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18 abril 2020

COVID-19: RANKING MUNDIAL DE MORTES AUMENTA DÚVIDAS SOBRE O QUE ACONTECEU NA CHINA

Os Estados Unidos, primeira nação do mundo em termos econômicos e a terceira em população mundial, já é, também, o país com o maior número de infectados e de mortos pelo novo coronavírus, o Covid-19. A China, local de origem do vírus, segunda economia do mundo e a primeira em população (1 bilhão de pessoas a mais do que os EUA), aparece apenas em sétimo lugar, tendo a sua frente, o Reino Unido, a França, a Alemanha, a Itália e a Espanha. A pergunta, que não quer calar: Por que isto está acontecendo?

Especialistas em virologia dizem que não há evidências de que qualquer cepa do vírus, oficialmente conhecida como SARS-CoV-2, tenha sofrido uma mutação para se tornar mais severa em algumas partes do mundo do que em outras, levantando a questão de por que parece haver tanta variação de país para país, como os mostrados na imagem.



Os balanços oficiais chineses de contágios e mortes oriundas do coronavírus têm provocado há várias semanas diversas suspeitas, começando pelo governo dos Estados Unidos mas, individualmente, por várias pessoas no mundo.

Os novos números de Wuhan aumentaram as dúvidas sobre o que aconteceu realmente na China quando a doença foi detectada e sobre o quanto são confiáveis os balanços das autoridades, acusadas de falta de transparência na gestão da crise.

O novo balanço de mortes, publicado em 17/04/2020,  representa uma alta de 38,6% em relação aos dados divulgados anteriormente. O número de mortos saltou de 3.342 para 4.632 e surgiram mais 82 mil contágios num país de quase 1,4 bilhão de habitantes.

Em um comunicado publicado nas redes sociais, Wuhan, a cidade chinesa de mais de 11 milhões de habitantes explica que, no pico da epidemia, alguns pacientes morreram em casa porque não tinham condições de ser atendidos em hospitais e não foram contabilizados.

Tal afirmação não foi suficiente sob a perspectiva de algumas autoridades de diversos países. O presidente francês, Emmanuel Macron, avaliou que há aspectos desconhecidos na gestão dessa pandemia por parte da China.

Já o ministro britânico das Relações Exteriores, no mesmo tom, declarou: "Teremos que fazer perguntas difíceis sobre o aparecimento do vírus e sobre o porque não pôde ser detido antes".

Nos EUA, o secretário de Defesa disse que os líderes chineses foram enganosos e opacos em relação ao surto, e que não acredita que eles são honestos nem mesmo agora.

Em resposta, o porta-voz chinês reconheceu atrasos, omissões e imprecisões nos registros no inicio da epidemia, mas que nunca aconteceu nenhuma ocultação de dados.

A imagem ao lado também reforça as suspeitas sobre a China. O gráfico mostra a situação de cada país exatamente 30 dias após detectada a primeira morte.

A China teve sua primeira morte anunciada em 11 de janeiro e 30 dias depois registrado apenas 909 mortes. (1)

Na sequência, foi a vez da Itália anunciar a sua primeira morte. Isto ocorreu no dia 21 de fevereiro, mas 30 dias depois já contabilizava 4.827 mortes, portanto, com uma taxa de crescimento bem diferente da observada na China. Na Espanha nos primeiros 30 dias após o anúncio da primeira morte, o país ja registrava 9.053 mortes. Nos EUA, país que é hoje o epicentro da pandemia continua após os primeiros 30 dias (30 de março) apresentou 2.509 mortes e hoje, 18 dias depois esse número já é superior a 30 mil mortes.

E no Brasil? Como nos países acima, também superamos a China no número de óbitos nos primeiros 30 dias. Aqui a primeira morte foi anunciada no dia 17 de março e se registrou ao longo dos 30 dias seguintes 1.924 mortes. Quando se olha a curva, fica bem claro que a situação brasileira é um pouco melhor do que a enfrentada pelos países mais afetados mas nada comparado com a da China.

Uma pequena reflexão sobre os dados acima já reforça a obrigatoriedade de se buscar uma resposta para a pergunta contida no primeiro parágrafo: Por que isto está acontecendo?

Além do mais, isso se torna obrigatório quando a esses números se somam outros fatos que vão desde a dúvida sobre a origem do vírus, sobre a sua manipulação, sobre o desaparecimento de jornalistas, médicos chineses ( aqui e  aqui ) e as expressas ordens emitidas pelo Partido Comunista Chinês, o PCC, que não mediu esforços para censurar todas e quaisquer informações sobre o surto do Covid-19 (2).

Nesse sentido, o senador americano Josh Hawley apresentou uma resolução pedindo uma investigação sobre como a China tratou a disseminação do vírus. Nela afirmou:
"Desde o primeiro dia, o Partido Comunista da China mentiu intencionalmente ao mundo sobre a origem dessa pandemia. O PCC estava ciente da realidade do vírus já em dezembro, mas ordenou que os laboratórios destruíssem amostras e obrigou os médicos a permanecerem em silêncio. Já está na hora de se fazer uma investigação internacional sobre o papel que essa impostura desempenhou na disseminação desta devastadora pandemia".
Que o Congresso americano acolha o pedido de seu senador, a resposta à pergunta seja encontrada e os responsáveis por esse desastre mundial sejam punidos na forma da lei.

