Como era esperado, as contas do governo fecharam 2017, no vermelho pelo quarto ano consecutivo, com um rombo de R$ 124,4 bilhões, o que representa 1,9% do PIB.
Ao divulgar esses números, o governo logo os atribuiu, como responsável principal, os valores deficitários obtidos com a Previdência Social, o que não é assimilado pela maioria da sociedade brasileira. Corrobora pra isto, o resultado da CPI da Previdência, recém concluído e aprovado por unanimidade. Há muita desconfiança sobre a veracidade desses valores.
Nenhuma palavra, entretanto, sobre os subsídios concedidos por bancos oficiais que geram uma conta elevada para o contribuinte e aumentam a dívida pública. Esse custo em 2018 pode chegar a R$ 83,4 bilhões, segundo previsão do orçamento federal.
Grande parte parte do estoque dos subsídios creditícios é resultado da política adotada nos governos passados para a formação de "campeões nacionais", empresas que estão, hoje, no cerne dos escândalos de corrupção, investigadas pela operação Lava Jato.
Da mesma forma, especialistas apontam o equívoco fiscal de subsídios com a desoneração da folha de pagamentos, criado no governo Dilma Rousseff que atingiu cerca de 56 setores.
Em 2018, de acordo com a Lei Orçamentária Anual (LOA), o conjunto de subsídios terá um custo de R$ 366 bilhões.
Não se ouviu também, nenhum mea culpa a má gestão da máquina pública e outras coisas mais, com a qual este governo esteve umbilicalmente envolvido ao longo dos últimos anos.
Nesse sentido, apenas para citar um respeitável valor, não custa lembrar que, em 2017, as negociações políticas para barrarem as duas denúncias contra o presidente da República podem ter alcançado cerca de R$ 32,1 bilhões, segundo publicou o uol.noticias.com.br .
Para completar, as torneiras continuam abertas, a começar pelo desembolso obrigatório para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), R$ 1,7 bilhão, somado as emendas parlamentares de deputados e senadores, recursos mandatórios superiores a $R 20 bilhões que, em ano eleitoral, irão servir de moeda de troca nos respectivos redutos eleitorais para obtenção de votos.
Esse quadro só irá se modificar quando a mudança de governo ocorrer, quiçá, né ! A duração da crise é a mesma da duração do governo, devido a sua falta de credibilidade e de capacidade de execução de qualquer proposta, política e/ou econômica, posta na mesa.
A saída da crise, portanto, está na mudança política e esta não se resume a troca do presidente. Com um Congresso desmoralizado, partidos fracos e corruptos, líderes envelhecido e desacreditados, não será possível fazer a nação acreditar que a mudança do presidente nos permitirá retornar à superfície do poço.
Bom, daqui a um ano temos apenas uma certeza, haverá uma mudança já confirmada: no título deste post, onde se ler quarto, será lido quinto.
Atualizado em 14/07/2018.
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