a situação não é melhor, pois, atrelado ao desequilíbrio mundial de produção e consumo, todo o planejamento de investimentos da Petrobras teve de ser revisto, após virem à tona os descalabros apontados pela operação Lava Jato. No País, cidades inteiras, que têm como atividade principal a indústria petrolífera, estão sendo ocupadas por desempregados de empresas que tiveram seus contratos com a Petrobras interrompidos nos últimos dois anos.


Contudo, não devemos entrar em clima de pessimismo, pois, por outro lado, sabe-se que agora e que ainda por muito tempo, a humanidade não sobrevive sem o ouro negro. Países produtores e consumidores deverão chegar, portanto, a um acordo. A que preço, ainda é uma incógnita. Mas as cartas já estão na mesa e o jogo sendo jogado. 

22 agosto 2015

"DOBRANDO A META"

Com a economia em ritmo negativo, o nível do emprego continua se complicando. Em julho, segundo o CAGED, foram fechadas 157.905 vagas de trabalho, o pior número da série histórica iniciada em 1992. A queda foi maior na indústria de transformação, seguida pelo setor de serviços. No acumulado do ano, ficaram sem emprego 494.386 trabalhadores.

Com esse resultado, a taxa de desemprego saltou para 7,5% em julho, a maior em cinco anos. Em abril/2015 previa-se que este valor só seria alcançado no final do ano. Mas, a continuar essa marcha de redução de empregos, e não há nenhum sinal em direção contrária, as previsões dos especialistas da área já apontam que 2015 poderá terminar com o patamar de 9%, pois o ritmo de seu crescimento se acelerou. O dobro do valor em dezembro de 2014. Para 2016 já se sinaliza que esse valor alcançará 10% ainda no primeiro trimestre. Com a atual metodologia, adotada pelo IBGE, desde janeiro/2002, a mais alta taxa de desemprego foi alcançada em abril/2004 (13,1%).

Com relação à inflação, em doze meses, o indicador (IPCA) já atingiu 9,75%, valor maior do que o dobro do centro da meta (4,5%) estipulado pelo Banco Central. O governo espera que com o desaquecimento da economia (queda de renda e emprego), redução da tarifa extra aplicada nas contas de luz (se chover) e diminuição dos preços dos alimentos, a inflação, em 2016 retorne para patamar inferior a 6%.

Outro indicador que também foi dobrado foi a SELIC, cuja previsão é de que termine o ano em 14.25% e diminua, cerca de dois pontos, em 2016.

Obviamente, essa situação econômica não é decorrente do "Programa de Ajuste Fiscal" promovido pelo atual governo. Mais verdadeiro é considerar que os problemas que afetam a economia em 2015 foram criados pelos governos em anos anteriores. Desde 2013 já se registrava que trabalhadores na construção civil e em alguns tipos de serviços, além de quem trabalha por conta própria, tiveram queda de renda e de emprego. Mesmo profissionais capacitados já enfrentavam dificuldades para encontrar uma chance no mercado.

As projeções para a economia nos próximos meses são as piores possíveis. Todos se perguntam como o governo no meio de diversas crises e com a sua credibilidade atingindo números exageradamente baixos, lidará com essa situação. O quadro não é bom. Alguns já afirmam que é dramático.

O País tem pela frente um grande desafio.



17 agosto 2015

O RECADO FOI DADO

"A praça pública é maior do que as urnas" - Deputado Ulisses Guimarães

Os protestos contra o governo Dilma Roussef e seu partido, o PT, neste domingo de agosto, ganharam outra dimensão. Expandiram-se territorialmente por todos os estados brasileiros, invadiram as principais cidades do interior e apareceram em diversas cidades de outros países. Não importa se com mais ou menos gente. A indignação agora está presente em todo o território nacional.

Adicionalmente, constatou-se uma maior presença de lideranças políticas que, mesmo se apresentando como apenas cidadãos, puderam observar, de perto, o desejo do povo brasileiro. Viram que o governo não tem mais as ruas e que um recado explícito foi dado. Basta se observar o conteúdo da maior e principal faixa carregada pelos manifestantes e a presença do boneco gigante vestido  de prisioneiro. Não entende quem não quiser.

