
Aumenta a semelhança do nosso Brasil de hoje com os países de Stalin, Hitler e Mussolini no século passado. A ficção de George Orwell se tornou realidade.
George Orwell, no seu livro 1984, publicado em 1941, previa para aquele ano, em ficção, o totalitarismo mudando significados: “Guerra é Paz; Liberdade é Escravidão; Ignorância é Força”.
Trinta e seis anos depois, no Brasil, similarmente as previsões de Orwell, implanta-se novas verdades:
- manifestação popular é golpe;
- crítica é ato antidemocrático;
- opinião contrária é fake news;
- contrapor-se a uma esquerdista é misoginia;
- contrapor-se a um esquerdista é fascismo;
- e censura é liberdade.
No último dia 4 de junho, enquanto o mundo relembrava um ato de resistência e heroísmo ocorrido na China em 1989, o Brasil solicitava daquele país conselhos sobre como regular a internet. O país que censura, vigia e desaparece com dissidentes agora é “referência” para regular redes sociais no Brasil.
Em 1989, um homem comum parou uma fileira de tanques na Praça da Paz Celestial. O mundo inteiro viu. Um símbolo de coragem contra um Estado que prefere esmagar seus cidadãos a ouví-los. Esse homem sumiu. O massacre, até hoje, é negado. “Foi só manutenção da ordem”, dizem.
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Foto simbólica: homem bloqueia passagem de tanques nos arredores da Praça Celestial (Tiananmen) de Pequim, em 1989. |
Não é exagero dizer: a estrada que começa com a criminalização da fala termina com tanques nas ruas. A liberdade de expressão não é um luxo ocidental. É uma trincheira contra a tirania.
Neste sentido, considera-se oportuna a citação do ex-ministro Marco Aurélio Mello que, ao relembrar a festejada lição do professor Adilson Abreu Dallari, assim afirmara: “Supremo não é sinônimo de absoluto; é um dos Poderes que integra um dos Poderes da República”.
Lutar pela segurança jurídica e institucional é fundamental, principalmente neste momento em que o Brasil deixou e ser o país do futuro para se tornar mundialmente conhecido por estar dando os mesmo passos das ditaduras já mencionadas. É nossa obrigação, é nosso dever lutar por dignidade, por um país que garanta a cada um, no pilar da Separação dos Poderes, o respeito às individualidades, às opiniões e aos direitos fundamentais.
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