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08 setembro 2023

Em ritmo acelerado, retaliações recíprocas, EUA x China, na Guerra Fria 2.0


As importações dos EUA vindas do México já são maiores que as vindas da China. A mudança tem sido brusca, em função da guerra fria econômica entre EUA e China. A sensação que fica é a de que os EUA está se descolando o mais rapidamente possível da China, como se algo estivesse por vir.

Muita gente não sabe, mas a guerra entre China e Estados Unidos já é uma realidade. Nesse contexto, uma resolução, previamente planejada, do Partido Comunista Chinês (PCCh), desta semana, impôs retaliações a Apple. O PCCh proibiu o uso de iPhones por funcionários públicos, sugerindo que eles representam risco à segurança nacional.

Há mais tempo, vários países ocidentais baniram equipamentos da chinesa Huawei, incluindo smartphones, depois que técnicos da Amazon descobriram dispositivos espiões em placas eletrônicas produzidas pela empresa. Detalhe: equipamentos da empresa são responsáveis por 70% do tráfego de dados no Brasil. Recentemente, a Huawei sofreu outro golpe: o governo americano proibiu a exportação de uma série de tecnologias de ponta para a China, incluindo chips avançados que são utilizados na maioria dos smartphones de primeira linha, como os da Apple e Samsung. Dessa forma, a Huawei deixou de oferecer ao público os telefones capazes de utilizar a tecnologia 5G, que permite a transferência de dados a uma velocidade de mais de 1000 Mbps por segundo. No mesmo dia do anúncio da proibição de iPhones para uso oficial, a Huawei apresentou uma nova série de telefones capazes de alcançar velocidade de transmissão 5G, sugerindo que os chineses conseguiram produzir chips mais avançados por conta própria.

O balanço de forças é complexo. Por exemplo: a Apple é a empresa mais valiosa do mundo, com capitalização de mercado de quase US$ 3 trilhões. Além de produzir a maior parte dos seus produtos na China, a empresa domina o mercado de smartphones no país. Hoje, o mercado chinês representa 20% das vendas da empresa. Ou seja, há uma relação de dependência entre a China e a Apple. Se por um lado a empresa se beneficia de custos baixos de produção, e de receita representativa na China, o país é beneficiado pelos investimentos da Apple e da forte geração de receita, e de empregos. O fato é que o conflito tem se aprofundado nos últimos tempos, e há uma clara determinação do PCCh em dar prioridade à agenda geopolítica, em detrimento das questões econômicas. Ou seja, tudo aponta para o agravamento da tensão, o que é muito ruim para o mundo.

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