Sobre o primeiro item dessa pauta, o povo brasileiro irá observar se tal entendimento foi apreendido pelos parlamentares presentes no Congresso Nacional, já a partir desta segunda-feira. Os canais das rádios e TVs, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal terão uma boa audiência. Do outro lado da rua, onde está o governo, o dia nos Palácios da Alvorada e do Planalto se iniciarão com o nascer do sol. Seus habitantes passarão a refletir e a pensar no prazo de validade do acordão da semana que se passou e de sua respectiva agenda-embromação. Acordos políticos (conchavos de cúpula), principalmente aqueles de natureza fictícia, não sobrevivem sem apoio popular.

Com relação ao outro recado dos manifestantes, estampado no boneco gigante trajado de prisioneiro, o povo que esteve nas ruas, neste domingo, aguarda ansiosamente novas notícias de Curitiba. Os brasileiros querem saber, por exemplo, a verdadeira história, e suas consequências, que se iniciou, em 2004, com o perdão do governo brasileiro à dívida de Moçambique para que pudesse ser concretizado empréstimos do BNDES às empresas que lá iriam operar e, posteriormente,  envolvidas na operação Lava Jato.

Portanto, é bastante recomendável que respostas à altura das vozes daqueles que ocuparam as ruas sejam dadas, e antes que o #VemPraRua se transforme no #FicarNaRua e/ou que sejam despertados na população instintos mais primitivos, parafraseando a expressão do ex-deputado Roberto Jefferson.

O RECADO FOI DADO !









06 agosto 2015

CADEIRA VAZIA : VICE-PRESIDENTE FAZ APELO



O Vice-Presidente da República, Michel Temer, visivelmente emocionado e tenso, fez apelo por desarmamento político. Comentamos após os dois parágrafos seguintes com a fala do vice-presidente.

"Na pauta dos valores políticos temos, muitas vezes, a ideia do partido político como valor, do governo como valor e do Brasil como um valor mas nessa pauta de valores, o mais importante é o valor Brasil, o valor País e estamos pleiteando exata e precisamente que todos se dediquem a resolver os problemas do País. Não vamos ignorar que a situação é razoavelmente grave, não tenho dúvidas de que é grave porque há uma crise política se ensaiando, uma crise econômica que está precisando ser ajustada mas, para tanto, é preciso contar com o Congresso Nacional, com os vários setores da nacionalidade brasileira."

"É preciso que alguém tenha a capacidade de reunificar, reunir a todos e fazer este apelo e eu estou tomando esta liberdade de fazer este pedido porque, caso contrário, podemos entrar numa crise desagradável para o País. Eu sei que os brasileiros não contam com isso. Os brasileiros querem que o Brasil continue na trilha do desenvolvimento e, por isso que, mais uma vez, reitero que é preciso pensar no País acima dos partidos, acima do governo e acima de toda e qualquer instituição. Se o País for bem, o povo irá bem. É o apelo que eu faço aos brasileiros e às instituições no Congresso Nacional."

A impressão do que se ouviu nas conversas logo após a divulgação dessas declarações, seguida do anúncio da saída de dois partidos, PDT e PTB, da base do governo na Câmara dos Deputados, é a de que o mandato da Dilma está por um fio.

Nesses diálogos, todos informais, houve quem dissesse que as declarações do Michel Temer foram a senha para o reconhecimento do fim do governo. Para completar, os resultados da pesquisa de opinião do Datafolha, publicadas nesta 5a. feira, apontam que a reprovação de Dilma cresceu e superou a de Collor em 1992. 71% consideram o governo ruim ou péssimo, recorde da série do Datafolha.

Reiteramos, portanto, o que dissemos há uma semana: a presidente deveria reconhecer a sua incapacidade de continuar governando o País e, em ATO DE GRANDEZA, renunciar, rapidamente, ao seu mandato em benefício do povo e das futuras gerações do Brasil.

