Translate

26 maio 2019

PERDA COM EVASÃO ESCOLAR É SUPERIOR AO ORÇAMENTO ANUAL DO MEC

O Brasil perde R$ 151 bilhões por ano ao manter 15% dos jovens entre 15 e 17 anos fora da escola, ou 1,5 milhão de jovens, aponta matéria publicada neste domingo (26) em O Globo. Há um custo para cada um deles, impedidos de ocupar vagas com maior renda apenas com o ensino fundamental. A conta inclui também os custos para o país de ter na sua população esses trabalhadores menos qualificados. 

Essa perda é superior a todo o orçamento do Ministério da Educação, de cerca de R$ 100 bilhões por ano.

O resultado da evasão escolar na adolescência é que, dos 3,2 milhões de jovens que completam 18 anos a cada ano, 35% não terminam o ensino médio: o equivalente a 1,12 milhão nessa condição. O custo financeiro para o país é de R$ 135 mil para cada jovem que não se forma por ano.

Esse valor é superior ao custo médio por aluno, R$ 27 mil, nas universidades federais, mas existem variações enorme entre elas, R$ 14 mil/ano na UFAP e R$ 70 mil/ano na UFRJ. Mesmo assim, nenhuma delas supera o custo financeiro citado no parágrafo anterior.

As contas são do economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor do Insper, Ricardo Paes de Barros, que coordenou um diagnóstico sobre a educação no país:
— O custo privado mais significativo para jovens é a perda de empregabilidade e renda.

A estimativa leva em conta a perda de produtividade e competitividade do país com trabalhadores menos qualificados, mas também custos relacionados ao aumento da violência e à piora nas condições de saúde dos menos escolarizados.

Em termo qualitativos, os dados da OCDE apontam  que no Brasil 67% dos jovens de 15 e 16 anos levariam zero em matemática, leitura e ciências se comparados a seus colegas de toda parte. A mesma pesquisa nos colocou em 58o. lugar entre 65 países.


Porém, a esses resultados não se pode atribuir a falta de recursos. Já há algum tempo, o Brasil vem investindo na educação valores semelhantes aos dos países desenvolvidos, em torno de 6% de seu PIB. O que devemos cobrar é a eficiência e a eficácia, uma boa gestão, de sua utilização em todas as esferas: federal, estadual e municipal.




Um comentário:

  1. Como sempre os números estatísticos mostram a mesma coisa, falta de gestão.
    Erro de utilização.
    Muito dinheiro, ou dinheiro necessário mas usado de forma errada. Ou pior ainda, a forma de ensino no Brasil está equivocada.

    ResponderExcluir