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09 novembro 2021

MACACO NÃO OLHA O RABO

A Conferência do Clima da ONU - COP26 - entra em sua última semana de atividades. O mundo dos ricos, depois de ter alcançado um grau de desenvolvimento que lhes fornece PIBs per capita de 80.000 dólares por ano, quer que o Brasil cancele o seu desenvolvimento econômico para resolver os problemas mundiais do meio ambiente. Está mais do que na hora, portanto, de se concentrar no debate honesto e nas soluções reais das questões ecológicas.

O ex-presidente dos EUA, Barack Obama, discursou na manhã desta segunda-ferira (8) em Glasgow, na Escócia e criticou a ausência de líderes de estado dos países mais poluídores do mundo, como a China, a Rússia e o Brasil. 

“Foi particularmente desanimador ver os líderes de dois dos maiores emissores do mundo, China e Rússia, se recusarem a comparecer ao evento, e seus planos nacionais refletem o que parece ser uma perigosa falta de urgência - uma vontade de manter o status quo - da parte de ambos os países", disse Obama

Ora, nenhum país do mundo preservou tanto as suas florestas quanto o Brasil. Em nenhum outro país os proprietários rurais são obrigados por lei a manterem intocadas, e reservadas à natureza, 20% de suas propriedades, sem nenhuma compensação por isso. Nenhum país desenvolve tanto a sua produção de alimentos sem tocar em áreas de floresta. Nenhum país do mundo tem quase 15% do seu território ocupado por reservas indígenas – o cenário de sonho dos ecologistas que vivem em países onde não existe índio.

No ranking dos países mais poluentes, o Brasil ocupa o 7º lugar. Mas o número de emissões de gases do efeito estufa (dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, entre outros) não chega a 3% do total. Na frente estão China (cerca de 26%), Estados Unidos (12%), União Europeia (7,5%), Índia (7%), Rússia (5%) e Japão (2,5%). 

“Destes menos de 3% do Brasil, um terço vem da agricultura e pecuária, um terço da indústria e o restante das florestas e terras não produtivas”, esclarece Roberto Castelo Branco, ex-secretário de Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente. “Ao mesmo tempo, alimentamos 20% da população do planeta.”

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