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04 maio 2019

A METÁSTASE NA POLÍTICA BRASILEIRA SOBREVIVE

Na próxima semana tem inicio, na Câmara dos Deputados, o funcionamento da Comissão Especial que irá analisar o mérito da proposta de reforma da Previdência, submetida pelo governo Bolsonaro.

Aguarda-se que os posicionamentos dos deputados contra, a favor, ou com ressalvas ao texto submetido pelo executivo tenham como parâmetro os interesses da Nação e não interesses paroquiais, encerrando, assim, a velha política.

Entretanto, tudo indica que isso não ocorrerá. Na última quarta-feira (1), em São Paulo, durante o ato unificado pelo Dia do Trabalho das centrais sindicais, o deputado Paulinho da Força convocou o Centrão para "desidratar" a reforma da Previdência, para não permitir a economia de R$ 1,2 trilhão em dez anos pois, dessa forma, a reeleição de Jair Bolsonaro, em 2022, estaria garantida.

“Tenho atuado muito junto com os partidos de centro para que a gente possa ganhar a opinião daquele povo. Se fizermos uma reforma que dê R$ 1 trilhão em dez anos, significa que daríamos em três anos ao Bolsonaro R$ 330 bilhões. Ou seja, isso garante a reeleição dele. Esse é o discurso com muitos partidos que não têm interesse na eleição do Bolsonaro. É possível trazer esses partidos para uma posição de desidratar a reforma.”

Constata-se, assim, que a desidratação desejada pelos eleitores nas últimas eleições não é a mesma dos políticos e que ainda poderá levar mais alguns anos para que isso ocorra.

De forma pragmática, parece não haver nenhuma dúvida de que a velha política, minada pela corrupção, insensível às necessidades e demandas das pessoas comuns, continuará dominando o destino do País e os eleitores permanecendo em segundo plano.

Uma sociedade não funciona bem e uma democracia se torna disfuncional quando cidadãos sentem que o sistema continua doente e viciado. A metástase na política brasileira sobrevive. Algum dia ela será debelada, incluindo seu tumor primário?

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