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25 setembro 2022

A RENDA PER CAPITA DE CUBA SÓ FICA ACIMA DA QUE EXISTE HOJE NO HAITI

Havana, 1952 | Foto: Reprodução

Cuba

Antes do socialismo

Na década de 1960, Cuba tinha uma taxa de alfabetização de 76%, e o PIB per capita era de U$S 11.300 (valores atualizados), sendo maior que o de muitos países europeus (Itália, por exemplo). Os cubanos tinham, na época, o maior número de televisores, jornais e telefones que qualquer outro país da América Latina. Foi o segundo país no mundo fazer uma transmissão televisiva.

Cuba foi o primeiro país a ter ferrovias na América Latina e o terceiro no mundo (depois da Inglaterra e dos Estados Unidos). Em 1889, Cuba foi o primeiro país latino-americano a ter iluminação. Em 1900, Havana teve o primeiro bonde (elétrico) da América e foi o primeiro país da região a receber o automóvel. Em 1906, teve o primeiro sistema de telefone direto, sem telefonista. Em 1908, implementou a primeira máquina de raios X da América Latina. Em 1937, foi o primeiro país a decretar a jornada de trabalho de oito horas, o salário mínimo e a autonomia universitária.

Em 1951, o Hotel Riviera, em Havana, foi o primeiro no mundo a ter ar-acondicionado. Em 1958, foi o segundo país a transmitir TV em cores. Cerca de 90% das residências cubanas tinham rádio, em que era possível sintonizar 140 emissoras. Havana era a “Las Vegas” de hoje. El 1955, o canal americano NBC, transmitiu “Tropicana” — o principal Cabaré de Cuba —, apresentações de Carmem Miranda, Frank Sinatra e Nat King Cole (entre outros famosos).

Rua Obispo, Havana, março de 1952 | Foto: Reprodução

Em 1959, havia 600 salas de cinema em Havana (mais do que em Nova Iorque e Paris). Em 1958, Cuba tinha a maior quantidade de carros da América Latina: um carro para cada 38 habitantes. A ilha tinha também a maior taxa de telefones por cada cem habitantes (2,6) da América Latina. Havia 70 jornais de diversas ideologias circulando pela ilha. O salário industrial de Cuba era o oitavo maior do mundo (U$S 6 por hora), ficando acima do da Noruega e do da Dinamarca. A remuneração nas fazendas era a sétima maior do mundo: U$S 3 por hora. A produtividade na indústria da cana-de-açúcar era de 55 toneladas por hectare (o dobro da que tinha o Brasil na mesma época).

Havana, atualmente | Foto: Shutterstock

Hoje

Cerca de 70% das famílias cubanas vivem com menos de U$S 3,8 por dia (R$ 21). A inflação projetada para 2022 é de 32% ao ano. O salário mínimo mensal é de U$S 87 e máximo de U$S 386. Existem 38 carros para cada mil habitantes — os mesmos índices de Angola ou Tajiquistão. Mais de 50 anos após o início do regime socialista, a taxa de telefones para cada cem habitantes chegava a três (quase os mesmos parâmetros que 50 anos atras). A imprensa é controlada, e não é possível sair da ilha sem autorização do governo. O cubano comum consegue pagar com um salário mínimo quatro horas de internet numa lan house.

Aproximadamente 80% dos alimentos consumidos são importados, porque a indústria está sucateada, e a ilha sobrevive com exportação de cana-de-açúcar e turismo. Os cortes de energia são constantes, em função da falta de investimentos nos últimos muitos anos. Enquanto a maioria da população é pobre, os dirigentes do regime são milionários. A produtividade da indústria da cana-de-açúcar é de 30 toneladas por hectare. A renda per capita de Cuba só fica acima da que existe hoje no Haiti.

Fonte: Gustavo Segré - Revista Oeste

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