A profissão de professor está sitiada. O horário de trabalho dos professores está aumentando à medida que as necessidades dos alunos se tornam mais complexas e os encargos administrativos e burocráticos aumentam. De acordo com a pesquisa recente - McKinsey Global Teacher and Student Survey - realizada em parceria com a Microsoft, os professores trabalham em média 50 h/semana - um número que vem aumentando cerca de 3% a cada ano.
Enquanto muitos professores dizem gostar de seu trabalho, eles não relatam que apreciam ficarem tarde da noite marcando papéis, preparando planos de aula ou preenchendo papelada sem fim. Nas escolas mais carentes dos Estados Unidos, por exemplo, a rotatividade de professores supera 16% ao ano. No Reino Unido, a situação é ainda pior, com 81% dos professores que consideram deixar o ensino por causa de sua carga de trabalho. Mais desanimador para os professores é a notícia de que alguns professores de educação chegaram a sugerir que os professores possam ser substituídos por robôs, computadores e inteligência artificial.
Entretanto, a pesquisa oferece um vislumbre de esperança em uma paisagem sombria. O relatório de 2018 do McKinsey Global Institute sobre o futuro do trabalho sugere que, apesar das terríveis previsões, os professores não vão embora tão cedo. A pesquisa estima que os professores crescerão de 5 a 24% nos Estados Unidos entre 2016 e 2030 e na China e na Índia, o crescimento estimado será de mais de 100%.
Uma outra boa notícia também é que a pesquisa sugere que, em vez de substituir os professores, as tecnologias existentes e emergentes os ajudarão a fazer seu trabalho melhor e com mais eficiência, ajudando-os a redirecionar o seu tempo para o aprendizado do aluno, como ilustra a figura ao lado. Há, portanto, muito espaço para as EdTechs.
No Brasil já são 748 startups, segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), atuando desde o ensino básico ao superior. O maior desafio de algumas delas é penetrar no ensino público, cujos números de alunos são desafiadores. Segundo o INEP, são mais de 48,5 milhões de estudantes que frequentam o ensino básico no Brasil.
Por outro lado, existem no País outras questões, talvez até de maior gravidade, a serem enfrentadas. Elas dizem respeito a remuneração adequada do professor, a formação de novos professores, a reciclagem dos atuais e ao fornecimento dos instrumentos didáticos para motivarem os seus alunos a frequentarem as escolas.
A todas essas questões se aplica integralmente o que afirmou recentemente Andreas Schleicher, guru educacional da OCDE: "Nenhum sistema educacional pode ser melhor do que a qualidade de seus professores".
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15 janeiro 2020
10 janeiro 2020
OS ÊXITOS DA CHINA NA ERRADICAÇÃO DA POBREZA
Há 28 anos o PIB brasileiro era superior ao da China em US$ 102 bilhões (462 x 360). Ao longo desse período, vimos aquele país nos igualar e, rapidamente, nos ultrapassar. O país pobre dos anos 1970 tornou-se a segunda economia mundial no momento atual. Perde apenas para os Estados Unidos.
Essa posição foi alcançada após a ascensão de Deng Xiaoping, no fim da década de 1970, que promoveu as grandes reformas na economia e abriu o país para o mundo. O país saiu da periferia para a posição de superpotência mundial.
O 19º Congresso do Partido Comunista Chinês, em outubro de 2017, aprovou o projeto de desenvolvimento até 2050. As diretrizes desse Congresso dialogam com a população chinesa, quando propõe que até 2020 seja uma sociedade modestamente próspera, isto é, dar fim à pobreza.
Os números publicados recentemente pelo Banco Mundial indicam que a China declarará, até o final deste ano, ter acabado com a pobreza no país. A China resgatou mais de 850 milhões de pessoas da pobreza desde o início das reformas econômicas em 1978. É mais do que toda a população da América Latina.
O crescimento econômico foi o grande remédio antipobreza na China, mas destaco, especialmente, a determinação de seus dirigentes ao fiel cumprimento de metas anunciadas quinquenalmente durante os Congressos do Partido Comunista. Por exemplo, Deng Xiaoping definiu a meta de quadruplicar, até 2000, o PIB chinês e o PIB per capita da China de 1980. Em 1995 o PIB havia crescido quatro vezes em termos reias, e, em 1997, o PIB per capita também. Novas metas de crescimento foram anunciadas e atingidas.
Tais resultados reforçam a importância de um país ter seus projetos de desenvolvimento longos e duradouros, que apontem com clareza o caminho e os objetivos a serem alcançados. Uma visão estratégica de longo prazo. Que sirva de exemplo para o Brasil.
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