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04 fevereiro 2024

Quem financia a censura no Brasil?

Na longa reportagem, A ascensão do Complexo Industrial da Censura no Brasil, David Ágape (repórter investigativo brasileiro, responsável pelo portal A Investigação) esmiuça a atuação de atores e de procedimentos de uma vasta conspiração para destruir a internet livre, restringir o debate público e minar a democracia representativa mundo afora, com destaque especial para o Brasil, por poder contar com mecanismos eficazes e instantâneos de censura, via parceria política entre Judiciário e Executivo. 

Após meses de investigação, foi descoberto que o FBI ajudou o Brasil a censurar seus cidadãos e que a Open Society Foundation (de George Soros e seu filho Alexander) e a Omidyar Foundation (de Pierre Omidyar, fundador do eBay) investem pesadamente no financiamento do Sleeping Giants Brasil, por exemplo, para promover a censura no País. 

Ademais, a matéria mostra como o Estado brasileiro montou uma força policial-judicial secreta cuja função é espionar e censurar pessoas consideradas propagadoras de “informações falsas”. A conclusão da investigação é que, juntos, o FBI, os Soros e o Supremo Tribunal Federal do Brasil estão envolvidos em um ataque direto contra as proteções à liberdade de expressão asseguradas tanto na Constituição brasileira quanto na americana.

No texto a seguir, em sua maior parte, são expostas informações da reportagem de Ágape, no que diz respeito apenas ao financiamento de tais atividades no Brasil.

Como se sabe, o Congresso está prestes a votar um projeto de lei para “regular” as redes sociais no país. O Projeto de Lei (PL) 2.630, relatado pelo deputado comunista Orlando Silva (PCdoB - SP), conhecido como “Projeto de Lei das Fake News” por seus apoiadores e “Projeto de Lei da Censura” por seus oponentes, visa combater a desinformação online. No entanto, o PL representa sérias ameaças à liberdade de expressão ao conceder ao governo amplos poderes para decidir o que os brasileiros podem ver e compartilhar online.

Um dos principais apoiadores desse PL segundo a reportagem do Ágape, é o Sleeping Giants Brasil (SGBR), um grupo ativista de esquerda conhecido por pressionar os anunciantes a boicotar os meios de comunicação que promovem vozes de direita. O SGBR foi até mencionado favoravelmente em uma proposta legislativa anexa ao PL das Fake News.

Estabelecido em 2020 e que se autodenomina como um “movimento de consumo apartidário”, o SGBR é amplamente reconhecido pelo seu viés esquerdista, abstendo-se visivelmente de ações contra entidades de esquerda. Em X, o jornalista brasileiro Eli Vieira destacou que o Sleeping Giants original, nos EUA, tem pouca importância. Lá, quem possui maior projeção é a Media Matters, uma organização que recebe doações de indivíduos afiliados ao Partido Democrata.

As identidades por trás do SGBR

Depois de uma decisão judicial que exigiu a divulgação do grupo por ter como alvo um jornal conservador em dezembro de 2020, os universitários Leonardo de Carvalho Leal e Mayara Stelle, ambos com 22 anos na época, assumiram a responsabilidade pelas operações brasileiras do SGBR, encerrando sete meses de anonimato. No entanto, é comum se ouvir que a dupla age apenas como figuras de proa de uma gigante "embarcação". 

As ações judiciais recentes incluem a quebra do sigilo bancário, expondo potencialmente os verdadeiros financiadores e líderes do SGBR, ainda envoltos em mistério devido às proteções dos tribunais superiores. Ironicamente, a liberdade de expressão é protegida pela Constituição Federal Brasileira, mas exige o não anonimato.

O escrutínio das atividades do SGBR indica o envolvimento de várias ONGs, fornecendo infraestruturas ou apoio operacional. Entre estes está a Nossas, cuja plataforma o SGBR utilizou para coagir as empresas a retirarem anúncios de meios de comunicação ideologicamente desalinhados. Nossas tem trabalhado ativamente ao lado do Sleeping Giants para defender o projeto de lei das notícias falsas.

Segundo Ágape, Nossas é apoiada financeiramente por entidades internacionais como Open Society, Ford Foundation, OAK Foundation, Skoll Foundation, Unicef e Tinder. Anteriormente, também recebeu financiamento do Instituto Avon, do Malala Fund, apoiado pela Apple e pela Fundação Bill e Melinda Gates, e da Luminate, de propriedade de Pierre Omidyar, fundador do eBay e proprietário do The Intercept. Além disso, Nossas é financiada pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS), uma ONG brasileira “guarda-chuva” que realoca fundos da Open Society, Oak Foundation, Children's Investment Fund Foundation, Hewlett Foundation, Quadrature Climate Foundation e Ikea Foundation.

Outra organização que apoia o Sleeping Giants é a Rede Liberdade, que tem prestado suporte jurídico gratuito ao grupo no início de suas operações. A Rede Liberdade está vinculada ao Instituto Sou da Paz, cujos mantenedores incluem Open Society, Fundação Ford, Fundação OAK, Terre des Hommes, Fundação Haddad e Fundação Lemann.

Em 2022, o Sleeping Giants recebeu cerca de 40,7 mil dólares de bolsa do Instituto Serrapilheira para um estudo sobre fraudes científicas na pesquisa de vacinação contra a Covid-19. Este estudo permanece inédito nas plataformas Sleeping Giants ou Serrapilheira e não é mencionado no Google ou no Google Scholar. No entanto, o site do Serrapilheira indica o foco do estudo em processos regulatórios de plataformas, semelhantes ao PL das Fake News. Fundado pelo documentarista João Moreira Salles, herdeiro do Itaú, o Serrapilheira endossou publicamente a campanha eleitoral de Lula em 2022.

Mais recentemente, o centro de marketing influenciador Mynd8, liderado por Fátima Pissarra e pela cantora Preta Gil, emergiu como um dos principais proponentes do PL das Fake News, especialmente ativo nas redes sociais. A extensa rede da Mynd8, composta por artistas, influenciadores e páginas de fofoca, se beneficia de receitas publicitárias substanciais de corporações globais como Disney, Amazon, Unilever, Coca-Cola, Ambev e Petrobras. Dado que a sua lista consiste principalmente de influenciadores esquerdistas que apoiaram ativamente Lula durante as eleições de 2022, há especulações sobre as potenciais afiliações políticas da agência, incluindo os serviços prestados ao ex-presidiário Lula durante a sua campanha.

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