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10 novembro 2021

E AGORA, MORO JOSÉ?

Sergio Moro discursou por quase uma hora, hoje pela manhã, por ocasião de sua filiação ao partido Podemos e o seu desejo de se candidatar a Presidente da República nas próximas eleições.

Agora há pouco, Moro publicou em seu Twitter a mensagem ao lado, na qual afirma que seria até um Davi contra Golias em uma luta pelo Brasil.

Ora, a verdade é que falta muita coragem para tal luta. Por exemplo, não deu para deixar de se notar em seu discurso a ausência de referências ao STF. Moro não fez qualquer menção àqueles que, hoje, compõem um importante grupo político e que, embriagados de poder, não têm pudor algum em legislar e interferir no Executivo, como o ator principal da ditadura judicial hoje vigente no País e que anulou todas as suas decisões na Lava Jato por considerá-lo suspeito.

Moro novamente falhou

O ex-juiz fez promessas para implementação de uma educação de qualidade, com base em “inovação” e “sociedade inclusiva” e, ao falar sobre economia, demonstrou uma profunda ignorância quanto às leis que regem o livre mercado. Até mesmo quando falou sobre acabar com o Foro Privilegiado, inclusive para Presidente da República, Moro errou.

O Super Moro também falou sobre pobreza, saúde pública, meio ambiente, estradas esburacadas, juros e corrupção – não há área de atuação para a qual Moro não tenha uma solução rápida, simples e eficiente. 

Já no finalzinho do seu discurso falou: “Eu sempre vou fazer a coisa certa”. 

Não acredito, digo eu. Não há lastro em seu discurso ou em outras variáveis que atestem isso. Faço, portanto, a opção por um anônimo que escreveu o seguinte poema:

Uma Lágrima por Moro (na companhia de Drummond)

AUTOR: anônimo 

E agora, José?  

A festa acabou, 
a luz apagou, 
o povo sumiu. 
A toga rasgou, 
você não é mais juiz, 
nem ministério você tem. 

E agora? 

Você que era gigante, 
amado do povo, 
admirado pelo mundo.

E agora, José Moro?

Andavas na rua, 
era abraçado, 
selfies a mil.

Era celebridade, 
sujeito ilustre, 
um dignitário. 

E agora?

A fama acabou, 
o dinheiro entrou(?), 
mas a honra se foi. 

Virou  um bordão, 
na moral um anão, 
agora está só. 

O povo lhe amava, 
ao vê-lo chorava, 
gritava Môôro. 

Agora acabou, 
você faleceu, 
um judas nasceu, 
a honra se foi. 

E agora, José?

Sem a luz do palco, 
sem o brilho de outrora, 
o que vai fazer?

A esquerda lhe odeia, 
a direita lhe despreza, 
pra onde fugir? 

Você tinha gloria, 
cargo e fama, 
mas virou um traíra. 

Por quê você fez isso, 
tomou alguma, 
ou cheirou o que não devia?

Você era herói, 
agora nos dói vê-lo contando lorotas, 
fazendo fofocas, 
perdido pela ambição.

Você tinha tudo, 
era sortudo, 
o nosso guerreiro.

Mas em plena pandemia, 
união se pedia, 
e olha o que você fez?

A mosca azul lhe infectou, 
ou virou  um robô, 
pra Globo e pro Dória? 

Pobre de você,
Moro José, você acabou.

É coisa pra chorar,
mas somente uma lágrima vou deixar, 
sobre seu caixão moral.

Que pena, Moro. 

Nós brasileiros vestimos nosso herói, 
mas ao acordarmos vimos que o nosso rei estava nu. 

E agora, Moro?

Você não traiu Bolsonaro e o Brasil. 
Você traiu a si próprio, 
você se matou. 

Que pena, Moro! 

E agora, Moro José?

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