A semana que se encerrou deixou registros nos livros que dizem respeito à governança de nosso País. Todos eles, incluindo as soluções apresentadas para os problemas surgidos, não merecem aplausos da população. Estamos nos referindo a paralisação dos caminhoneiros e a mudança de comando da Petrobras.
Ambos extremamente interligados e decorrentes dos últimos governos que ocuparam o Palácio do Planalto. A politicagem falou mais alto do que uma boa gestão.
Em sua coluna na Folha, de 30/03/2014, Jânio de Freitas advertia: "Não levar a sério a Petrobras, e tudo que lhe diga respeito, é ser irresponsável com o país. O que adverte para a utilização política que dela façam os oposicionistas". E governistas acrescento eu.
Para corroborar isso, na mesma edição, Elio Gaspari alertou "Se o governo quer evitar surpresas, deve dar uma olhada nos negócios que copatrocina juntando grandes empreiteiras, bancos oficiais e cleptocratas africanos. Nunca é demais lembrar que Isabel dos Santos, filha do presidente de Angola, é a mulher mais rica d'Africa, com uma poupança estimada em US$ 4,1 bilhões".
Em setembro de 2015, a presidente Dilma viajou aos EUA. O que a presidente tinha para dizer sobre a Petrobras? Considerando os dados de seu último balanço à época, o endividamento da empresa atingia um valor próximo dos R$ 500 bi no final do 3o. trimestre, ou seja, um adicional de R$100 bi em relação ao trimestre anterior. Para completar, em 5 anos, a empresa tinha perdido 69% de seu valor.
Em maio de 2018, um dia antes da crise atual, bem diferente dos resultados acima, após uma gestão, sem interferência política, nos últimos 2 anos, a Petrobras voltou a ser a maior empresa brasileira em valor, depois que o preço de sua ação saltou de R$ 8,04, em 31/05/2016 para R$ 27,39.
Entretanto, nenhum dos governos, nem o da Dilma e nem o do Temer, prestou a devida atenção aos alertas dos colunistas. Deu no que deu. O País viveu em caos durante mais de uma semana e passará a conviver com suas sequelas, a partir da semana que ora se inicia.
Preferiu-se sacrificar a excelência corporativa praticada na Petrobras nos dois últimos anos de uma gestão sem politicagem, e que a tirou do fundo poço, para aliviar a pressão do povo sobre os ocupantes do Palácio do Planalto, o que nos faz lembrar de um possível regime parlamentarista que já deveria estar em pleno funcionamento como sistema político do Brasil.
Para o País e para a sua população, sobrou um mundo de incertezas, ainda mais quando acrescido dos resultados absolutamente imprevisíveis das próximas eleições.
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