Foi lançado ao espaço, no último dia 04 de maio, do centro espacial Kourou na Guiana Francesa, a bordo do foguete francês Ariane 5, o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), com o objetivo de propiciar um meio para a transmissão de informações estratégicas para o País, integralmente controlado pelo governo brasileiro, e de prover cobertura de serviços de Internet banda larga em todo o território nacional.
Até aí tudo bem, embora fosse uma noticia melhor se a base de lançamento e/ou equipamentos e/ou as tecnologias empregadas, em sua maioria, fossem de origem nacional e/ou dominadas amplamente por brasileiros, o que não é o caso.
Pois bem. Até mesmo o centro espacial de lançamento não está localizado em território brasileiro. Alcântara, a sonhada base brasileira para lançamentos de satélites, fundada em 1983 e localizada nos arredores de São Luiz-MA, não logrou êxito e afundou de vez após o acidente com o lançamento do foguete ocorrido em 22/08/2003 que deixou 21 mortos. O Centro se tornou operacional em 1989 mas até o momento não lançou nenhum satélite em razão de atrasos logísticos e tecnológicos.
Apesar do sucesso do lançamento do SGDC e dos votos de que o satélite entre em operação sem maiores problemas por todo o seu período projetado de vida útil, que é de 15-18 anos, o ponto que mais tem chamado a atenção da imprensa e das redes sociais tem sido o seu custo.
No mundo, em nenhum outro país, uma operação similar alcançou um investimento de R$ 2,7 bilhões. A "surpresa" aumenta quando se toma conhecimento de que seu orçamento inicial era de apenas R$ 720 milhões, ou seja, quase quatro vezes menor.
Para se ir mais além, países como a India e o Japão, em projetos similares, gastaram menos da metade do investimento realizado pelo governo brasileiro.
Por outro lado, ao mesmo tempo em que o governo o apresenta como caso de sucesso, pode-se interpretar também como um fato que consolida a incapacidade do governo de ter um programa espacial próprio.
A propósito de se desenvolver um programa espacial brasileiro, é válido recordar uma das últimas iniciativas neste sentido. Trata-se do acordo assinado entre o Brasil e a Ucrânia, em 2005, pelo presidente Lula e que 10 anos depois foi rompido por total fracasso do programa, após ter consumido mais de R$ 1 bilhão.
O Brasil é mesmo um campeão na má gestão de recursos públicos sendo contemplado recentemente também, com igual titulo, no campeonato da corrupção. Igualmente, está a caminho de alcançar a mesma posição quando se trata de afanar mais dinheiro dos contribuintes sem o devido retorno de bons serviços públicos à população.
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