Translate

01 julho 2015

A EDUCAÇÃO E O OPORTUNISMO DE LULA

Segundo matérias que foram divulgadas na imprensa, o ex-presidente Lula afirmou na sexta-feira, 26/06/2015, para uma platéia de educadores e políticos da área que pouco se fala no Plano Nacional da Educação (PNE).  “Sancionado como se fosse uma coisa qualquer”, em 2014, o ex-presidente se disse assustado com a falta de ação.

Entretanto, as reportagens publicadas não relatam nenhuma palavra do ex-presidente para explicar o fato de que o ensino público no Brasil, na era petista, ficou estagnado. Dados não faltam.


Por exemplo, pela lei, o país deveria ofertar vagas em creches para 50% das crianças até 3 anos de idade. A meta constava no último PNE, que vigorou em seu governo até 2010, e foi descumprida. Atualmente, o país atende apenas a 27,9% das crianças. 

Nas avaliações internacionais, as escolas brasileiras estão entre as piores do mundo, entre a 54a. e a 60a. colocação. Acredite se quiser: estamos formando menos alunos hoje do que em 2004. 

No caso do ensino tecnológico, o Pronatec tornou-se o carro-chefe da campanha à reeleição da presidente Dilma Roussef, com a garantia de beneficiar mais 12 milhões de pessoas, mas o que prevalece atualmente são os cursos aligeirados e defasados e adiamentos sucessivos sobre a divulgação do número de vagas e prazos para novas inscrições.


Outra situação dramática se passa no âmbito do Fies, também utilizado pela presidente como bandeira na campanha pela reeleição. O governo alterou as regras de concessão dos empréstimos, frustando as expectativas de muitos estudantes que acreditaram na propaganda no governo.


Onde estamos ? 


Embora em seu discurso de posse a presidente Dilma tenha afirmado que a educação seria prioritária em sua gestão, o que estamos presenciando é um setor em crise decorrente de falta de planejamentos adequados, incompetência gerencial e carência de recursos. As autoridades precisam perseguir menos o marketing e mais resultados com qualidade.



Olhemos para o futuro.
Se o ex-presidente não queria falar do passado, até admissível para não ter que reportar dados como os acima citados, tentou falar do futuro ? 

Falou sim, porém com o oportunismo que lhe é característico. Foi na direção para buscar um caminho que lhe ofereça uma alternativa para emergir do volume morto em que se encontra, abrindo-lhe espaço para se candidatar à sucessão de Dilma em 2018.

Desta vez, o ex-presidente deseja valer-se do novo Plano Nacional de Educação como "instrumento político". Imediatamente o seu marqueteiro, no momento dedicado as eleições na Argentina, foi convocado para montar esse tal “instrumento político”. Reuniram-se já na segunda-feira (29).

Recomendou que o PNE seja usado pelo PT e pelos movimentos socias para escapar da discussão econômica. No entanto, nenhuma palavra foi dita em relação ao que fazer para retirar a educação do buraco em que se encontra.



Um comentário: