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03 dezembro 2023

Tombo também no PIB. O Brasil caminha para uma recessão técnica

 


Os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre serão divulgados na próxima terça-feira. A aposta geral é de queda entre 0,1% e 0,2% ante os três meses imediatamente anteriores. Ainda pior, todas as projeções apontam para novos recuos do PIB no quarto trimestre do ano e no primeiro de 2024. Ou seja, o Brasil caminha para uma recessão técnica.

A realidade surge e mostra que a economia tem perdido força por uma série de razões, a começar pelo fim da colheita de grãos, em especial da soja, que representa quase 46% da atividade agrícola no país. Sem a força do campo os demais setores não conseguem sustentar o PIB no ritmo desejado. Comércio, indústria e serviços se ressentem de uma demanda fraca, pois a renda avança pouco. Os investimentos produtivos, que também poderiam dar um fôlego ao PIB, não estão ocorrendo e os empurram para baixo. Não há confiança dos investidores no Brasil pela vigente insegurança jurídica e na sua administração, que passou a ser realizada por um consórcio antidemocrático entre o Planalto e o STF, a nossa Nomenklatura.

Certamente o quadro seria mais desanimador não fosse o sucesso do Banco Central em derrubar a inflação. Em pouco mais de uma semana, o Banco Central voltará a se reunir para definir a nova taxa básica de juros (Selic), que está em 12,25% ao ano. É praticamente certo que haverá um corte de 0,5 ponto percentual, para 11,75% anuais.

Sendo assim, não haverá por que empurrar para o Banco Central a responsabilidade pelos resultados mais fracos da economia, ou seja, uma contratada recessão técnica. A autoridade monetária, com sua independência prevista em lei, cumpriu a sua missão de levar a inflação para as metas.

Em meio a esse quadro, a tentação do governo lula de lançar mão de estripulias será grande. Se a opção for por aumento dos gastos fiscais, o desastre será geral, pois a inflação, que voltou a se assanhar impulsionada pelos eventos climáticos, vai arreganhar novamente os dentes. Nesse contexto, em vez de continuarem em queda, os juros serão mantidos em patamares acima do recomendável para uma economia anêmica. 

Repetir erros, praxe dos governos petistas, só pune a população mais vulnerável, que não tem instrumentos de proteção.

PS.: Artigos anteriores que compõem esta série:

- Que a nossa sorte que pousou na Argentina recentemente retorne ao Brasil rapidamente ( link )

- Sem surpresas, novamente em apenas um ano de governo, déficit também nas empresas públicas ( link )

- Nesta terça-feira (05/12/2023) foi confirmado que acabou o vento em popa do governo Bolsonaro. Rapidamente os alicerces robustos deixados pelo seu governo estão sendo destruídos. 

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