Aproxima-se o final do ano e entre os olhares para esta época estão aqueles dirigidos para a economia mundial. Com os números do PIB mundial antes do COVID-19, quais as projeções para os anos vindouros? Neste momento, o valor recentemente publicado nos mostra que a economia global, em 2019, foi de US $ 88 T (trilhões).
A partir de março de 2020, com a chegada da pandemia, todas as previsões econômicas de aumento foram revisadas para baixo, interrompendo o crescimento global, com muitas das maiores economias do mundo entrando em recessão e seu maior impacto sendo sentido nas famílias de baixa renda, desfazendo três décadas de progresso para reduzir a pobreza. Em junho último, o FMI projetava um crescimento global de -4,9% em 2020.
Vamos lá. Apenas 16 economias tiveram um PIB superior a US $ 1 trilhão, sendo os EUA de longe a maior economia, com US $ 21.43 T, 24,42% / $19.39 T, 24,4% (2018) — respondendo por pouco menos de um quarto do total global de quase US $ 88 T.
A China foi o segundo maior, com US $ 14.34 T, 16,34% / $ 12.24 T, 15,4% (2018), e o Japão, em terceiro lugar, com US $ 5 .08 T, 5,79% / US $ 4.87 T, 6,13% (2018).
O Brasil com US $ 1.84 T, 2,1% / US $ 2.06 T, 2,59% (2018), ocupa agora o décimo lugar, após perder uma posição para o Canadá.
E nos próximos anos? Em um futuro mais distante, ainda bastante incerto por conta da pandemia, praticamente todas essas posições serão alteradas e as previsões estão ilustradas na figura abaixo, que mostra ainda a variação do PIB ao longo dos últimos quase 30 anos.
Os dados também preveem que a China ultrapassará os EUA no futuro, com a Índia ocupando o terceiro lugar. De acordo com dados do Banco Mundial e do FMI, espera-se que os países asiáticos constituam a maioria dos 5 maiores países do mundo por tamanho do PIB em 2024, relegando as potências econômicas europeias a categorias inferiores. A crescente classe média da Ásia é uma das razões para a mudança continental no PIB.
Lá, as diretrizes desse novo período se inverteram as anteriores implantadas por Mao Tsé Tung - responsável pela morte de +45 milhões de chineses - e foram ao encontro de sua população, quando propuseram que até 2020 teriam uma sociedade modestamente próspera, isto é, dar fim à pobreza que já caiu muito nos últimos anos — de 1978 até agora, 850 milhões de pessoas avançaram e saíram da pobreza. Até 2050, uma China moderna, com toda infraestrutura atendida e uma população próspera.
Aqui no Brasil, o buraco é mais embaixo. Os nossos socialistas que estiveram no poder dos anos 90 até 2018 - e querem retornar - ainda estão lendo e adorando Mao Tsé Tung. Continuam olhando para o passado e o fizeram bem na época em que se elaborava a nova Constituição do País. No final da década de 80 (1980), nossa CC - Constituição Cidadã (1988) e os PG's - Planos Governamentais chineses caminharam em direções ortogonais. Hoje o Brasil colhe os resultados dessa opção pagando um elevado preço, principalmente na desigualdade de renda. 0,6% dos adultos detêm quase 30% dos rendimentos brutos totais. Nossa CC não demonstrou ser cidadã ao contrário dos PG's chineses.
Há 31 anos, o PIB brasileiro era superior ao da China em US$ 102 bilhões (462 x 360). Ao longo desse período, vimos aquele país nos igualar e, rapidamente, nos ultrapassar. O país pobre dos anos 1970 tornou-se a segunda economia mundial no momento atual. Nesse período, a China aumentou seu PIB em cerca de 30 vezes. No mesmo período o PIB do Brasil cresceu apenas 5 vezes, aproximadamente.
Para que o nosso PIB volte a se igualar ao da China, serão necessários, aproximadamente, 30 anos com o PIB brasileiro crescendo, continuamente, a taxa de 10% a.a e, ao mesmo tempo, que a China cresça apenas a 1% a.a.
FSP | Marcos Lisboa | Condenados à mediocridade?. Rejeição a reformas mantém país disfuncional e atrapalha crescimento.
ResponderExcluirAqui no Brasil haverá muita dificuldade para obtenção de avanços significativos, tendo como principal entrave o nosso sistema político e a qualidade de seus parlamentares. Tivemos uma oportunidade e a desperdiçamos.
ResponderExcluirOs exemplos mais recentes sobre as reformas propostas pelo novo governo, recém eleito, demonstram isso.
O Congresso Nacional, a começar pelos presidentes das duas Casas impedem o seu avanço por interesses mesquinhos, próprios, escusos, ... e por aí vai.
Uma nova CF obtida a partir de constituintes que olhem para o futuro se faz necessária.
Já perdemos o século XXI. Se não obtivermos, no curto prazo, uma nova CF, perderemos também o próximo.