03 agosto 2015

PEDALANDO PARA TRÁS

Questionado sobre se já estávamos saindo da crise econômica durante o programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes, no domingo (02/08/2015), o economista Luiz Gonzaga Belluzzo respondeu que ainda estamos no meio do túnel. Não se arriscou a dizer se já estávamos perto de sua saída.

Ao observarmos todo o programa e se juntarmos a este as demais notícias que nos chegam, diariamente, pela mídia e pelo próprio Planalto, a sensação é a de que o governo continua pedalando sua máquina para trás.

Nesse sentindo, a presidente Dilma Rousseff, e o PT, caminham celeremente para ocuparem um lugar na história por terem desconstruído, em tão curto espaço de tempo, os pilares que permitiram ao Brasil, depois de duas décadas perdidas, consideradas pelo próprio Prof. Belluzzo, livrar-se das mazelas que prejudicavam o seu desenvolvimento e tornar-se um Pais mais próximo do futuro, almejado por todos os brasileiros.

Desde que tomou posse, em janeiro de 2011, a presidente conseguiu trazer a inflação de volta, mergulhar o pais na recessão, destruir as contas públicas, desestruturar setores econômicos e assombrar a população com o fantasma do desemprego.

Não há, nos tempos recentes do Brasil, um presidente que tenha cometido tantos erros de uma só vez.

Vejam bem o que aconteceu em infraestrutura, setor mencionado durante o programa como sendo imprescindível à superação da crise.

No inicio de 2012, a presidente Dilma anunciou um pacote de R$ 32 bilhões, acrescidos de mais R$ 50 bilhões, após as manifestações de junho/2013, para implantar linhas de metrô nas maiores capitais do País, em projetos de mobilidade urbana. Entre a promessa e a realidade, o retrato é frustrante.

De tudo o que foi anunciado, quase 100 quilômetros de linhas de metrô ou de veículos leves sobre trilhos (VLTs) ficaram apenas no papel e hoje encontram-se em estado letárgico. Quase três anos após o lançamento do pacote, apenas R$ 824 milhões do prometido foram efetivamente pagos e nenhum passageiro transportado.

Para se ter uma idéia, em termos comparativos, a segunda linha férrea instalada no Brasil, entre o Forte das Cindo Pontas, no Recife, e a Vila do Cabo, com 31,5 km de extensão, inaugurada em 1858, demorou menos de 3 anos, mesmo tendo sua construção interrompida por uma epidemia de cólera que chegou a matar cerca de 38.000 pernambucanos.

Ah, e naquele tempo os trabalhos eram braçais e os materiais de construção, trilhos e locomotivas carregados em carros de boi. Em sua inauguração transportou mais de 400 pessoas e demorou 30 minutos para vencer o percurso.

Em outra intervenção desastrosa da presidente Dilma, nenhum setor sofreu tanto como o de energia. Ela conseguiu desestabilizar a Petrobras, ao segurar os preços dos combustíveis e fechar os olhos para a corrupção que se entranhou na empresa. Quebrou as pernas dos produtores de etanol, ao manter a gasolina barata demais nas bombas.

Inviabilizou as concessionárias de eletricidade ao forçar a redução das tarifas de luz (MP 579). O populismo tarifário, por sinal, esta hoje na base da inflação alta — a conta de luz ficou ao menos 50% mais cara neste ano — e fragilizou o caixa do Tesouro Nacional, que foi obrigado a bancar subsídios.

Além do Professor Belluzzo e de seus entrevistadores, também se manifestaram dois outros economistas: Delfim Neto e Roberto Giannetti da Fonseca.

Uma das conclusões a que se pode chegar, face ao exposto no programa, é a de que, isoladamente, o ajuste fiscal proposto pela presidente Dilma não estancará a crise vigente no Pais.

Todos se manifestaram no sentido de que medidas complementares devem ser implementadas simultaneamente, especialmente as de perfil estruturante como é o caso dos investimentos em infraestrutura, em modelo capaz de atrair o capital privado.

A essas deve se adicionar profundas modificações nos métodos e práticas de gestão do governo que façam ressurgir a sua credibilidade. Só assim se começará a se pedalar para a frente.