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(1) Pesquisa de especialistas chineses publicada no Lancet em janeiro/2020 mostrou que o primeiro paciente conhecido, identificado em 1º de dezembro/2019, e que não tinha conexão com o mercado de animais vivos, nem mais de um terço dos casos no primeiro grande cluster. Além disso, o mercado não vendeu morcegos.

(2) The Chinese government, meanwhile, has put a total lockdown on information related to the virus origins. Beijing has yet to provide U.S. experts with samples of the novel coronavirus collected from the earliest cases. The Shanghai lab that published the novel coronavirus genome on Jan. 11 was quickly shut down by authorities for “rectification.” Several of the doctors and journalists who reported on the spread early on have disappeared.
On Feb. 14, Chinese President Xi Jinping called for a new biosecurity law to be accelerated. On Wednesday, CNN reported the Chinese government has placed severe restrictions requiring approval before any research institution publishes anything on the origin of the novel coronavirus.
The origin story is not just about blame. It’s crucial to understanding how the novel coronavirus pandemic started because that informs how to prevent the next one. The Chinese government must be transparent and answer the questions about the Wuhan labs because they are vital to our scientific understanding of the virus, said said Xiao Qiang, a research scientist at the School of Information at the University of California at Berkeley.

5 comentários:

  1. 20/04/2020 - O jornal alemão Bild publicou recentemente um artigo condenando a China pela pandemia de COVID-19. O jornal diz que a China deve 150 bilhões de euros à Alemanha pelas consequências da pandemia. A conta está no artigo. https://www.bild.de/bild-plus/politik/ausland/politik-ausland/bild-praesentiert-die-corona-rechnung-was-china-uns-jetzt-schon-schuldet-70044300,view=conversionToLogin.bild.html

    O governo chinês reagiu publicando uma carta aberta ao editor do Bild, Julian Reichelt, acusando o jornal de ter preconceito com chineses e de ser hostil ao país. http://www.china-botschaft.de/det/sgyw/t1770161.htm

    O Bild publicou uma carta aberta como resposta a Xi Jinping. O título diz: "Você está colocando o mundo em risco". https://www.bild.de/politik/international/bild-international/bild-chief-editor-responds-to-the-chinese-president-70098436.bild.html

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  2. 20/04/2020 A chanceler alemã Angela Merkel se juntou nesta segunda-feira a um coro crescente de países exigindo que a China diga a verdade sobre as origens do surto de coronavírus. https://nypost.com/2020/04/20/germanys-angela-merkel-urges-chinese-transparency-over-coronavirus/?utm_medium=SocialFlow&utm_source=NYPTwitter&utm_campaign=SocialFlow

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  3. 21/04/2020 - O Missouri se tornou o primeiro estado americano a entrar com uma ação contra a China nesta terça-feira, acusando o país de ser responsável pela gravidade da pandemia de coronavírus e buscando indenizações para compensar "a enorme perda de vidas, sofrimento humano e turbulência econômica" resultantes de a doença. Autoridades disseram à Fox News que, além das consequências para a saúde do coronavírus - o Missouri confirmou 5.963 casos do vírus e 215 mortes na terça-feira de manhã - o desligamento econômico imposto pelo Estado para reduzir a propagação da doença custou ao Missouri cerca de US $ 44 bilhões, de acordo com uma estimativa. https://www.foxnews.com/politics/missouri-files-suit-against-china-for-enormous-consequences-of-coronavirus-deceit

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  4. 22/4/2020 - China sees a COVID-19 outbreak in its northeast, and tightens travel curbs. Harbin, capital of Heilongjiang province, has banned non-locals and non-locally registered vehicles from entering residential zones, according to local state media. About 1,400 people are currently under medical observation for signs of the virus. A city of 10 million people in northeast China grappling with the biggest coronavirus outbreak in the country further tightened travel curbs on inbound traffic on Wednesday to contain the spread of the highly contagious pathogen. https://bit.ly/2xPcjdw #coronavirus #china

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  5. 09/05/2020 - Segundo serviço de inteligência alemão, a China pediu para a OMS retardar anúncios públicos sobre o vírus.
    TAIPEI (Taiwan News) – Chinese leader Xi Jinping (習近平) asked World Health Organization (WHO) Director-General Tedros Adhanom Ghebreyesus to suppress news about the Wuhan coronavirus (COVID-19) outbreak, the German intelligence agency BND found, according to a report by German magazine Der Spiegel.
    During a conversation on Jan. 21, Xi reportedly asked Tedros not to announce that the virus could be transmitted between humans and to delay any declaration of a coronavirus pandemic.
    It took until the end of January before the WHO declared the coronavirus outbreak needed to receive international attention. Because of China’s delay, the world wasted four to six weeks it could have used better to counter the virus from spreading, the BND concluded.
    Germany’s Robert Koch Institute also said that China failed to reveal all relevant information at the outset of the epidemic, leading it to turn to the BND for advice, according to a report in the Sueddeutsche Zeitung quoted by CNA.
    In a response to the German media reports, Chinese diplomats said the opposite was true, arguing that the communist country’s handling of the virus had saved time which had been wasted by governments in other countries. ( https://www.taiwannews.com.tw/en/news/3931126 )

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