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17 janeiro 2017

SÃO PAULO DE COSTAS PARA O FUTURO

Um dos editoriais da Folha de São Paulo desta terça-feira, "Alckmin contra a FAPESP", expõe uma das opções que os gestores brasileiros frequentemente se utilizam para promover o atraso do País, diferentemente do que ocorre com seus similares de países que se dedicam a olhar para o futuro de suas nações.

O Editorial comenta o golpe proferido contra a FAPESP, que teve retirado de seu orçamento, previsto para 2017, a quantia de R$120 milhões de dotação assegurada pela Constituição daquele estado, cujo artigo 271 destina o mínimo de 1% da receita tributária do estado. A prevalecer esta decisão, pela primeira vez em sua historia, a Fundação passará a contar com apenas 0,9%.

O Brasil inteligente sabe, e o mundo inteiro também, o quanto têm sido importantes para o desenvolvimento do País, os resultados obtidos através dos investimentos, em ciência e tecnologia, promovidos pela FAPESP  ao longo de seus quase 57 anos (a serem completados em outubro próximo) de sua existência. Só o governador Alckmin e seus asseclas de governo e de Assembléia Legislativa não querem enxergá-los. É só burrice, ou há outros interesses envolvidos? Provavelmente as duas coisas.

Todos eles esquecem, ou nunca se deram conta, de que a verdadeira revolução paulista não foi a de 1932, mas a que ocorreu com a criação da FAPESP. Como disse Luiz Hildebrando, um de seus idealizadores, "foi com a FAPESP que São Paulo saiu da Idade Média, que a universidade deixou de ser um clube onde se reuniam ilustres médicos, engenheiros e advogados para trocar idéias, que a indústria e a agricultura paulista encontraram apoio e base para um desenvolvimento tecnológico autossustentável, que a Economia, as Ciências Humanas e as Letras foram reconhecidas como atividades válidas e úteis, que, enfim a pesquisa nas Ciências, nas Técnicas e nas Atividades Culturais foi reconhecida como elemento-chave para o progresso da sociedade".

Até hoje, São Paulo era uma exceção ao que vem ocorrendo no Brasil, que está de costas para o futuro, pelo mesmo motivo, ao longo de várias décadas, com registros positivos em apenas alguns momentos de sua historia.

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