Após a divulgação
de um projeto, forjado na calada da noite, para anistiar os políticos
envolvidos com o crime do caixa 2 nas campanhas eleitorais e em seguida
abortado, o Senador Aloysio Nunes, do PSDB-SP, publicou em sua conta no
Twitter: "A Câmara quase sucumbiu à doença identificada por Marx no
livro sobre Napoleão III: o cretinismo parlamentar".
O fato mostra que os parlamentares brasileiros não se
vacinaram contra essa doença. Muito ao contrário, ela tem se manifestado com
frequencia. Os que dela padecem são muitos e estão presentes em praticamente
todos os partidos.
Entretanto, o Senador Aloysio Nunes se esqueceu, ou não quis citar, que o Senado não está imune à doença.
Não faz muito tempo, há apenas quinze dias, por ocasião da
votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o Brasil e o mundo foram surpreendidos por uma maracutaia,
promovida nos bastidores, tendo como líder o presidente do Senado e a
aquiescência do presidente do Supremo Tribunal Federal, resultando na não
aplicação da pena prevista na Constituição Federal para presidentes que são
condenados por crime de responsabilidade.
De novo, conforme noticiou a Folha de São Paulo, nessa nova maracutaia houve também a participação do presidente do
Senado, segundo relato de alguns deputados e senadores, mas negado por ele.
A pergunta que não quer calar é quando os hospedeiros das epidemias
políticas brasileiras, do cretinismo parlamentar, deixarão a vida pública e passarão a ver o sol nascendo quadrado ?